segunda-feira, 18 de junho de 2012

Implementação de ações é maior desafio da Rio+20, diz embaixador

Rio 20

Segundo Luiz Alberto Figueiredo, negociação avançou neste domingo (17).
Ele disse que países ricos não têm se comprometido com financiamento.

Nathalia Passarinho e Daniel Buarque Do G1, no Rio

 

O negociador-chefe da delegação brasileira, Luiz Alberto Figueiredo, disse em entrevista coletiva no fim da tarde deste domingo (17), que a maior dificuldade na negociação do texto é conseguir avançar em ações concretas voltadas à implementação dos objetivos assumidos na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.

“Tem várias áreas do texto que marcam avanços, não apenas conceituais. Claro que temos uma dificuldade de meios de implementação. Sempre se vai dizer: ‘Como cumprir determinadas tarefas se os meios não são adequados?’. Estamos chegando lá. Estamos estudando maneiras de tornar o texto mais ambicioso", disse.

O negociador-chefe do Brasil disse que os países desenvolvidos não têm se comprometido de forma “concreta” com o financiamento das ações voltadas ao desenvolvimento sustentável.

"Fizemos consultas nesta manhã sobre meios de implementação. Está correndo bem, dentro daquele quadro de que os países doadores têm grande dificuldade de se comprometerem com cifras concretas e mesmo de reafirmarem os compromissos assumidos", afirmou.

Otimismo
Apesar das dificuldades, Figueiredo disse, entretanto, que está "muito otimista" em relação às negociações  e que o trabalho das delegações deve ser encerrado na noite de segunda-feira (18). "A reação inicial [ao rascunho do texto final] foi muito positiva", disse Figueiredo, que explicou que não há novos pontos de conflito no texto negociado. O embaixador disse que há um “clima muito bom” nas negociações, que leva o governo brasileiro a crer que o texto final será concluído com sucesso.

Segundo ele, as delegações fecharão o texto antes da chegada dos chefes de Estado e Governo, e os líderes, portanto, não irão modificar a redação. “Não fica nada para os chefes de Estado debaterem [em relação ao texto]. O documento é para ser fechado antes do início da conferência. Os chefes de Estado vão debater os temas que os chefes de Estado debatem”, afirmou.

O embaixador brasileiro disse que as reuniões deste domingo dos grupos de trabalho resultaram em avanços nas negociações sobre o texto. “Hoje nos reunimos em grupos de trabalho específico, todos coordenados por representantes da delegação brasileira, e foi possível na grande maioria dos casos limpar, no sentido de ter a anuência de todos com relação ao texto”, disse.

Ele destacou que o Brasil está trabalhando “firme” para “conseguir um misto de concisão e abrangência porque ter um texto legível é importante, mas o fundamental é ter um texto abrangente”.

“Tem sido um clima muito positivo, porque todos estão aqui para chegar a um resultado. Há um clima de apoio ao Brasil, clima de reconhecimento dos esforços brasileiros e um clima de genuína vontade de chegar a um consenso. Portanto, isso é uma das causas que me leva a estar muito otimista a encerrarmos essa negociação o mais rapidamente possível”, afirmou.

De acordo com Figueiredo, o Brasil tentou ouvir ao máximo todas as delegações na busca por um entendimento. “É trabalho duro, empenho, busca de ouvir, busca de respeitar as opiniões e ter a consciência de que se nós não ouvirmos todos e não respeitarmos todas as opiniões nós não vamos ir para frente.”

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