DE SÃO PAULO
Atualizado às 12h20.
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo proibiu nesta quinta-feira a venda do lote 1E0712 da mortadela da marca Estrela e do lote 300437 do milho verde em conserva da marca Quero. A medida acontece após uma família ser diagnosticada com botulismo em Santa Fé do Sul (a 625 km de São Paulo).
A interdição dos lotes foi divulgada no "Diário Oficial" do Estado e proíbe a venda dos produtos pelo menos até a conclusão das análises das amostras dos produtos recolhidas e encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz, na capital paulista.
O casal Benedito José dos Santos, 38, Elisete Garcia, 30, e os filhos Juliana Bruna, 12 e Cristiano, 9, deram entrada na Santa Casa da cidade na noite do último sábado (18) com diarreia e vômitos.
Após a notificação, uma megaoperação foi montada para levar medicamentos a eles, que só teriam mais seis horas de vida, segundo médicos.
O botulismo é causado por uma bactéria que normalmente está presente em alimentos mal conservados, principalmente nos enlatados, em conserva e embutidos. O último registro da doença no Estado de São Paulo foi em 2009.
Desde o ano de 1997, quando a doença passou a ser de notificação compulsória, o Estado registrou 22 casos, dos quais cinco mortes. Médicos ressaltam que, apesar da violência com que a bactéria atinge o organismo humano, uma vez curada, a doença raramente deixa sequelas.
A família diagnosticada com a doença permanece internada na Santa Casa Santa Fé do Sul. Segundo o hospital o casal e os dois filhos passam bem e devem ter alta nos próximos dias.
A Coniexpress S.A., fabricante dos produtos Quero, afirmou em nota que "estranha a interdição de seu produto". Ela diz que o produto estava entre outros recolhidos na casa da família, mas que desconhece o estado do produto, uma vez que ele foi enviado para analise no Adolfo Lutz.
A empresa disse que as "analises de qualidade que são feitas por ela são rigorosas" e destacou que para atender os consumidores disponibiliza o serviço de atendimento ao consumidor pelo número 0800-16-5858.
A marca Estrela também foi procurada pela reportagem, mas ainda não se pronunciou sobre a proibição de venda do lotes de seu produto.