Fraternidade e Minoridade
Por Fr. Almir Guimarães, ofm
24. Uma rica tradição bíblica e medieval afirma que as pessoas que se aproximaram carinhosamente da miséria entraram num caminho de conversão. Spoto vê em Teresa de Calcutá uma buscadora de Cristo nos leprosos de hoje. “Após a Segunda Guerra Mundial, a filha de um quitandeiro albanês chamada Agnes Bojaxhiu resolveu tratar os doentes pobres de Calcutá, simplesmente ficando em companhia deles, para que não morressem sozinhos, sem o calor de um abraço humano. Mais tarde, conhecida como Madre Teresa, ela afirmou, ao receber o Premio Nobel da Paz: “Escolhi a pobreza de nossos miseráveis. Mas estou grata em receber o dinheiro do prêmio em nome dos famintos, dos nus, dos desabrigados, dos aleijados, cegos e leprosos, de todos aqueles que se sentem indesejados, sem amor e sem carinho na sociedade – aqueles que se tornaram uma carga para a sociedade e que são rejeitados por todos” ( p. 102-103)” . “Cuidando dos rejeitados do mundo, Francisco começava a ascender à genuína nobreza que buscava, que seria descoberta não nas armas, ou em títulos e batalhas, glórias ou desafios. A honra não estava na companhia dos mais fortes, dos mais atraentes, dos mais bem vestidos ou mais seguros da sociedade, mas entre os mais fracos, os mais desfigurados, os que estavam marginalizados, dependentes e desprezados” ( p. 104). Francisco, cuidando dos leprosos, se aproximou do Cristo desfigurado e o Pai seráfico necessitava dos necessitados como ponto de encontro com o mistério de seu esposo, Cristo Jesus.