sábado, 22 de dezembro de 2012

Você entende o significado da oração do Credo?

 

Jéssica Marçal
Da Redação

Canção Nova

Padre Toninho destacou a necessidade de refletir sobre a oração, o que atende ao pedido do Papa Bento XVI neste Ano da Fé

Neste 'Ano da Fé', proclamado pelo Papa Bento XVI para o período de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, o Santo Padre pede aos fiéis para que rezem a oração do Credo. Esta é a profissão de fé dos fiéis, ou seja, expressa qual é a verdadeira crença dos fiéis católicos. Nesta semana, o noticias.cancaonova.com exibe uma série de cinco reportagens que refletem o significado da oração.
Existem duas formas de se rezar o Credo. Padre Antônio Justino Filho, conhecido como padre Toninho da Comunidade Canção Nova, explicou que a primeira, denominada Credo niceno-constantinopolitano, é resultado dos primeiros concílios ecumênicos da Igreja: o Niceno, de Niceia, no ano 325, e o de Constantinopla, em 381.
O sacerdote disse que esta oração ainda é muito comum nas grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente. Ela pode ser rezada nas Celebrações Eucarísticas dependendo da liturgia, o que acontece, normalmente, em ocasiões solenes.
Mas há uma forma mais resumida desta oração, o qual é chamado 'símbolo dos apóstolos', ou seja, o Credo que se reza normalmente na Santa Missa no momento da Profissão de Fé.
“Nós temos o 'símbolo dos apóstolos', assim chamado por ser considerado o resumo fiel da fé deles, um antigo símbolo da fé batismal da Igreja de Roma e sua grande autoridade vem do seguinte fato: ele é o símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela na qual Pedro, o primeiro apóstolo, teve a sua fé e para onde ele trouxe a comum expressão de fé, opinião comum. Isto quem diz é Santo Ambrósio, um grande Santo da Igreja”, informou padre Toninho.
O sacerdote ressaltou que o Credo niceno constantinopolitano é o mais completo símbolo de fé. Contudo, este resumo de fé dos apóstolos aconteceu para facilitar a vida da Igreja e dos cristãos, já que a oração fruto dos dois Concílio é um Credo um pouco mais extenso.
Ano da Fé
Tendo em vista que o Credo é a profissão de fé dos fiéis, o Papa pede que todos o rezem com atenção neste 'Ano da Fé', isso porque a proposta deste Ano é, justamente, uma redescoberta da fé, de forma que os cristãos saibam entender e dar razões da fé que têm.
Quanto a isso, padre Toninho acrescentou o fato de que, muitas vezes, se reza muito rápido, mas é necessário parar e refletir sobre o que se está rezando.
“A primeira palavra que a profissão de fé nos mostra é o ‘creio’. Em que você crê? Começa daí, pois a fé é você meditar aquilo que você está rezando. Você crê em quem: no Pai, no Filho, no Espírito Santo, na Igreja, na Ressurreição da Carne? Esse crer significa a minha adesão àquilo que eu estou rezando. Então, nesse Ano da Fé, o Papa pede isso: essa maior interiorização naquilo que se reza”, destacou.

Católicos esperam que o Natal marque uma nova era de esperança

 


Agência Ecclesia

A comunidade católica da Sagrada Família, na Faixa de Gaza, espera que a celebração do Natal marque o início de uma era de esperança para todas as pessoas atingidas pelo conflito entre israelitas e palestinos.
Em declarações partilhadas pelo site do Patriarcado Latino de Jerusalém (PLJ), uma “mãe de família” realça que a paróquia começa a “retomar o seu ritmo” depois de “um período muito duro” de morte e destruição.
“A árvore de Natal, o presépio e o nascimento de um quinto filho para breve” na sua família “mostram que a vida está ali”, salienta.
A pequena localidade da Sagrada Família, com 185 habitantes, está inserida num universo com cerca de um milhão e seiscentas mil pessoas, confinadas a uma faixa de terra com 360 km2.
O número de cristãos naquele território palestino, “maioritariamente ortodoxos”, tem vindo a decrescer desde o início da guerra em 2008 e passou de 3000 para pouco mais de 1500.
Pouco depois da negociação de um período de trégua entre as forças militares de Israel e da Palestina, a comunidade católica da Sagrada Família começou a trabalhar para ajudar as pessoas, sobretudo os mais novos, a lidarem com o drama social e humano que estão a atravessar.
“Para as crianças pequenas, tais acontecimentos são traumatizantes pois afetam o sentimento de segurança. Eles não compreendem o que acontece e sentem-se desprotegidos, mas tornar a dar a uma criança o sentimento de segurança é um processo que demora muito tempo”, sublinha a irmã Davida, diretora da escola católica das Irmãs do Rosário.
Apoiada também pelo Instituto do Verbo Incarnado e pelas irmãs missionárias da Caridade de Madre Teresa de Calcutá, a paróquia da Sagrada Família faz dos momentos de oração e de festa, como o Natal, uma forma de suavizar uma conjuntura difícil, marcada também pelo bloqueio comercial e econômico imposto por Israel e Egito.
Neste âmbito, a Cáritas Internacional colocou em marcha uma campanha de recolha de fundos para ajudar as famílias mais vulneráveis do território palestino, sobretudo devido à instabilidade financeira e à falta de acesso a cuidados de saúde.
A organização católica pretende reunir cerca de 1,6 milhões de euros e, através do seu secretário-geral, Michael Roy, desafia os países ocidentais a contribuírem nesta quadra natalícia para “uma nova era de paz, depois de tantos anos de sofrimento”.
“Gaza fica bem perto de Belém, o local onde nasceu o Senhor. Que isto inspire as pessoas a terem aquela população nos seus pensamentos, orações e ações”, salienta aquele responsável.
No dia 24 de dezembro, a comunidade da Sagrada Família vai festejar o nascimento de Cristo à volta de um presépio vivo, numa iniciativa que contará com a presença do bispo auxiliar de Jerusalém, monsenhor William Shomali.
Segundo o padre Jorge Hernandez, responsável pela paróquia, “muitos não-católicos virão também alegrar-se da vinda à Terra do Príncipe da Paz”.
O sacerdote faz votos de “que o Salvador derrame a sua paz sobre o povo de Gaza e sobretudo sobre os dirigentes da região. E que dê também a todos a força para continuarem a avançar”.