domingo, 12 de setembro de 2010

Acontecerá no dia 15,
a missa mensal em devoção a
Nossa Senhora Mãe dos Homens

Local igreja matriz
Nossa Senhora Mãe dos Homens
no centro de Porto Feliz, às 19h !!!

Momento da decisão

Dom Eugenio de Araujo Sales

Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro



Deus criou o homem para viver em sociedade e depositou em todo o coração bem formado, o amor à Pátria. Esse sentimento de patriotismo é nobre, necessário e traz consigo graves compromissos. Em vista disso, o indivíduo é mais do que um número que integra a comunidade. É alguém responsável por tudo o que se refere à terra onde nasceu, que responde por si e pelo conjunto, pelo sucesso e pela solução das dificuldades, embora em graus diferentes.



Ensina o Concílio Vaticano II que os cidadãos devem cultivar “com grandeza de alma e fidelidade o amor à Pátria, mas sem estreiteza de espírito, isto é, de tal maneira que se interessem sempre, e ao mesmo tempo, pelo bem de toda a Humanidade” (“Gaudium et Spes”, nº 75). No Decreto “Ad Gentes”, volta a insistir: “Os cidadãos de todos os povos (...) como bons cidadãos, cultivem o patriotismo” (nº 15). As orientações do Magistério e do Evangelho nos levam a esse devotamento sem, entretanto, conduzir-nos a um alheamento aos problemas que nos circundam. O sentido de participação e comunhão cabe perfeitamente na educação cívica de nossa gente. O fortalecimento dessa consciência assegura um futuro grandioso ao nosso País.



Assim, a celebração anual da Independência do Brasil é sempre uma feliz oportunidade para o cumprimento do nosso dever cívico e a ocasião, às vésperas da eleição no próximo mês de outubro, atrai nossa atenção para o compromisso de escolher somente pessoas dignas e capazes de exercer cargos públicos, sempre em benefício do bem-comum e de acordo com as prescrições divinas. Em contrapartida, devemos cumprir o múnus de excluir os candidatos que, segundo uma consciência iluminada pela fé cristã, foram ou poderão vir a ser instrumentos que firam a lei de Deus.



Muitas vezes pelo desencanto, os eleitores culpam os rumos dos políticos, mas se esquecem que foram eles mesmos que os levaram a seus cargos. A responsabilidade recai sobre os componentes de todo o processo: o candidato que anuncia seu programa e o cidadão, que sem o suficiente espírito crítico, nele acredita, o aceita, assumindo o mérito ou o demérito da escolha. E o efeito não atinge apenas a pessoa que optou pelo incapaz ou se deixou seduzir pelo corrupto ou não soube indicar o mais digno. Prejudica a coletividade. A proximidade da eleição proporciona um exame do relacionamento entre o agir de cada indivíduo e o bem-estar da sociedade.



Na raiz do problema está o pecado do egoísmo. Este faz contrapor interesses particulares às vezes mesquinhos, aos da comunidade. Contudo, ninguém se realizará sem a inserção no plano maior do corpo social a que pertence.



Uma sociedade deve escolher dignos representantes para que se tenha um governo honesto, fundamentado em leis bem elaboradas e segundo os ditames éticos. Se não o faz, torna-se responsável pelas consequências advindas de sua decisão.



Por isso, convém lembrar que é indiscutível o candidato ter um passado limpo, uma vida privada e pública realmente dignas. Significa que ele seja para a comunidade, um testemunho vivo de coerência com os valores cristãos. Evidentemente, a preferência recai sobre o católico que pratica sua Fé. Contudo, o simples fato de ser membro ativo da Igreja, não supre os requisitos indispensáveis ao exercício eficaz do mandato. O Concílio Vaticano II se refere a essas exigências com as seguintes palavras: “Os que são aptos ou podem tornar-se aptos” (“Gaudium et Spes”, nº 75). A capacidade para o desempenho da função é essencial.



O voto do eleitor é o seu poderoso instrumento de mudança. Em vez de ter comportamentos escusos e movidos pelo egoísmo, assume atitudes que visam o bem comum e não o pessoal. A eleição não é a oportunidade de manifestar gratidão por benefícios recebidos. Esse compromisso de cidadania ultrapassa o nível pessoal a ser exercido com vistas à grandeza da Pátria. A seleção do candidato com os olhos voltados para a dignificação das funções públicas é decorrência da formação cristã e cívica.



Poderão dizer que essas considerações cairão no vazio, pois o nível ético é baixo e os que buscam seus próprios interesses são maioria. Contudo, o cumprimento do dever não é avaliado pelos resultados obtidos, mas pela certeza da obediência do imperativo da consciência pessoal, orientada por princípios objetivos.



Votar é usar de um instrumento de elevação moral, conduzindo a cargos públicos pessoas de bem. Assim fazendo, os eleitores excluem os que envergonham a “difícil e muito nobre arte da Política” (“Gaudium et Spes”, nº 75).



Cumpre, portanto, buscar candidatos que tenham demonstrado anteriormente a fidelidade a princípios morais para exercer condignamente as funções que elas hão de assumir uma vez eleitas. A observância das normas cristãs é fundamental na vida privada e pública.



Estas considerações levam o cidadão a um otimismo realista. Não se trata de um sonho irrealizável. O fiel tem consciência do pecado que o envolve, mas também do Poder e da Bondade de Deus. A Fé o transforma inspirando-lhe iniciativas para a solução dos problemas. O errado é cruzar os braços! Certo está quem luta por uma sociedade melhor. Esse é o objetivo que se quer alcançar para o Brasil, nossa Pátria, e a próxima eleição terá essa oportunidade.

Evangelho do dia

 Alegrem-se comigo




Lc 15,1-32

Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram perto de Jesus para o ouvir. Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo:

- Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles.
Então Jesus contou esta parábola:
- Se algum de vocês tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Assim, deixa no campo as outras noventa e nove e vai procurar a ovelha perdida até achá-la. Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida."
- Pois eu lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender.
Jesus continuou:
- Se uma mulher que tem dez moedas de prata perder uma, vai procurá-la, não é? Ela acende uma lamparina, varre a casa e procura com muito cuidado até achá-la. E, quando a encontra, convida as amigas e vizinhas e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha moeda perdida."
- Pois eu digo a vocês que assim também os anjos de Deus se alegrarão por causa de um pecador que se arrepende dos seus pecados.
E Jesus disse ainda:
- Um homem tinha dois filhos. Certo dia o mais moço disse ao pai: "Pai, quero que o senhor me dê agora a minha parte da herança."
- E o pai repartiu os bens entre os dois. 13Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntou tudo o que era seu e partiu para um país que ficava muito longe. Ali viveu uma vida cheia de pecado e desperdiçou tudo o que tinha.
- O rapaz já havia gastado tudo, quando houve uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidade. Então procurou um dos moradores daquela terra e pediu ajuda. Este o mandou para a sua fazenda a fim de tratar dos porcos. Ali, com fome, ele tinha vontade de comer o que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. Caindo em si, ele pensou: "Quantos trabalhadores do meu pai têm comida de sobra, e eu estou aqui morrendo de fome! Vou voltar para a casa do meu pai e dizer: 'Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho. Me aceite como um dos seus trabalhadores.' " Então saiu dali e voltou para a casa do pai.
- Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. E, com muita pena do filho, correu, e o abraçou, e beijou. E o filho disse: "Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho!"
- Mas o pai ordenou aos empregados: "Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Ponham um anel no dedo dele e sandálias nos seus pés. Também tragam e matem o bezerro gordo. Vamos começar a festejar porque este meu filho estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado."
- E começaram a festa.
- Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando ele voltou e chegou perto da casa, ouviu a música e o barulho da dança. Então chamou um empregado e perguntou: "O que é que está acontecendo?"
- O empregado respondeu: "O seu irmão voltou para casa vivo e com saúde. Por isso o seu pai mandou matar o bezerro gordo."
- O filho mais velho ficou zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora e insistiu com ele para que entrasse. Mas ele respondeu: "Faz tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma ordem sua. Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito para eu fazer uma festa com os meus amigos. Porém esse seu filho desperdiçou tudo o que era do senhor, gastando dinheiro com prostitutas. E agora ele volta, e o senhor manda matar o bezerro gordo!"
- Então o pai respondeu: "Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. Mas era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado."