sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pascom entrevista o palhaço Casquinha!

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Com uma lona, auditório móvel com 550 cadeiras, som, iluminação, palco e cenário, além de contar com um elenco de 13 adultos e 7 mirins, a Companhia de Circo Teatro Casquinha tem alegrado a muitos em nossa região. Dionísio Pereira Martins é o ator que dá a vida ao personagem principal da Companhia, o palhaço Casquinha, nascido em Florianópolis, completará nova idade neste domingo dia 20 de fevereiro se apresentando em Porto Feliz na Estação das Artes no centro da cidade, de quinta a domingo sempre as 20h30m.

Durante a entrevista que o palhaço concedeu através da Pastoral da Comunicação, ele comentou sobre as alegrias e dificuldades em sua carreira.

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PASCOM - Como começou a trajetória da Cia. De Teatro?
CASQUINHA - Na verdade a nossa família já é tradicional no Circo Teatro, a nossa família tem mais de 50 anos de Circo Teatro. Mas o Circo Teatro do Casquinha surgiu na cidade Assaí, eu trabalhava no Circo Teatro Tubinho do primo meu, e sempre tive o sonho de montar meu próprio circo teatro, até que em 2002 se não me engano, começamos a trabalhar com o nosso circo teatro Casquinha.

PASCOM - Foi difícil começar?
CASQUINHA - É difícil até hoje. Claro que todo começo é difícil. A gente encontra muita dificuldade até hoje, muito preconceito ainda, muita burocracia, tem prefeitura que não permite a entrada do teatro na cidade, a busca pelo público, fazer o que o povo goste de teatro, é complicado, até hoje é muito difícil

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PASCOM - Quais sãos os tipos de preconceito que vocês enfrentam?
CASQUINHA - Ainda tem aquele preconceito de “o circo chegou na cidade, ah tire a roupa do varal que vão roubar”, e se acontece qualquer coisa errada na cidade o pessoal do circo é culpado. Então, você vai à prefeitura para entrar (na cidade) com o Circo, o pessoal tem aquele receio e não te recebe como era pra receber, com medo que vá acontecer alguma coisa ou que só tem bandido. Ainda tem gente que acredita nisso.

PASCOM - Quando uma prefeitura nega a entrada de vocês na cidade, o que é alegado?
CASQUINHA - Diretamente eles não falam o que é, mas eles dão o jeito dele de barrar a gente, alegam que tem uma lei que não permite a entrada, que não tem terreno, não tem como fazer agora por que tem alguma festa. Sempre inventam algum tipo de desculpa para não deixar a gente entra.

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PASCOM - E de Porto Feliz, o que você pode dizer?
CASQUINHA - Tanto que a gente está aqui de volta, por que aqui os governantes são muito bons, o diretor de Cultura Causim maravilhoso, grande amigo que fiz aqui, o Carlão diretor da Educação, o próprio prefeito Maffei, o Urias vereador, o Malinha. São pessoas que nós conhecemos aqui em Porto Feliz, aqui é outra coisa, um paraíso em termos de tratamento.

PASCOM - Além de cobrar a entrada, o Circo conta com a ajuda dos patrocinadores, qual a importância do apoio dos patrocinadores?
CASQUINHA - A importância é enorme, por que na verdade se dependêssemos somente de bilheteria é complicado. Nós temos que buscar outros caminhos como os patrocinadores, como os projetos que a gente entra também. O apoio do comerciante é muito importante para nós, e não me lembro de ter levado nenhum calote, é difícil conseguir, mas aqueles que fazem, fazem mesmo pra valer e acreditam no nosso trabalho.

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 PASCOM - No Ano passado, a prefeitura enviou alunos da rede pública municipal para assistirem algumas apresentações da Cia. de teatro. Qual a importância?
CASQUINHA - Foi através da Secretaria da Educação, foi para presentearmos as crianças, em especial aqueles que não têm acesso, não tem como pagar ingresso, que são do sítio e não tem como aqui vir à noite assistir um espetáculo. Essa foi uma Ideia que tivemos para que todos conhecessem o circo, o teatro, e foi maravilhoso, e acredito que foi importante para as crianças também, que vai ficar gravado na cabeça delas, concerteza.

PASCOM - Como vocês lidam com a educação das crianças e jovens?
CASQUINHA - Em cada cidade que a gente vai, matriculamos as crianças e enquanto ficamos na cidade, eles permanecem matriculados. Mudou, muda de escola. Geralmente encontramos problemas, mas tem uma Lei Federal a nosso favor, onde diz que toda escola é obrigada achar vagas para as crianças de circo, pessoas itinerantes. Só que muitos diretores, secretários das escolas não conhecem querem barrar, ai a gente acaba tendo que mostrar os nossos direitos, mas nunca chegou a ponto de entrar na justiça. A gente tem a lei em mãos, quando acontece qualquer coisa, mostramos a lei.

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PASCOM - Quantos espetáculos são ao todo?
CASQUINHA - Em torno de 90 espetáculos diferentes, algumas comédias são minhas, algumas são tradicionais de circo teatro até de domínio público pois ninguém sabe de quem é. E tem vários autores, amigos nossos que escrevem, o meu primo Tubinho que também escreve pois nós temos uma parceria, tem amigos meus de cidades onde passamos, aqui mesmo em Porto Feliz, tem o Marcão que escreveu um texto para nós, que a gente vai levar para outras cidades. São três meses sem repetir nenhum.

PASCOM - Em relação à Noite Quente, encontra uma certa dificuldade?
CASQUINHA - A noite quente como a gente coloca como desaconselhável, não temos encontrado, pois quem vai neste espetáculo já sabe o que vai ouvir, pois a noite quente não tem nada de mais, ela tem um pouco de palavrão e piadas para adultos, coisa que no espetáculo tradicional a gente faz de duplo sentido e piadas mais inocentes. E na noite quente não tem nudez, nem sexo explícito, não tem nada disto. É somente uma comédia dirigida mais pra adultos, não tem nada berrante é um humor para adultos.

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PASCOM - Quem o Casquinha admira?
CASQUINHA - Meu ídolo é Chaplin, é o grande mestre do humor ao fazer as pessoas rirem sem dizer uma palavra, é um talento gigantesco. No Brasil, gosto do Ary Toledo, tem muita gente boa, assim como também tem muita gente que não merecia estar na mídia.

PASCOM - Qual a situação do circo Casquinha em Porto Feliz?
CASQUINHA - Estamos fixados em Porto Feliz, a idéia é ficar de vez para montar o nosso quartel general, pois precisamos de um local fixo, para guardarmos algum material que a gente não usa mais, para quando quiser tirar umas férias e ter pra onde ir e ficando em um lugar só a companhia e trabalhar em toda a região.

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PASCOM - E com a prefeitura tem em vista algum projeto de oficina de Circo Teatro?
CASQUINHA - Sim, nos estamos em conversação para uma oficina de Circo Teatro para crianças e adultos, inclusive gratuitos. Estamos em conversação com a Cultura, com o Causim, para por em prática isto.

PASCOM - E como está a apresentação dos espetáculos na região?
CASQUINHA - Neste final de semana (de 10 a 13/02) em Cesário Lange e de 17 a 20/02 em Porto Feliz na Estação das Artes, sempre as 20h30m. Depois de Porto Feliz, vamos continuar morando aqui, e vamos tentar ir para Cerquilho onde já estivemos lá. Retornar a outras cidades em que já passamos.

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PASCOM - O que é a Companhia de Circo Teatro Casquinha?
CASQUINHA - Acredito que é um sonho que eu realizei, encontrei muitas decepções coisas que eu não esperava que fossem daquele jeito, encontrei muitas alegrias, fiz muitas amizades, conheci muitos lugares que se não fosse o Circo eu não conheceria, como Porto Feliz seria uma delas, é algo bom em nossa vida, com as alegrias. As dificuldades estão um pouco pensando sobre nós, pois estamos parados com o Circo, que está em reforma por causa da lona devido aos temporais, a gente corre muito risco com os temporais. Aqui é diferente né? Parece que não chove. Chove em tudo quanto é lugar menos aqui (risos), são coisas que nos fazem pensar em parar totalmente, as vezes não, sei lá. É uma paixão, mas uma paixão muito difícil de manter. É uma luta.

O circo teatro Casquinha é uma fábrica de risos, então é pra aquela pessoa que está com problemas, com stress do dia a dia, é um terapia, a pessoa vai e naquele momento eu garanto que as pessoas vão esquecer dos seus problemas, vai rir muito, vai se divertir. É um trabalho diferente, por que não é como os outros circos. Quem não foi, vale a pena conferir, que é gargalhada garantida é pra esquecer dos problemas, é dar uma aliviada.

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PASCOM - Qual a sua opinião da presença de animais nos Circos?
CASQUINHA - Eu sou contra tirar totalmente os animais dos Circos, pois tem sim circos que maltratam os animais realmente tem muitos, mas conheci circos, que tratavam animais como seus próprios filhos, isto acho injusto. Eu já vi os domadores, os Circos tratarem muito bem os animais, eu acho que deveria ter uma fiscalização, um outro tipo de trabalho sobre isto, uma legalização disso tudo, devia dar autorização para aqueles que realmente trabalham seriamente, que cuidam bem dos seus animais. Eu sou totalmente contra estas pessoas estas pessoas que maltratam os animais, isto eu não concordo mesmo, tem que proibir e tirar. Mas acho que foi muito radical tirar todos os animais do Circo. Tem que ver o histórico do Circo, como são tratados os animais.

PASCOM - No Circo Teatro têm muito rodízio de atores?
CASQUINHA – Com certeza, muito. Por que para trabalhar com esta vida, tem que gostar muito, muito mesmo, pois muda de cidade, monta e desmonta circo e tem gente que passa um tempo com a gente, pois aqui é uma das melhores escolas de teatro, é o Circo Teatro, pois toda a noite tem um personagem diferente, muitos saem por que quererem algo maior como a televisão, ir pra novela.

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PASCOM - O que é preciso para entrar no Circo Teatro do Casquinha?
CASQUINHA - Primeiro ser louco (risos). Tem que gostar muito, ter vontade de ser ator, pois o resto vem naturalmente, vai aprendendo.

PASCOM - Como é a sua Fé?
CASQUINHA - Deus é tudo na nossa vida, sem Deus não tem nem como a gente estar aqui te dando uma entrevista. Já aconteceu muitos casos de não ter nem como sair da cidade, de não ter o dinheiro suficiente, mas a Fé em Deus fez com que a gente sempre acreditasse que no final daria certo e sempre deu. Nossa família é muito religiosa e sempre pedimos e agradecemos a Deus, pois não é só pedir. Graças a Deus nunca passamos fome, doença raramente acontece então a gente agradece a Deus e estamos aqui graças a Ele.

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Mais sobre o Circo Teatro

Diferente do que muitas pessoas imaginam, o circo teatro não possui malabaristas, trapezistas e números com animais, mas sim, uma peça de teatro encenada embaixo de uma lona de circo. Atualmente, o circo-teatro não é um gênero de teatro muito comum, porém fez muito sucesso no Brasil durante o século XX. As peças mais comuns são as cômicas e as melodramáticas. O desenvolvimento desta arte aconteceu com Procópio Ferreira, conhecido pelo pseudônimo de ‘João Álvaro de Jesus Quental Ferreira’. Procópio, antes de morrer em 1979, completou 60 anos de carreira além de ter sido o ator brasileiro que popularizou o teatro nas décadas de 40 e 50. O sucesso deste tipo de espetáculo aconteceu num tempo em que a influência do cinema e da televisão ainda era pequena.

Nessa época, companhias circenses, grandes ou pequenas, passavam por várias cidades do país e apresentavam grandes números de textos, algumas até chegavam a apresentar uma peça diferente por dia e para um público específico.
No início do circo-teatro os textos eram preparados no dia da peça e aperfeiçoados com o tempo. As companhias que as apresentavam normalmente eram formadas por tradicionais famílias circenses que viajavam pelo país.

 

Atual elenco adulto:
Jonatas Paixão, Cristina Paixão, Cristina Martins, Cristian Bryan, Christofer Martins, Emerson Monteiro, Emanuel Monteiro, Jailson Martins, Viviane Martins, Rafael Gonçalvez, Eduardo e Cidinha Garcia.

Elenco mirin:
Camila Martins 9 anos, Caio Martins 1 ano e 8 meses, Felipe 3 anos, Ágata 1 ano e 9 meses, Eduarda 7 anos, André Luís 9 anos e Carol Martins 6 anos.

fotos e texto: Felipe Miranda/Pastoral da Comunicação

2 comentários:

  1. Adoro Casquinha ja fui assistir com amigo Diogo Tezotto e sua esposa, e quando o Tubinho esteve em ITU não perdi um dia!

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  2. Diogo Tezzotto de Capivari com Cintia

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