quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Halloween vs Dia de Todos os Santos

 

Vivemos no Ocidente um período de grave crise de identidade. Basta olhar para nossas cidades, outrora vilas, como a de São Vicente que iniciou este país, cujo primeiro nome foi Terra de Santa Cruz, para percebermos como o Cristianismo está entranhado à nossa história. No Centro de qualquer cidade brasileira, altaneira está a Cruz, pois a Cidade se desenvolveu em torno da Igreja. Assim, o primeiro monte avistado recebeu o nome de “Pascoal” porque fora avistado na Páscoa Cristã, um de nossos estados recebeu o nome de Santa Catarina, e o estado do Sudeste que é coração econômico deste país, homenageia o Apóstolo São Paulo, por isso o homônimo.

Por que faço ao estimado leitor esta reflexão? Porque hoje, esquecendo-se do passado, muitos de nossos representantes teimam em abolir a Cruz das repartições públicas, até pensam, em Sorocaba, em retirar o tótem que traz a mensagem “Sorocaba é do Senhor Jesus Cristo”, mas não hesitam em ceder ao imperialismo norte-americano com seus símbolos e folclores como um sinal de superação e de progresso. Hoje, uma abóbora com uma carranca pitoresca (símbolo do Halloween) é mais aceita do que a Cruz, símbolo pilar da Civilização Ocidental.

Por que valorizar um costume estrangeiro como se fosse mais nobre, se temos tantas riquezas culturais e nossa identidade própria, bem como nossos famosos “causos” contados a nós por nossos pais à luz de vela, quando a energia elétrica findava por alguns instantes, ou mesmo antes desta existir?

O Halloween chegou-nos dos Estados Unidos da América e, hoje, é celebrada em toda a Europa no 31 de Outubro. Esta comemoração veio dos antigos povos bárbaros Celtas, que habitavam a Grã-Bretanha há mais de 2000 anos. Estes povos realizavam as colheitas nesta época do ano e, segundo um antigo ritual, para eles os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra durante essa noite, e queriam, entre outras coisas, alimentar-se e assustar as pessoas. Então, os Celtas costumavam vestir-se com máscaras assustadoras para afastar esses espíritos. Este episódio era conhecido como o “Samhaim”. Com o passar do tempo, os cristãos chegaram à Grã-Bretanha, e os povos que aí viviam converteram-se ao Evangelho, transformando este ritual pagão numa festa religiosa.

Em lugar de se honrar espíritos e forças ocultas, este povo começou a honrar os santos, então, a Festa (pela influência dos irlandeses) ganhou o nome de “All Hallows Evening”, em bom inglês ipsis literis: “Todos os Santos da tarde”, ou seja das vésperas da Festa Cristã de Todos os Santos. Com o tempo, a festa popular voltou a enaltecer os chamados “espíritos decaídos” ou “condenados”.

Atualmente, o Halloween é celebrado no dia 31 de Outubro também no Brasil, justamente na véspera da Festa Católica de Todos os Santos. A Primeira é a “Festa dos Mortos”, onde pessoas se vestem de vampiros, bruxas ou zumbis, ou se formos mais francos, de “fracassados”. Vide o fato de que “zumbi” é uma espécie de morto-vivo cujos membros em putrefação caem do corpo, vampiros são seres (segundo a lenda) amaldiçoados pelo demônio…(muito sintomático o fato de nossos adolescentes se identificarem tanto com eles e seus romances contemporâneos) e por aí vai o disparate “cultural”.

Já a festa paralela “De todos os Santos” é a Festa de homens e mulheres que de tão bons que foram em tudo o que fizeram nao viram seu nomes desaparecerm nem mesmo com a morte. Até hoje são lembrados, estimados, valorizados porque não fracassaram diante dos desafios da vida, mas foram vencedores. Assim, caro leitor, o pai e a mãe podem escolher se realmente desejam que seu filho se vista de um “morto-vivo”, um “amaldiçoado”, ou um santo vitorioso que nos incentiva com a vida e a morte a irmos além.

Quem dera que vestíssimos nosso filhos de santos, ou de verdadeiros heróis, e não de decadentes. Se quem sabe, seguíssemos aquela antiga música brasileira que cantarolávamos: “meu filho vai ter nome de Santo”… utopia? Talvez!

Nossos irmãos, os colonizadores patrícios, tem um saudável costume nesta época. Em Portugal, no Dia de Todos os Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos grupos para pedir o Pão por Deus de porta em porta. Em tempos, as crianças, quando pediam o Pão por Deus, recitavam versos e recebiam como oferenda pão, broas, bolos, romãs, frutos secos, nozes, amêndoas ou castanhas, que colocavam dentro dos seus sacos. É costume, em algumas regiões, os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em algumas povoações chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’. Mas hoje, caro leitor, vivemos num tempo em que bons costumes não pegam!

Em suma, hoje infelizmente perdemos a cada dia nossa identidade, nossa história, nosso folclore e preferimos o Halloween: Festa da morte, e não o “Todos os Santos”: Festa da Vida.

Padre Wagner Lopes Ruivo

Pároco da Paróquia São José Operário

Bacharel em Filosofia e Teologia

Em nossa fraqueza necessitamos da Eucaristia

Quarta-Feira, 31 de outubro 2012

A Eucaristia é o mistério da pobreza. Nela Jesus Cristo se mostra numa extrema pobreza, vindo do céu em auxílio à nossa pobreza.
Em todos os momentos em que a Igreja foi abatida pela heresia, o Senhor a socorreu, pois esta, muitas vezes, ficou totalmente enfraquecida e necessitada. Pois quando isso acontece, a força do inferno é que vem para feri-la [Igreja] e tentar solapar os seus fundamentos. Mas o próprio Jesus afirma: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16,18).
Ainda hoje o céu continua a vir em auxílio à nossa pobreza todos os dias em que Jesus se dá a nós na Eucaristia. Necessitamos dela a cada dia por causa das nossas dúvidas, da fraqueza de nossa fé e para que nos firmemos no caminho de Deus e em Seus mandamentos. Ela [Eucaristia] é uma necessidade para nossas misérias; e mesmo como nossos pecados, não deixamos de ser filhos de Deus. A Igreja continua sendo mãe e continuamos sendo filhos. Ela não põe ninguém para "fora de casa", não faz nenhum julgamento e não condena ninguém como réu.
Como a Igreja, nós também precisamos ser cheios de misericórdia, por isso, necessitamos da Eucaristia.
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib

Novas Tecnologias e Vida Consagrada: saiba mais sobre o assunto

 

André Luiz
Da Redação

CRB

As novas relações que não mudarão os princípios, mas vão mudar as formas de dialogar e até os métodos de formação, diz Irmã Joana Puntel

Em meio à pluralidade das novas tecnologias e ao estilo de vida virtual do homem contemporâneo, a Igreja Católica busca encontrar um espaço adequado com o qual possa usufruir destas novidades tecnológicas para semear o Reino de Deus.

Pensando nisso, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) promovem entre os dias 1º e 4 de novembro de 2012, um Seminário de Comunicação que visa discutir o tema: “Novas Tecnologias, Novas Relações na Vida Consagrada: desafios culturais e perspectivas.”

A palestra de abertura do evento será feita pela Irmã Joana Terezinha Puntel, da Congregação das Irmãs Paulinas. A religiosa, que  também é professora universitária, explicou que a palestra busca localizar e situar a vida consagrada que está na Igreja, que está nessa sociedade, na qual precisa desenvolver a sua evangelização. A palestra servirá também como tentativa de compreensão da forma como estas novas tecnologias geram novas relações e, portanto, afetam a vida consagrada.

“São novas relações que não mudarão os princípios, mas vão mudar as formas de dialogar e até os métodos de formação. Afinal, existe uma nova maneira de aprender, de ensinar, de compreender as coisas e, isto diz respeito à vida consagrada, à vida de religiosos e religiosas que estão a todo momento em contato com essa sociedade”, destaca Irmã Joana.

Para a Irmã, não basta utilizar os novos instrumentos, mas é necessário um mergulho na cultura midiática. “A nós cabe voltar a atenção para o que está acontecendo com o ser humano ao fazer uso e ao estar nessas redes sociais. Afinal, Jesus veio para salvar as pessoas, não aos maquinários. Portanto, é necessário saber o que está acontecendo com a juventude e as demais pessoas que estão se relacionando de forma diferente do que poderíamos imaginar quatro ou cinco anos atrás. Por isso é fundamental mergulhar na cultura, no seu sentido antropológico”. 

Desafios

Conhecer a cultura, segundo Irmã Joana, é um dos principais desafios para a Igreja, que tem buscado fazer-se presente no uso das novas tecnologias. É preciso que a Igreja entre neste meio também colaborando, principalmente com a juventude, para que ela compreenda o que vem a ser essa cultura virtual. 

Outro desafio citado pela Irmã é o risco de cair na superficialidade. Logo, seria necessário um aprofundamento cultural e antropológico da sociedade, buscando uma inovação dos métodos pastorais.

“A comunicação passa por uma mudança na sua própria natureza. Ou seja, aquela forma unilinear de se comunicar e de se passar um conteúdo sofreu mudanças. Isso implica na adequação à interatividade, à interconexão e etc. Estes são aspectos e posturas com os quais nós, Igreja, não estamos habituados. Portanto, é necessária a adequação”.
Igreja e novas tecnologias

Irmã Joana também lembra o que disse o Papa Bento XVI em relação à autenticidade nas novas tecnologias. “É necessária uma formação para a liberdade responsável e para a formação humana, que fale da maneira cristã de se estar nas redes. A presença do cristão nas novas tecnologias precisa ser um reflexo daquilo que ele, de fato, é no seu interior”, lembrou a religiosa.
O incentivo à inserção da Igreja nos novos meios de comunicação parte de Bento XVI, especialmente em sua mensagem para o
Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, quando diz: “Devemos olhar com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem atual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus.”

O Seminário de Comunicação pretende reunir na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), em São Paulo (SP), cerca de 200 pessoas, entre elas: consagrados e consagradas jovens, formadores, estudantes de Teologia e Filosofia, Superiores Maiores e Coordenadores de Comunidade.

Para mais informações sobre o evento, acesse o site: www.crbnacional.org.br