sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Lula como presidente do Banco Mundial?

 

Dilma-posse-lula

Fernando Dantas

Em artigo no site do Financial Times, Gregory Chin, professor de Ciência Política da York University, no Canadá, propõe o nome de Lula para presidente do Banco Mundial, em substituição a Robert Zoellick, que está saindo (ironicamente, Lula certa vez chamou Zoellick, então representante comercial dos Estados Unidos, principal negociador de comércio exterior, de “sub do sub do sub”).

Chin, em seu artigo, mencionou o fato de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu que o novo presidente do Banco Mundial não seja necessariamente de nenhuma nacionalidade específica, mas sim alguém competente e capaz.

Para o articulista, Lula é o candidato ideal pela sua gestão competente da economia brasileira, pelo seu carisma, pelos laços que criou entre os países emergentes e pelo seu prestígio junto aos países ricos. Caso Lula não queira aceitar, por razões de saúde, Chin acha que deveria ser buscado alguém de perfil semelhante.

http://blogs.estadao.com.br/fernando-dantas/2012/02/17/lula-como-presidente-do-banco-mundial/

Salvar vidas ou o capital?


O melhor Papai-Noel do mundo merecera 523 instituições financeiras europeias quatro dias antes do Natal: 489 bilhões de euros (o equivalente a R$ 1,23 trilhão), emprestados pelo BCE (Banco Central Europeu) a juros de 1% ao ano!

Curiosa a lógica que rege o sistema capitalista: nunca há recursos para salvar vidas, erradicar a fome, reduzir a degradação ambiental, produzir medicamentos e distribui-los gratuitamente. Em se tratando da saúde dos bancos, o dinheiro aparece num passe de mágica!

Há, contudo, um aspecto preocupante em tamanha generosidade: se tantas instituições financeiras entraram na fila do bolsa-BCE, é sinal de que não andam bem das pernas…

Quais os fundamentos dessa lógica que considera mais importante salvar o Mercado que vidas humanas? Um deles é este mito de nossa cultura: o sacrifício de Isaac por Abraão (Gênesis 22, 1-19).

No relato bíblico, Abraão deve provar a sua fé sacrificando a Javé seu único filho, Isaac. No exato momento em que, no alto da montanha, prepara a faca para matar o filho, o anjo intervém e impede Abraão de consumar o ato. A prova de fé fora dada pela disposição de matar. Em recompensa, Javé cobre Abraão de bênçãos e multiplica-lhe a descendência como as estrelas do céu e as areias do mar.

Essa leitura, pela ótica do poder, aponta a morte como caminho para a vida. Toda grande causa - como a fé em Javé - exige pequenos sacrifícios que acentuem a magnitude dos ideais abraçados. Assim, a morte provocada, fruto do desinteresse do Mercado por vidas humanas, passa a integrar a lógica do poder, como o sacrifício “necessário” do filho Isaac pelo pai Abraão, em obediência à vontade soberana de Deus.

Abraão era o intermediário entre o filho e Deus, assim como o FMI e o BCE fazem a ponte entre os bancos e os ideais de prosperidade capitalista dos governos europeus - que, para escapar da crise, devem promover sacrifícios.

Essa mesma lógica informa o inconsciente do patrão que sonega o salário de seus empregados sob pretexto de capitalizar e multiplicar a prosperidade geral, e criar mais empregos. Também leva o governo a acusar as greves de responsáveis pelo caos econômico, mesmo sabendo que resultam dos baixos salários pagos aos que tanto trabalham sem ao menos a recompensa de uma vida digna.

O deus da razão do Mercado merece, como prova de fidelidade, o sacrifício de todo um povo. Todos os ideais estão  prenhes de promessas de vida: a prosperidade dos bancos credores, a capitalização das empresas ou o ajuste fiscal do governo. Salva-se o abstrato em detrimento do concreto, a vida humana.

O espantoso dessa lógica é admitir, como mediação, a morte anunciada. Mata-se cruelmente através do corte de subsídios a programas sociais; da desregulamentação das relações trabalhistas; do incentivo ao desemprego; dos ajustes fiscais draconianos; da recusa de conceder aos aposentados a qualidade de uma velhice decente.

A lógica cotidiana do assassinato é sutil e esmerada. Aqueles que têm admitem como natural a despossessão dos que não têm. Qualquer ameaça à lógica cumulativa do sistema  é uma ofensa ao deus da liberdade ocidental ou da livre iniciativa. Exige-se o sacrifício como prova de fidelidade. Não importa que Isaac seja filho único. Abraão deve provar sua fidelidade a Javé. E não há maior prova do que a disposição de matar a vida mais querida.

A lógica da vida encara o relato bíblico pelos olhos de Isaac. Este não sabia que seria assassinado, tanto que indagou ao pai onde se encontrava o cordeiro destinado ao sacrifício. Abraão cumpriu todas as condições para matar o filho. Subjugou-o, amarrou-o, colocou-o sobre a lenha preparada para a fogueira e empunhou a faca para degolá-lo.

No entanto, inspirado pelo anjo, Abraão recuou. Não aceitou a lógica da morte. Subverteu o preceito que obrigava os pais a sacrificarem seus primogênitos. Rejeitou as razões do poder. À lei que exigia a morte, Abraão respondeu com a vida e pôs em risco a sua própria, o que o forçou a mudar de território.

Se não mudarmos de território – sobretudo no modo de encarar a realidade -, como Abraão, continuaremos a prestar culto e adoração a Mamom. Continuaremos empenhados em salvar o capital, não vidas, e muito menos a saúde do planeta.

Autor: Frei Betto

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=20271&cod_canal=53

Evangelho do Dia

Ano B - Dia: 17/02/2012

Vida por causa do Evangelho

Leitura Orante
Mc 8,34-9,1
Aí Jesus chamou a multidão e os discípulos e disse:
- Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa e por causa do evangelho terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida. Portanto, se nesta época de incredulidade e maldade alguém tiver vergonha de mim e dos meus ensinamentos, então o Filho do Homem, quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos, também terá vergonha dessa pessoa.
E Jesus terminou, dizendo:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: estão aqui algumas pessoas que não morrerão antes de verem o Reino de Deus chegar com poder.

AJUDE A COMBATER A EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL DURANTE O CARNAVAL

 

Lançada pela Fundação Telefônica  http://www.fundacaotelefonica.org.br/), a campanha de carnaval sobre a exploração e o abuso sexual contra crianças e adolescentes será veiculada entre os dias 11 de fevereiro e 02 de março, em 30 municípios do estado de São Paulo, por meio de peças destinadas a TV e internet, a fim de sensibilizar a população e alertar para a importância do tema.
Como parte da estratégia do projeto Ação Proteção, de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, desenvolvido pela Fundação Telefônica desde fevereiro de 2010, a campanha prevê a veiculação de dois filmes para tevê de 30 segundos cada, criados em formato de animação, com o objetivo de afirmar o direito de proteção às crianças, atentar para a facilidade de atraí-las durante esse período e o quanto a violência sexual pode lhes roubar a infância.


Mais informações:
Fundação Telefônica
Assessoria de Imprensa
Marli Romanini
Tel: (11) 3035-1971
Email: marli.romanini@maquina.inf.br
Fonte: Fundação Telefônica

Autor: Fundação Telefônica