Por causa da obesidade mórbida, ela precisa respirar por aparelho. Família está tentando vaga para fazer cirurgia bariátrica.
Do G1 Itapetininga e Região
Uma moradora de Itapetininga (SP), de 64 anos, está com dificuldades para sair do quarto e levar uma vida normal. O problema de Neusa Maria Cardoso Marques é que ela está com quase 300 quilos e sofre com a obesidade mórbida. A mulher não consegue sair de casa há cinco anos. Além da dificuldade de mobilidade, Neusa precisa da ajuda de um aparelho para conseguir respirar.
Com o excesso de peso, a dona de casa começou a apresentar outros problemas de saúde, como pressão alta e dores de cabeça. A idosa conta que se sente mal em não conseguir sair da cama. “Eu sinto, às vezes, que não sou nada. Tem horas que a gente pensa até ser um bicho, porque fica aqui, trancada no quarto, sentada. Não posso fazer nada”, revela.
Alan Roberto da Luz, filho de Neusa, conta que é ele e o pai que ajudam com as tarefas rotineiras. Ele explica que mãe foi engordando aos poucos, e que até chegou a fazer dietas e passou por acompanhamento médico. “Os médicos dizem que ela precisa fazer um tratamento para perder, pelo menos, 40% da massa do corpo dela. Ela precisa eliminar um pouco do peso para, depois, pensar em fazer uma cirurgia, como a bariátrica”, ressalta Alan.
Neusa diz que a maior dificuldade é encontrar um lugar ideal para fazer o tratamento. “Eu queria fazer um tratamento aqui em casa, até arrumar um lugar adequado para ir”.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Neusa já fez uma reunião com o grupo do Programa da Saúde da Família (PSF). A família conversou com médicos que confirmaram o problema respiratório dela, sendo necessário o uso de oxigênio 24 horas por dia.
A secretaria informou que está aguardando o relatório dos médicos para que possa dar sequência no atendimento de Neusa, sendo transferida para uma cirurgia de redução de estômago.
Mulher precisa de aparelho para respirar.
(Foto: Reprodução/TV Tem)
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade mórbida atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.
A obesidade mórbida está relacionada a diversos fatores, como predisposição genética, problemas nas glândulas, no intestino e no estômago. Alterações nervosas e psicológicas, além de alimentação irregular e falta de exercícios físicos, também podem desencadear a doença.
A médica endocrinologista Lilian Ciryneu explica que mulheres no período pós-parto ou na menopausa também podem ter problemas com a obesidade. Segundo Lilian, essa é uma fase que existem muitas alterações hormonais.
“A pessoa passa a ter um descontrole na alimentação, uma distorção, às vezes, visual do seu corpo. Isso favorece engordar”. Ela comenta que uma pessoa que fazia bastante atividade física e para, o corpo pode sentir, facilitando o ganho de peso.
Mas a médica argumenta que “não é só a cirurgia bariátrica que resolve. A obesidade mórbida pode tentar reverter sem cirurgia. Para isso, é feito um tratamento médico, com equipamentos, atividade física e reeducação alimentar, além de apoio psicológico”.
Lilian conta que alguns trabalhos feitos no Rio de Janeiro, algumas pessoas que estavam na fila para conseguir a cirurgia, acabaram emagrecendo antes, sem precisar de intervenção cirúrgica.