terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mulher de 300 kg não sai de casa há cinco anos em Itapetininga, SP

 

Por causa da obesidade mórbida, ela precisa respirar por aparelho. Família está tentando vaga para fazer cirurgia bariátrica.

Do G1 Itapetininga e Região

 

Uma moradora de Itapetininga (SP), de 64 anos, está com dificuldades para sair do quarto e levar uma vida normal. O problema de Neusa Maria Cardoso Marques é que ela está com quase 300 quilos e sofre com a obesidade mórbida. A mulher não consegue sair de casa há cinco anos. Além da dificuldade de mobilidade, Neusa precisa da ajuda de um aparelho para conseguir respirar.

Com o excesso de peso, a dona de casa começou a apresentar outros problemas de saúde, como pressão alta e dores de cabeça. A idosa conta que se sente mal em não conseguir sair da cama. “Eu sinto, às vezes, que não sou nada. Tem horas que a gente pensa até ser um bicho, porque fica aqui, trancada no quarto, sentada. Não posso fazer nada”, revela.

Alan Roberto da Luz, filho de Neusa, conta que é ele e o pai que ajudam com as tarefas rotineiras. Ele explica que mãe foi engordando aos poucos, e que até chegou a fazer dietas e passou por acompanhamento médico. “Os médicos dizem que ela precisa fazer um tratamento para perder, pelo menos, 40% da massa do corpo dela. Ela precisa eliminar um pouco do peso para, depois, pensar em fazer uma cirurgia, como a bariátrica”, ressalta Alan.

Neusa diz que a maior dificuldade é encontrar um lugar ideal para fazer o tratamento. “Eu queria fazer um tratamento aqui em casa, até arrumar um lugar adequado para ir”.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Neusa já fez uma reunião com o grupo do Programa da Saúde da Família (PSF). A família conversou com médicos que confirmaram o problema respiratório dela, sendo necessário o uso de oxigênio 24 horas por dia.

A secretaria informou que está aguardando o relatório dos médicos para que possa dar sequência no atendimento de Neusa, sendo transferida para uma cirurgia de redução de estômago.

Mulher precisa de aparelho para respirar. (Foto: Reprodução/TV Tem)Mulher precisa de aparelho para respirar.
(Foto: Reprodução/TV Tem)

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade mórbida atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.

A obesidade mórbida está relacionada a diversos fatores, como predisposição genética, problemas nas glândulas, no intestino e no estômago. Alterações nervosas e psicológicas, além de alimentação irregular e falta de exercícios físicos, também podem desencadear a doença.

A médica endocrinologista Lilian Ciryneu explica que mulheres no período pós-parto ou na menopausa também podem ter problemas com a obesidade. Segundo Lilian, essa é uma fase que existem muitas alterações hormonais.

“A pessoa passa a ter um descontrole na alimentação, uma distorção, às vezes, visual do seu corpo. Isso favorece engordar”. Ela comenta que uma pessoa que fazia bastante atividade física e para, o corpo pode sentir, facilitando o ganho de peso.

Mas a médica argumenta que “não é só a cirurgia bariátrica que resolve. A obesidade mórbida pode tentar reverter sem cirurgia. Para isso, é feito um tratamento médico, com equipamentos, atividade física e reeducação alimentar, além de apoio psicológico”.

Lilian conta que alguns trabalhos feitos no Rio de Janeiro, algumas pessoas que estavam na fila para conseguir a cirurgia, acabaram emagrecendo antes, sem precisar de intervenção cirúrgica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário!

Seja bem vindo!
Pascom Porto Feliz