segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Tríduo Acadêmico terminou


 

(Acreditamos que a opinião da aluna Darlene, reflete de um modo geral o que foi esse evento que pelo seu brilhantismo pelo conteúdo e pelo desempenho dos expositores, valeu como uma aula, para os que abriram o seu espírito e o coração para o aprendizado teológico)


O Tríduo Acadêmico, realizado pelo Instituto de Teologia João Paulo II, que iniciou-se na quarta Feira dia 08 de Setembro, terminou de forma brilhante na Sexta Feira quando os Professores Frei Silvio e Victor Claudio Vallerini debateram o papel de Teologia na Reconstrução das Identidades Nacionais contemporâneas a partir de suas experiências com outras Etnias, Timor Leste e Kosovo. A Aluna Darlene Aparecida, que cursa o Terceiro ano, fez um belo resumo desse evento, que na sua opinião foi bastante positivo.

 

O Instituto de Teologia João Paulo II apresentou na última semana uma série de palestras que levou os ouvintes a refletirem sobre a Identidade Católica. Todos os palestrantes abordaram temas importantíssimos para essa reflexão. Identificando, na história da filosofia, os momentos marcantes das transformações do pensar lógico e sua interface com a religião, o Prof. Pe. André destacou a crise dos grandes discursos e a manifestação dos limites da linguagem e indagou: O que é fontal no fazer teológico? Apresentou a necessidade que muitos pensadores tiveram em recorrer à poesia para falar e pensar “esse SER que se revela e se esconde”. O homem que se debate com as formas de interpretar e tem consciência da história descobre indubitavelmente que Deus é quem faz a sua auto-revelação. O Prof. Anderson abordou os primórdios da fé cristã que aceitou Jesus Cristo no meio do conflito, social, político e teológico de seu tempo. Ele apontou três características da identidade cristã, forjada nesse conflito: 1) Abertura sotero-universalista, incorporação de diferenças e a relativização destas em nome de uma nova identidade. 2) Proposta de uma fraternidade universal : “Não se deve fazer acepção de pessoas”. 3) Uma nova leitura de mundo, visto a partir dos critérios do evangelho de Jesus. Uma crítica onde a realidade é transformadora¨


                  SEGUNDO DIA: TRENTO, O CENTRO DAS ATENÇÕES

O prof.  Pe. Rodolfo teceu um cenário bastante interessante sobre o Concílio de Trento e sua influência na identidade católica. Esse Concílio aconteceu num momento da História da Igreja onde a Reforma Protestante exigia uma resposta e assim sendo, ele apresentou aquilo “que era possível” para o momento histórico. “A Igreja sempre soube em falar de si para si mesma”, disse ele.

Trento firmou os dogmas e os apresentou para fora, para um universo carregado de pressupostos racionais, se o Concilio Vaticano II se preocupou em entender melhor e colocar em prática o que cremos, Trento foi altamente dogmático e preocupado com a doutrina, apresentou uma resposta dura na tentativa de proteger suas afirmações. Trento gerou ou afirmou uma Igreja romana, clerical e um catolicismo popular.

Ainda no mesmo dia, o prof. Alex Villas Boas trouxe algumas reflexões sobre os pensamentos do PE. Antonio Vieira, jesuíta, portanto seguidor de Inácio de Loyola. Vieira sabia olhar os sinais dos tempos e percebe que a justiça e a unidade são indispensáveis para uma Teologia encarnada e para a prática evangélica, chega inclusive a sugerir a reconstrução do Templo de Jerusalém como sinal de paz entre as três grandes religiões, por vezes na história tão rivais. Disse ainda que a Teologia Vierina honra Deus presente no ser humano, categoria que vai se desenvolver posteriormente.

                         TERCEIRO DIA: UMA VIAGEM A TIMOR LESTE E KOSOVO

O prof. e doutor Frei Silvio e o Prof. Victor, levaram-nos a uma viagem pela história e os últimos acontecimentos do Timor Leste, Kosovo e Ruanda. Eles lá estiveram participando da ajuda humanitária e de forças de paz. Descreveram as grandes tragédias acontecidas nesses países, a miséria e a desolação em que se encontravam as suas populações. Frei Silvio destacou as figuras mais expoentes do Timor Leste citando Ramos Horta e o Bispo Belo (Em Dezembro de 1996, José Ramos-Horta partilha o Nobel da Paz com o compatriota bispo Carlos Filipe Ximenes Belo).

Já o prof. Victor mencionou Paul Rusesabagina,  um morador de Ruanda, hutu de nascimento, que foi capaz de salvar a vida de 1268 pessoas durante o genocídio de Ruanda em 1994, com quem pode ter contato pessoalmente e que é considerado um grande herói naquele país. Ambos palestrantes puderam perceber que, em situações extremas, é o amor ao próximo e a fraternidade que falam mais alto. Mesmo tendo trabalhado e convivido com muçulmanos, judeus e ortodoxos, o que há em comum a todos é a compaixão. Ela também é o que garante nossa identidade católica.

              EVENTO REENCANTOU NOSSOS OLHARES – AFIRMOU DARLENE

A série de palestras apresentadas pelo Instituto de Teologia ofereceu a oportunidade de revisitar e reavivar nossa identidade cristã e de católicos engajados. Os palestrantes foram muito felizes em suas colocações, partindo de um panorâma filosófico-teológico com os professores André e Anderson, chegamos ao universo prático do SER cristão nos trabalhos missionários ad gentes, com os professores Frei Silvio e Victor.

Conhecer a influência do Concílio de Trento e a atualidade do pensamento do Pe. Antonio Vieira também foi muito importante para perceber que as nossas bases católicas são sólidas e capazes de nos fazer transcender e ultrpassar as barreiras da ortodoxia e dos preconceitos para atender as mais legítimas necessidades do ser humano. Um rol de estudos como este tem enorme peso sobre nosso conhecimento, reencanta nossos olhares e impulsiona nossas vontades de seguidores e irmãos de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, que veio para todos e quer nos salvar por amor.

O SEMINARISTA DANILO TAMBÉM COMENTOU SOBRE O EVENTO




Veja alguns momentos da exposição do Frei Silvio na última Sexta

Salmo 79



Salmo 79

1 ó Deus, as nações invadiram a tua herança; contaminaram o teu santo templo; reduziram Jerusalém a ruínas.

2 Deram os cadáveres dos teus servos como pastos às aves dos céus, e a carne dos teus santos aos animais da terra.

3 Derramaram o sangue deles como água ao redor de Jerusalém, e não houve quem os sepultasse.

4 Somos feitos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que estão em redor de nós.

5 Até quando, Senhor? Indignar-te-ás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo?

6 Derrama o teu furor sobre as nações que não te conhecem, e sobre os reinos que não invocam o teu nome;

7 porque eles devoraram a Jacó, e assolaram a sua morada.

8 Não te lembres contra nós das iniqüidades de nossos pais; venha depressa ao nosso encontro a tua compaixão, pois estamos muito abatidos.

9 Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; livra-nos, e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome.

10 Por que diriam as nações: Onde está o seu Deus? Torne-se manifesta entre as nações, à nossa vista, a vingança do sangue derramado dos teus servos.

11 Chegue à tua presença o gemido dos presos; segundo a grandeza do teu braço, preserva aqueles que estão condenados à morte.

12 E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço, setuplicadamente, a injúria com que te injuriaram, Senhor.

13 Assim nós, teu povo ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em geração publicaremos os teus louvores.