quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Saiba mais sobre o ecumenismo no Pontificado de Bento XVI

 

images Rádio Vaticano

O Papa Bento XVI, logo no início do seu Pontificado, colocou o ecumenismo e o diálogo inter-religioso como uma de suas prioridades. Sua consciência sobre a importância desta missão está radicada em vários fatores da história da sua vida: foi perito do Concílio Vaticano II, braço direito de João Paulo II nas questões doutrinais, teólogo conhecedor da problemática ecumênica e, como cristão alemão, sentiu de perto a problemática ecumênica, como afirmou no seu discurso em Colônia, em 19 de agosto de 2005: "Sendo eu mesmo proveniente deste país, conheço bem a situação dolorosa que a ruptura da unidade na profissão da fé causou a tantas pessoas e famílias". Bento XVI sempre considerou que a divisão entre os cristãos é uma ofensa a Deus e um escândalo para o mundo.
A convite do Patriarcado Ecumênico do Constantinopla, Bento XVI visitou a Turquia em novembro de 2006. A viagem serviu para aproximar Roma do Mundo Ortodoxo. No encontro com o Patriarca Ortodoxo Bartolomeu I, reiterou o compromisso da Igreja Católica na superação dos obstáculos que impedem a realização da comunhão plena entre católicos e ortodoxos, pois as “divisões existentes entre os cristãos – disse Bento XVI - são um escândalo para o mundo e um obstáculo para a proclamação do Evangelho”.
Bento XVI desenvolveu esforços no sentido de aproximar Roma e os cristãos ortodoxos do Oriente, de tradição bizantina, síria e eslava. Partindo do princípio de a Igreja Católica estar "em comunhão eclesial quase completa" com estas igrejas, conforme pronunciado no Angelus de 30 de junho de 2007, Bento XVI, deu passos e realizou inúmeros gestos buscando superar, paulatinamente, as distâncias histórico-culturais e as divergências prático-eclesiais que persistem há séculos. Um dos frutos destes esforços foi a retomada dos trabalhos da Comissão Teológica Mista Católico-Ortodoxa.
Em 2009, Bento XVI visitou a Terra Santa. Entre os muitos compromissos, o Pontífice participou de um encontro ecumênico na sede do Patriarcado Greco-ortodoxo, na parte leste de Jerusalém, do qual também tomou parte o Patriarca Greco-ortodoxo Teófilo III. No seu discurso, o Santo Padre ressaltou que todos os seguidores de Cristo devem "redobrar" os esforços "para aperfeiçoar a comunhão" já que a divisão "é uma vergonha". E acrescentou: "Temos de encontrar forças para redobrar nosso compromisso para aperfeiçoar nossa comunhão, para torná-la completa".
A viagem de Bento XVI ao Líbano, em setembro de 2012, marcou um dos seus últimos compromissos inter-religiosos internacionais. A Audiência Geral das Quartas-feiras, em 19 de setembro de 2012, foi toda ela dedicada à viagem ao Líbano. Na ocasião, Bento XVI recordou que a viagem "foi um evento eclesial comovente e, ao mesmo tempo, uma ocasião providencial de diálogo vivido em um país complexo, mas emblemático para toda a região, por motivo de sua tradição de convivência e de eficaz colaboração entre os diversos componentes religiosos e sociais". De fato, nesta viagem realizada a um país representativo na diversidade religiosa e cultural, Bento XVI encontrou-se com representantes do mundo Ortodoxo, Católico e com muçulmanos.
Em relação ao diálogo com as Igrejas e Comunidades eclesiais do Ocidente, observou-se em Bento XVI a preocupação em centrar o debate católico-protestante na questão da natureza da Igreja, acentuando a exigência de um "ecumenismo de verdade". Ao mesmo tempo, o Papa teve uma visão muito realista sobre as dificuldades existentes neste complexo diálogo, o que o levou a valorizar o 'ecumenismo anônimo cotidiano', realizado muitas vezes por pequenos grupos de convivência e partilha ecumênica, na convicção de que o simples fato de se ir caminhando juntos 'já é uma forma de unidade'.

Sarau casa da cultura

Olá amigos!


Dia 28 de fevereiro (quinta) às 20 horas teremos nosso encontro literário mensal. Nosso Sarau que este mês tem o tema: Labirinto.
Compareça e participe com a gente! Pode ser com um texto seu ou não, ou com uma música e mesmo que você não algo relacionado ao tema mas queira compartilhar sinta-se livre.
Este mês teremos a ilustre presença do poeta Leontino Correa. Portofelicense que reside em Piedade, tornou-se conhecido por divulgar seu poemas pelas ruas de Sorocaba. Aos 83 anos Leontino acabou chamando a atenção da mídia em Sorocaba e teve a chance de realizar seu sonho; publicou seu primeiro livro de poesias: "O Livro da Saudade". Este senhor simples mas de alma profunda, com certeza tem muitas histórias para contar e poemas para declamar em nosso Sarau. Mais um motivo para juntos apreciarmos este encontro de textos e pessoas.


Sarau na Casa
Local: Casa da Cultura de Porto Feliz
Rua Tristão Pires, 123, centro.
Data: 28/02/2013
Horário: 20 horas
Entrada Franca
Maiores Informações: (15) 3262.4788


Elineu

Papa em retiro: Cardeal fala sobre a presença de Deus na história

 

Rádio Vaticano em italiano
(Tradução: Jéssica Marçal, equipe CN Notícias)

A história como lugar de encontro com Deus e a figura do Messias lida através de alguns Salmos. Estes foram os temas centrais das duas meditações feitas pelo presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, nesta terça-feira, 19, no retiro espiritual para o Papa e a Cúria Romana. Hoje é o terceiro dia dos Exercícios Espirituais, que acontecem na Capela Redemptores Mater, no Vaticano.
Depois do espaço, hoje é o tempo o centro das meditações do Cardeal Ravasi. Também a história é, de fato, lugar da teofania (manifestação de Deus). O próprio Antigo Testamento mostra isso, especialmente naquele em que o purpurado define como a crença histórica de Israel, isso é, os passos de onde emerge que a fé está ligada aos fatos, onde se refere a Deus como Aquele que libertou o povo da escravidão do Egito.
O Cardeal mostrou como o encontro com Deus acontece nos emaranhados dos eventos, marcados pelo sofrimento, mas também pela alegria. Uma realidade que se torna ainda mais visível com a Encarnação.
“A história é e deve ser sempre o lugar de nós amados encontrar o nosso Senhor, o nosso Deus. Mesmo se é um terreno no qual nós mesmos vemos talvez o silêncio de Deus ou vemos a apostasia dos homens”.
É a esperança, também a virtude central para compreender que a história não é uma série de eventos sem sentido algum, mas, como se vê no livro de Jó, existe sobre esta um projeto de Deus.
“Nós, com a esperança, temos certeza de não estar à mercê de um fato, de um fato imponderável. O nosso Deus se define no Êxodo 3 com o pronome de primeira pessoa ‘Eu’ e com o verbo fundamental ‘Eu Sou’. Então, é Pessoa que age, que vive no interior dos eventos e é por isso que então o nosso relacionamento com Ele é um relacionamento de confiança, de diálogo, de contato. Bem, a esperança nasce da convicção de que a história não é uma classificação de eventos sem sentido”.
Um olhar, este, profundamenete ligado à eternidade. A segunda meditação teve em seu centro a figura do Messias, lida principalmente através de três Salmos, dos quais emergem algumas características. Primeiro de tudo, aquela do Messias como Aquele que faz brilhar a justiça, especialmente para os últimos, para os pobres.
“Paulo deu a melhor definição desta justiça, que se coloca em nível das pessoas vítimas da injustiça. Paulo, no famoso Hino dos Filipenses 2, diz: Ele mesmo estando na condição de Deus não considerou um privilégio ser como Deus, mas esvaziou-se a si mesmo assumindo a condição de servo e transformando-se similar aos homens”.
Também emerge a característica do sacerdócio de Cristo como um sacerdócio de graça, não “biológico”, mas ao modo de Melquisedeque e, enfim, do Messias, como Filho de Deus, que com a Ressurreição manifesta plenamente a sua divindade. A dimensão messiânica pode ser vista como o coração do Saltério.
“Precisamos também mais frequentemente apenas sentar e contemplar a figura de Cristo, o Messias que tem em si todo este respiro do Antigo Testamento e o traz à plenitude”.
A liturgia como lugar da revelação de Deus foi o grande tema da reflexão do Cardeal Ravasi nos Exercícios desta segunda-feira, 18. Foram duas dimensões fundamentais: aquela vertical, o olhar para Deus, e a horizontal, o olhar para os irmãos. Ele destacou que o amor entre os irmãos e a confissão dos próprios pecados são também momentos fundamentais para cruzar o limiar que conduz à comunhão com o Senhor. “Para ir à Comunhão com Deus – um só Pão, um só Cálice – é necessário ser um só Corpo, é necessário haver comunhão entre nós”, disse.