quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Rapaz preso por esfaquear padre de Piracicaba ameaçava matar a mãe

 

Com medo, faxineira de 65 anos dormia com a porta do quarto trancada. Luiz Fernando Gonçalves sofre com problemas psiquiátricos, diz família.

Thomaz Fernandes Do G1 Piracicaba e Região

 

 Luiz Fernando Gonçalves, de 24 anos, que esfaqueou o monsenhor Jamil Nassif abib (Foto: Reprodução) Luiz Fernando Gonçalves, de
24 anos (Foto: Reprodução)

O ataque com faca ao monsenhor Jamil Nassif Abib, de 72 anos, no último domingo (19), em Piracicaba (SP), não foi exatamente uma surpresa para a faxineira Maria dos Anjos Gonçalves, 65. A mãe do autor da tentativa de homicídio já recebe ameaças de morte do rapaz há dois anos e disse que desde 2010 ele sofre com problemas psicológicos. Até o dia do crime, a faxineira dormia com a porta do quarto trancada para se prevenir de um ataque do próprio filho.

Luiz Fernando Gonçalves, 24, invadiu a missa na Catedral de Santo Antônio e esfaqueou o padre. A guardas municipais, o rapaz disse que o crime era um "pedido de Deus". O monsenhor teve ferimentos no tórax e foi operado ainda no domingo. Ele deve ter alta até sexta (24). Gonçalves está preso no Centro de Detenção Provisória de Piracicaba.

Padre é esfaqueado na Catedral de Santo Antônio, em Piracicaba (Foto: Leandro Cardoso/G1)Guarda mostra faca usada para ferir monsenhor de Piracicaba durante missa (Foto: Leandro Cardoso/G1)

Maria relatou que Gonçalves apresenta problemas psicológicos há dois anos. "Ele trabalhava em um supermercado e de repente se demitiu, começou a ficar trancado em casa, a gritar comigo, dizer que ia me matar", afirmou. Ela disse que, em determinada ocasião, o rapaz chegou a quebrar todos os vidros da casa e sumir por uma semana. "Eu tinha medo que ele me fizesse alguma coisa e trancava a porta do meu quarto. Ele dizia que não aguentava o barulho dos meus passos, que não queria me ver na frente dele e que iria me matar", completou a mãe.

Padre é esfaqueado na Catedral de Santo Antônio, em Piracicaba (Foto: Leandro Cardoso/G1)Padre foi esfaqueado na Catedral de Santo Antônio na noite do último domingo (Foto: Leandro Cardoso/G1)

Problemas psiquiátricos
Com a ajuda de uma sobrinha, que é enfermeira, Maria chegou a levar Gonçalves a um pronto-socorro público e o caso foi diagnosticado como psiquiátrico. "O problema é que ele se recusava a ser atendido", relatou a mãe. Em casa, o rapaz passava horas tocando violão e lendo a Bíblia em cima do muro ou do telhado de casa.

Pedido de perdão
Maria ainda não tem certeza se vai visitar o filho na cadeia. Ainda abalada com o crime, ela contou que sempre foi católica e não vê razão para o que o filho fez. Ela disse que a única coisa que deseja é pedir perdão ao monsenhor Jamil. "Se eu encontrasse com ele a única coisa a fazer era cair de joelhos e pedir perdão. Eu não desejaria isso que aconteceu nem a um cachorro", completou.

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