Com medo, faxineira de 65 anos dormia com a porta do quarto trancada. Luiz Fernando Gonçalves sofre com problemas psiquiátricos, diz família.
Thomaz Fernandes Do G1 Piracicaba e Região
Luiz Fernando Gonçalves, de
24 anos (Foto: Reprodução)
O ataque com faca ao monsenhor Jamil Nassif Abib, de 72 anos, no último domingo (19), em Piracicaba (SP), não foi exatamente uma surpresa para a faxineira Maria dos Anjos Gonçalves, 65. A mãe do autor da tentativa de homicídio já recebe ameaças de morte do rapaz há dois anos e disse que desde 2010 ele sofre com problemas psicológicos. Até o dia do crime, a faxineira dormia com a porta do quarto trancada para se prevenir de um ataque do próprio filho.
Luiz Fernando Gonçalves, 24, invadiu a missa na Catedral de Santo Antônio e esfaqueou o padre. A guardas municipais, o rapaz disse que o crime era um "pedido de Deus". O monsenhor teve ferimentos no tórax e foi operado ainda no domingo. Ele deve ter alta até sexta (24). Gonçalves está preso no Centro de Detenção Provisória de Piracicaba.
Guarda mostra faca usada para ferir monsenhor de Piracicaba durante missa (Foto: Leandro Cardoso/G1)
Maria relatou que Gonçalves apresenta problemas psicológicos há dois anos. "Ele trabalhava em um supermercado e de repente se demitiu, começou a ficar trancado em casa, a gritar comigo, dizer que ia me matar", afirmou. Ela disse que, em determinada ocasião, o rapaz chegou a quebrar todos os vidros da casa e sumir por uma semana. "Eu tinha medo que ele me fizesse alguma coisa e trancava a porta do meu quarto. Ele dizia que não aguentava o barulho dos meus passos, que não queria me ver na frente dele e que iria me matar", completou a mãe.
Padre foi esfaqueado na Catedral de Santo Antônio na noite do último domingo (Foto: Leandro Cardoso/G1)
Problemas psiquiátricos
Com a ajuda de uma sobrinha, que é enfermeira, Maria chegou a levar Gonçalves a um pronto-socorro público e o caso foi diagnosticado como psiquiátrico. "O problema é que ele se recusava a ser atendido", relatou a mãe. Em casa, o rapaz passava horas tocando violão e lendo a Bíblia em cima do muro ou do telhado de casa.
Pedido de perdão
Maria ainda não tem certeza se vai visitar o filho na cadeia. Ainda abalada com o crime, ela contou que sempre foi católica e não vê razão para o que o filho fez. Ela disse que a única coisa que deseja é pedir perdão ao monsenhor Jamil. "Se eu encontrasse com ele a única coisa a fazer era cair de joelhos e pedir perdão. Eu não desejaria isso que aconteceu nem a um cachorro", completou.
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