As sacolas oxi-biodegradáveis, que têm sido oferecidas ao consumidor como alternativa por parte de alguns supermercados, não são ecologicamente corretas como se pensava. Apesar de se decomporem com mais rapidez, ao contrário das sacolas de plástico, que levam de 100 a 200 anos, essa decomposição também não é integral.
Conforme o professor doutor José Lázaro Ferraz, coordenador do curso de Gestão Ambiental da Uniso, o problema das sacolas plásticas é bastante sério porque ainda não existe uma solução adequada. "As oxi-biodegradáveis, apesar de se dissolverem, ainda não são consideradas uma boa alternativa porque ao se decomporem formam escamas e não existe um estudo científico que aponte se degrada mesmo. Esse pedaço que sobra continua sendo problemático para o meio ambiente".
A Associação Paulista de Supermercados (Apas), que iniciou a campanha pela extinção do uso das sacolas plásticas, não recomenda o uso. Conforme pesquisa realizada pela instituição, os aditivos oxidantes que aceleram a fase de degradação e fragmentação da sacola oxi-biodegradável contém em sua formulação componentes químicos que, após a suposta degradação do material, deixam resíduos que podem ser prejudiciais ao homem e ao meio ambiente. O uso desses aditivos pode criar e potencializar outros danos ambientais, já que pequenos fragmentos de plástico, resultantes do processo de degradação, são facilmente carregados pelo ar para outros lugares como rios, lagos, mares e demais sistemas. Ainda conforme a Apas, até hoje, nenhum plástico aditivo oxi-biodegradável atendeu às normas internacionais de biodegradação/compostagem.
De acordo com José Lázaro, o ideal seria usar as sacolas que são totalmente biodegradáveis. "Mas elas ainda não estão disponíveis no mercado a um preço atraente, elas ainda são muito caras e inviáveis comercialmente. Estou falando das que são totalmente biodegradáveis, pois alguns supermercados estão disponibilizando as oxi-biodegradáveis porém chamando-as de biodegradáveis, o que não são".
Para fazer um trabalho ambiental que realmente funcione, o grande caminho é usar as sacolas retornáveis ou as caixas de papelão que os supermercados disponibilizam gratuitamente, opina o professor. "O importante é que as pessoas façam uso dos três Rs: reduzir ao máximo o uso das sacolas plásticas; reutilizar sempre, como por exemplo usar as sacolas retornáveis, que podem ser usadas novamente; e reciclar", orienta.
José Lázaro afirma que realizou um estudo no final do ano passado cujos dados ainda estão sendo contabilizados, mas que comprova que cerca de 70% do lixo colocado nos contêineres é embalado em sacolas plásticas. "Se as pessoas que usam as sacolinhas para colocarem lixo não tiverem alternativa, irão comprar sacos plásticos para continuar descartando a sujeira", preocupa-se. Esse lixo das residências é levado ao aterro sanitário e lá as sacolas plásticas ficam por anos e anos. "Muitas vão parar nas bocas-de-lobo", lembra. O professor observa que em alguns países já é feita, de forma separada, a coleta seletiva de lixo seco e a de lixo úmido. "Lixo úmido seriam os restos de comida, que podem virar adubo, e é separado do lixo contaminado, como papel higiênico, fraldas, restos de tinta e comprimidos. Na Áustria é assim, eles já têm essa educação de fazer essa separação", diz. (D.J.)
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