Justiça resolve só 6,2% dos casos de jovens sem paternidade de Piracicaba

 

Foram identificados 1,2 mil menores sem nome do pai nos últimos 7 meses.
Programa realiza busca de pais para regularizar cadastro de órfãos.

Thomaz FernandesDo G1, em Piracicaba e Região

 

A Justiça de Piracicaba (SP) identificou, entre outubro de 2011 e maio de 2012, 1.257 crianças e adolescentes sem registro de paternidade na cidade. Desses casos, somente 78, ou seja,  6,2%, foram resolvidos, com a localização do pai e atualização dos documentos dos menores.

O projeto estadual Paternidade Responsável realiza, desde 2008, a busca de pais em Piracicaba. O trabalho é fruto de uma parceria das redes estadual e municipal de ensino, que divulgam a situação de seus alunos. A parceria ocorre desde 2010 e já identificou 2.093 alunos entre os ensinos infantil e fundamental (até o 9º ano).

Na avaliação do juiz Mauro Antonini, responsável pelo projeto em Piracicaba, o número de casos solucionados deve chegar a 10% dos casos identificados até agora. "Todos os anos, nós concentramos o projeto entre outubro e março. Por conta de algumas questões documentais, esse ano iremos até junho. Mas esse percentual precisa melhorar, em números totais as soluções não são muitas", disse Antonini. O magistrado destacou, no entanto, que cada caso resolvido já representa uma vitória. "É um ganho na vida de cada um que nós ajudamos", completou.

Baixa Procura
Entre as explicações para o percentual baixo de soluções está a disposição das mães em colaborarem com o projeto. Das 1.257 tentativas de contato da Justiça, apenas 297 famílias compareceram à audiência. "Quando o pai aparece e todos contribuem, nós conseguímos resolver a maioria dos casos", explicou o juiz. Em junho, haverá 40 audiências divididas em duas datas.

Educação
O Secretário da Educação Gabriel Ferrato esteve nesta segunda-feira (4) no Fórum e fez a divulgação dos alunos sem reconhecimento de paternidade identificados em 2011. Na opinião dele, a falta da figura paterna tem reflexo direto na formação de crianças e adolescentes. "No desenvolvimento emocional e educacional é muito importante que haja uma figura paterna", completou.