terça-feira, 5 de junho de 2012

Campinas integra estudo nacional que avalia hábitos de adolescentes

 

Alunos de 3 escolas do município são examinados com auxílio da Unicamp.
Projeto Erica pretende atender 75 mil jovens em 130 cidades brasileiras.

Do G1 Campinas e Região

Projeto desenvolvido por universidades quer prevenir doenças cardiovasculares em adolescentes (Foto: Fernando Pacífico/ G1 Campinas)Estudante de Campinas passa por exame de
pressão arterial (Foto: Fernando Pacífico/ G1)

Campinas é uma das cidades que contribui com um projeto desenvolvido em parceria por 30 instituições de ensino do país e que pretende avaliar as políticas públicas de ensino e saúde para adolescentes. A programação na cidade começou nesta segunda-feira (4), com a coleta de dados sobre os hábitos dos jovens.
O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica) tem o intuito de traçar um perfil sobre os riscos cardiovasculares, a partir dos costumes dos adolescentes de cinco cidades brasileiras. Informações sobre alimentação e exercícios físicos serão reunidas, além de resultado de exames.
Em Campinas, o estudo está sob o comando da Unicamp e avalia até o dia 29 os estudantes de três escolas, sendo duas da rede pública. A professora da Faculdade de Ciências Médicas da universidade, Inês Monteiro, explica que o projeto deve ser espandido a partir do segundo semestre, uma vez que a meta é atender 75 mil jovens em 1.250 escolas distribuídas por 134 cidades do país.

"Por enquanto é uma fase piloto. Os exames foram realizados em estudantes de três cidades até chegar aqui [Campinas] e Botucatu (SP). Até amanhã queremos identificar os hábitos alimentares e frequência de atividades físicas, além dos exames biométricos, que incluem a medição de pressão arterial e cálculo do índice massa corporal", explica a coordenadora. A conclusão dos trabalhos em Campinas deve ocorrer até o dia 29. Os exames foram realizados em escolas de Cuiabá (MT), Feira de Santana (BA) e Rio de Janeiro (RJ). Em Botucatu, a parceria envolve a Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Os dados, segundo a professora da Unicamp, são encaminhados ao banco de dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por meio de um PDA (pile driver analyser), equipamento usado pelos recenseadors do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante o Censo 2010. "Com todos os exames será possível avaliar nossas políticas públicas de ensino e saúde", explica a coordenadora.

Projeto desenvolvido por universidades quer prevenir doenças cardiovasculares em adolescentes (Foto: Fernando Pacífico/ G1 Campinas)Projeto quer prevenir doenças em adolescentes (Foto: Fernando Pacífico/ G1 Campinas)

Participação
Estudantes de 12 a 16 anos do Colégio Madre Cecília, uma das instituições que recebe o projeto, passaram pela primeira etapa de avaliações nesta segunda. Um questionário sócio-demográfio e que trata sobre o consumo dos jovens durante as refeições mostram aos pesquisadores as primeiras impressões da conclusão, que deve ser apresentada em julho.
"Fica evidente a necessidade de adequação da alimentação destes adolescentes, para que a obesidade, diabetes e sedentarismo sejam prevenidos. Hoje há facilidade para que eles comam fora de casa, sendo que na maioria das vezes não são alimentos adequados, seja por seguir um perfil dos pais ou até pela propaganda", ressalta Inês. Dentre os 30 estudantes avaliados, dois tiveram registro de pressão alta e receberam orientações de um médico do colégio.

 

A estudante Rhanna Yared Amin, de 12 anos, diz que achou interessante a iniciativa. "É importante para que todos saibam os riscos das doenças e possam se cuidar melhor", afirma.
Dificuldades e aceitação
A professora da Unicamp afirma que uma das dificuldades do projeto deve ocorrer na quarta (6), quando os estudantes deverão ser submetidos ao exame de sangue. "Nas outras cidades foi observada uma diminuição entre 20 e 30% do número de estudantes participantes, já que é optativo. É o velho medo da agulha", afirma Inês Monteiro.
"Hoje eu achei legal, porque todo mundo discutiu o questionário e é importante cuidar da saúde. Mas acho que vou escapar do exame [de sangue]", afirma a estudante Luna Semeghini, de 12 anos, que usa o tempo livre para dedicar-se ao balé e dança.
A diretora do Colégio Madre Cecília, Valéria Scomparim, reitera a importância do projeto para outras instituições de ensino. "Cerca de 10% dos estudantes haviam passado por exame semelhante, sendo que muitas vezes trata-se da exigência de alguma academia. A aceitação dos pais foi muito boa".

Projeto avalia saúde de adolescentes em Campinas (Foto: Fernando Pacífico / G1)Diabetes, obesidade e sedentarismo são alvos de prevenção do estudo (Foto: Fernando Pacífico / G1)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário!

Seja bem vindo!
Pascom Porto Feliz