Aparecidinha prepara despedida da Santa

 

Bairro de Aparecidinha despede-se uma vez mais da veneranda Padroeira: romaria de 1º de Janeiro trará imagem da Virgem Aparecida à Catedral Metropolitana.

Passadas as festas natalinas, clima de expectativa cerca os moradores do bairro histórico de Aparecidinha, que uma vez mais se prepara para as despedidas à querida imagem de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, ali venerada desde o século XVIII e considerada a primeira cópia daquela encontrada em 1717 por pescadores no rio Paraíba, precedendo pesca abundante e milagrosa, e esculpida por um dos próprios pescadores que a encontraram. Entregue por ele a um tropeiro que procedente das Minas Gerais passava pela região onde futuramente surgiria a Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no Vale do Paraíba, a imagem foi logo trazida para o bairro do Piragibu do Meio, hoje Aparecidinha, na então Vila de Sorocaba, já famosa por suas Feiras de Muares.

Domingo, 1º de janeiro, acontece a 113º Romaria que trará, assim, a veneranda imagem da Santa para a Catedral Metropolitana, num trajeto de mais de 17 quilômetros. Na realidade, as romarias de Aparecidinha têm certamente, com base inclusive em estudos do historiador Aluísio de Almeida (monsenhor Luiz Castanho de Almeida), bem mais de 200 anos, porém foi em 1899 que, em meio à epidemia de gripe espanhola que assolava a cidade e dizimava famílias inteiras de sorocabanos, monsenhor João Soares do Amaral, pároco da então simples igreja matriz de Nossa Senhora da Ponte (Catedral a partir de 1º de janeiro de 1925, com a chegada e posse do primeiro bispo, dom José Carlos de Aguirre), fixou as datas de 1º de janeiro, vinda, e segundo domingo de julho, volta, para as romarias anuais em honra de Nossa Senhora Aparecida.

Para as despedidas, a comunidade católica de Aparecidinha novamente prepara vigília de orações para este sábado, 31 de dezembro, começando às 8 horas com a celebração de missa no Santuário Histórico, sob a presidência do pároco-reitor local, padre José Antônio Leite de Oliveira, e entrando noite e madrugada a dentro, até por volta das 4 horas do dia de Ano Bom. Ás 20 horas ainda do sábado, será celebrada outra missa no bairro de Aparecidinha, sob a presidência do padre Zé Antônio, mas esta no Santuário Novo, em fase adiantada de construção, em ação de graças pelo encerramento do ano de 2011.

A ROMARIA - Por volta das 4h30 da primeira madrugada de 2012, o andor com a veneranda imagem de Nossa Senhora Aparecida será trasladado em procissão pelos fiéis do Santuário Velho para o Santuário Novo, onde às 5 horas o arcebispo metropolitano de Sorocaba, dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, preside a celebração da missa (a primeira do ano na região) de despedida, dando início à romaria que trará a Santa para a Catedral Metropolitana, onde permanece durante os seis primeiros meses do Ano Novo.

Os romeiros vêm pela estrada velha de Aparecidinha, rezando, cantando e implorando graças à Santa Mãe de Deus, com o pároco-reitor da Paróquia-Santuário Arquidiocesano de Aparecidinha, padre José Antônio Leite de Oliveira, acompanhando a procissão, orientando os milhares de romeiros e devotos, de caminhão de som (trio elétrico) cedido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura. Aliás, a secular manifestação religiosa popular e tradicional da cidade é, inclusive, inserida pelo Governo Estadual no calendário turístico-religioso oficial do Estado de São Paulo.

A previsão é de que por volta das 11 horas de domingo, 1º de janeiro, a romaria trazendo a imagem da Santa já esteja adentrando à praça Cel. Fernando Prestes, para a missa campal de ação de graças de encerramento e em honra da Santa Mãe de Deus, celebrada de altar montado nas escadarias da igreja da Catedral Metropolitana, sob a presidência de seu pároco, padre Tadeu Rocha Moraes. Antes, acontecem as tradicionais paradas junto à Santa Casa de Misericórdia, onde o nicho com a imagem de Nossa Senhora Aparecida é retirado do andor e levado de quarto em quarto pelo padre José Antônio para abençoar os enfermos ali internados na passagem do ano, e sobre a ponte da rua XV de Novembro, para a tradicional queima de fogos.