Quatro rodas - A adaptação mais evidente é representada pela cadeira de rodas. Com ela, paraplégicos e tetraplégicos podem ir e vir. "Eu sou praticamente um cidadão independente, faço quase tudo sozinho. Consigo me transferir da cadeira de rodas para o banco do carro, consigo dirigir, tomar banho, me vestir e me alimentar", diz o jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva - cujo drama da tetraplegia foi retratado no livro Feliz Ano Velho, best seller na década de 1980. Paiva é também um militante da causa dos deficientes físicos: foi dele a ideia de adaptar a frota de táxis de São Paulo para receber esse público.
As mudanças fazem parte da rotina de pessoas com deficiência. Mas não as impedem de viver. Ao contrário, como conta Sergio Lianza, professor-responsável pela disciplina de reabilitação da Santa Casa de São Paulo. No primeiro ano de lesão medular, diz Lianza, o paciente deve prestar especial atenção ao tratamento fisioterápico, para que não se torne totalmente dependente de outras pessoas. "Tomados os cuidados necessários, a pessoa segue em frente normalmente, com a mesma expectativa de vida de antes", afirma o médico.
Além da fisioterapia, é recomendável manter uma agenda de exercícios. Isso impede que o portador de deficiência física engorde, cultive colesterol e afaste as chances de enfarte.
A vereadora paulistana Mara Gabrilli é exemplar nesse quesito. Sem movimentos nas pernas e mãos desde 1994, ela precisa de ajuda até para coçar o nariz. Mas faz exercícios todos os dias. "Eu trabalho todos os músculos, do pescoço ao pé, e faço eletroestimulação neles uma vez por semana", conta a vereadora, em forma aos 42 anos. "Preciso de ajuda para tudo, mas não deixo de fazer nada. Meu banho é quase uma fisioterapia. Peço para as moças que me ajudam que me lavem com minha mão. E, quando como, é também com minha mão, conduzida por elas. É mais prazeroso assim."
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Pascom Porto Feliz