Jéssica Marçal
Da Redação
Arquivo/CTV
''Acho que chegou o momento de dar juntos um testemunho sincero e decisivo contra as divisões, contra a violência, contra as guerras'', diz o Papa
Na catequese desta quarta-feira, 19, o Papa Bento XVI recordou os momentos de sua estadia no Líbano no último fim de semana por ocasião da entrega da Exortação Apostólica pós sinodal Ecclesia in Medio Oriente. Para Bento XVI, os dias passados no país foram “uma bela manifestação de fé e de intensa religiosidade e um sinal profético de paz”.
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Mesmo diante das circunstâncias difíceis, o Papa disse que esta foi uma viagem que ele realmente quis fazer. Isso porque ele considerou que “um pai deve ser sempre próximo aos seus filhos quando encontram graves problemas”.
O Papa relatou que, tendo em vista os sofrimentos e dramas vividos na região do Oriente Médio, ele manifestou sua sincera proximidade às aspirações da população, levando uma mensagem de encorajamento e de paz.
Para ele, o povo do Líbano e do Oriente Médio teve, durante sua visita, uma importante experiência de respeito mútuo, compreensão e fraternidade, o que constitui sinal de esperança para a humanidade.
“Os muçulmanos me acolheram com grande respeito e sincera consideração, sua constante e participante presença deram-me a oportunidade de deixar uma mensagem de diálogo e de colaboração entre Cristianismo e Islamismo: eu acho que chegou o momento de dar juntos um testemunho sincero e decisivo contra as divisões, contra a violência, contra as guerras”.
Bento XVI lembrou ainda o momento da assinatura da Exortação Apostólica, o que aconteceu após a cerimônia de chegada. “Naquela circunstância convidei os católicos médio-orientais a fixarem o olhar em Cristo crucificado para encontrarem a força, também em contextos difíceis e dolorosos, de celebrar a vitória do amor sobre o ódio, do perdão sobre a vingança e da unidade sobre a divisão”.
Sobre o encontro com os Chefes da Comunidades religiosas muçulmanas, Bento XVI disse que a reunião desenvolveu-se com diálogo e benevolência recíprocos e destacou a necessidade de diálogo e cooperação entre os povos.
“Agradeço a Deus por este encontro. O mundo de hoje precisa de sinais claros e fortes de diálogo e cooperação, do que o Líbano tem sido e deve continuar a ser um exemplo para os países árabes e para o resto do mundo”.
Já em seu encontro com os jovens, o Papa recordou que os encorajou a serem firmes na fé e desenvolverem um relacionamento pessoal mais profundo com Cristo. Ao ver jovens cristãos e muçulmanos fazendo festa em harmonia, Bento XVI encorajou-os também a construírem juntos o futuro do Líbano. “A concórdia e a reconciliação devem ser mais fortes do que as forças da morte.
Por fim, o Santo Padre disse que, diante da multidão de fiéis reunida na Santa Missa, em seu último dia de visita ao país, quis exortar todos a viverem a fé e a testemunhá-la sem medo. Ele acredita que isso deve ser feito tendo em vista a vocação do cristão e da Igreja de levar o Evangelho a todos sem distinção, como fez Jesus.
“Tenho certeza de que o povo libanês, em sua multiforme e sólida composição religiosa e social, saberá testemunhar com um novo apreço a verdadeira paz, que nasce da confiança em Deus”, disse.
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