sábado, 23 de junho de 2012

Na Rio+20, Dom Odilo destaca valorização da pessoa humana

 

Rio 20
Arquidiocese de São Paulo

O chefe da Delegação da Santa Sé na Rio+20, Cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, fez uma intervenção oficial na Conferência nesta sexta-feira, 22. O Cardeal destacou a importância do cuidado e da valorização da pessoa humana, dizendo que este é o momento de se comprometer com “uma distribuição mais justa dos abundantes bens deste mundo e com a busca de um desenvolvimento mais integral, que corresponda à dignidade de todo ser humano”, disse.
A Santa Sé é um dos 193 países presentes na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (chamada Rio+20, por acontecer 20 anos após a Eco92). Na Organização das Nações Unidas (ONU), a Santa Sé é um Estado membro, com cadeira de observador.
No seu discurso, o legado pontifício destacou que, para a aplicação de uma “economia verde”, é preciso respeitar os princípios da dignidade humana. O cardeal destacou sete pontos importantes:
1- a responsabilidade, inclusive, quando devem ser feitas mudanças nos padrões de produção e consumo;
2- a promoção e partilha do bem comum;
3- o acesso a bens primários, incluindo aqueles bens que são essenciais e fundamentais, como nutrição, saúde, educação, segurança e paz;
4- a solidariedade de âmbito universal, capaz de reconhecer a unidade da família humana;
5- a proteção da criação, em vista da equidade entre as gerações;
6- o destino universal dos bens e dos frutos da atividade humana;
7- e o correlato princípio de subsidiariedade, que permite às autoridades públicas, em todos os níveis, atuarem de forma eficaz para a promoção de todas e cada uma das pessoas e comunidades.
Dom Odilo afirmou que a preservação ambiental passa pela preservação da vida humana e que não se pode falar de desenvolvimento sustentável, sem respeitar o direito à vida, principalmente a vida dos mais frágeis e necessitados.
“Uma sentença de morte imposta sobre vidas humanas mais vulneráveis – ou seja, aquelas que estão no santuário mais seguro que é o útero de suas mães - não pode, sob nenhuma hipótese, ser apresentada sob a nomenclatura de ‘cuidados de saúde’ ou simplesmente ‘saúde’. Isto não realiza um verdadeiro serviço ao desenvolvimento humano autêntico nem ao seu verdadeiro apreço; antes, constitui a maior violação da dignidade humana e um desserviço injustificável, uma vez que o desenvolvimento, em todas as fases da vida, está ao serviço da vida humana”, disse.

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