Medida foi adotada após ocupação dos 240 leitos disponíveis na unidade.
CPI pediu interdição do hospital, um dos 3 grandes que atendem pelo SUS.
Do G1 Campinas e Região
Os 240 leitos do hospital estão ocupados
(Foto: Divulgação / Hospital Municipal Mário Gatti)
A superlotação fez o Hospital Municipal MárioGatti suspender na tarde desta terça-feira (8) as cirurgias eletivas (não emergenciais) em Campinas, SP. A medida foi tomada após a ocupação dos 240 leitos disponíveis. A previsão inicial é de que o atendimento seja normalizado em 48 horas, segundo nota divulgada pela assessoria da prefeitura.
O Mário Gatti é um dos três grande hospitais da cidade que atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), ao lado do HC da Unicamp e do Celso Pierro da PUC. A assessoria não soube informar quantas cirurgias serão adiadas, bem como o número de pessoas prejudicadas. "Parte do atendimento às urgências e emergências está sendo feito em macas até que a situação se normalize", diz a nota.
Interdição
Este é o segundo desdobramento da crise no hospital esta semana. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde concluiu na tarde de segunda-feira (7) o relatório das investigações sobre o atendimento público no município e sugeriu a necessidade de interdição do Mário Gatti, em virtude das precárias condições de atendimento. No dia 20 de abril, a aposentada Josefa Araújo Andrade, de 74 anos, morreu após uma espera de 36 horas por uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
CPI da Saúde
Após seis meses de trabalho, que incluem pelo menos 30 depoimentos, a comissão avalia que o município precisa de pelo menos 200 leitos, com urgência de 40 para a UTI adulto e de 20 para a ala infantil, em virtude das precárias condições de atendimento oferecidas pelo Hospital Celso Pierro e Santa Casa.
O trabalho será apresentado nesta quinta-feira (10) e deve ser votado em sessão da próxima semana. A Secretaria de Saúde informou que só vai comentar o relatório da CPI após analisar o conteúdo.
Obras atrasadas
O número de atrasos em obras mostra o descaso nos projetos públicos do setor de saúde. Das 34 unidades que estão em reforma, ampliação e construção, onze estão atrasadas e uma foi cancelada por irregularidades, segundo dados da Secretaria de Saúde.
Crise
O secretário de Saúde, Fernando Brandão, anunciou na quinta-feira (3) que 20 leitos clínicos do Hospital Ouro Verde serão reativados nos próximos 20 dias, com intuito de atenuar a demanda de atendimento em prontos-atendimentos e prontos-socorros. Mesmo com a ampliação para 105 quartos, o hospital seguirá com 20% da capacidade ociosa.
A prefeitura, segundo Brandão, pretende utilizar o recurso do Ministério da Saúde, que está em caixa na administração desde novembro, no valor mensal de R$ 2,6 milhões, para chegar ao número de 178 quartos incluindo novas instalações e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além disso, o hospital deve ampliar outros serviços como os de exames e atendimento nas especialidades.
Unidade no Parque Oziel está com paredes pichadas e sujas (Foto: Reprodução EPTV)
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