Sete mil consagrados do Caminho neocatecumenal foram recebidos em audiência pelo Papa Bento XVI
O caminho neocatecumenal convida a redescobrir a beleza da vida de fé e a alegria de ser cristãos: seguir Cristo exige a aventura pessoal da procura de Cristo, mas também a saída do eu, a vontade de quebrar o individualismo que muitas vezes caracteriza a sociedade do nosso tempo para superar a egoísmo. Foi o que disse, nesta sexta-feira, 20, o Papa Bento XVI dirigindo-se aos sete mil consagrados do caminho neocatecumenal, recedidos em audiência no Vaticano.
Bento XVI afirmou que o cristianismo exige “a aventura pessoal” da busca de Jesus “nestas décadas de vida do Caminho, foi um vosso firme compromisso proclamar Cristo ressuscitado, responder às suas palavras com generosidade, abandonando muitas vezes as seguranças pessoais e materiais, deixando também o próprio país, enfrentado situações novas e nem sempre fáceis”.
O Pontífice disse ainda que esta é uma obra preciosa e pediu aos consagrados que procurem sempre uma comunhão com a Igreja apostólica e com os pastores das igrejas particulares nas quais eles estão inseridos, pedindo que eles não se separem da comunidade paroquial que é o verdadeiro lugar da comunidade de todos.
“A Igreja acompanha-vos com atenção, num discernimento paciente, que compreende a vossa riqueza, mas procura também a comunhão e a harmonia de todo o corpo eclesial”, disse o Papa.
Caminho neocatecumenal
Antes do discurso papal, o secretário do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Josef Clemens, tinha lido o decreto de aprovação às celebrações (não “estritamente litúrgicas”, segundo Bento XVI) que acompanham o percurso catequético dos neocatecumenais. Esta decisão, que surge após 15 anos de estudo por parte da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, somando-se às anteriores aprovações dos Estatutos (2008) e dos 13 volumes do “Diretório Catequético” do Caminho Neocatecumenal (2011).
O Caminho Neocatecumenal é um itinerário de formação cristã que nasceu em Espanha, em 1964, por iniciativa do pintor e músico Kiko Argüello e da missionária Carmen Hernández.
No encontro desta sexta-feira, no Vaticano , o quarto do gênero no atual pontificado, marcaram presença, entre outros, seis cardeais, mais de 30 bispos, centenas de padres e estudantes dos seminários ‘Redemptoris Mater’ e 1200 equipas de catequistas itinerantes.
Bento XVI enviou 17 famílias pertencentes ao Caminho Neocatecumenal em missão para locais com baixa ou nenhuma presença de católicos, como as comunidades aborígenes na Austrália e o Gabão, bem como para cidades europeias ‘secularizadas’ da Áustria, Bósnia-Herzegovina, Estônia, Eslovênia, Reino Unido ou França.
Kiko Argüello dirigiu um discurso ao Papa e a todos os presentes, sublinhando a “urgência” de “passar de uma pastoral sacramental a uma pastoral de evangelização” nas paróquias católicas.
O Papa João Paulo II (1920-2005) reconheceu o Caminho Neocatecumenal como “um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje”.
Atualmente, o movimento está presente em mais de 100 países, incluindo Portugal e algumas nações tradicionalmente não cristãs, como China, Egito, Coréia do Sul ou Japão.
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