Na última terça-feira, 8, representantes da empresa do ramo de borrachas, a Probor, de Embu-Guaçu, estiveram em Porto Feliz para continuar as negociações da possível vinda da empresa para a cidade. Acompanhados do prefeito municipal, o presidente da Probor, Adolfo Schwartz, e o diretor Willi Schwartz visitaram a área que poderá abrigar a fábrica, no Centro Municipal de Exposições (Cemex).
O encontro também teve a participação do chefe de Gabinete, Urias de Oliveira, e do secretário de Desenvolvimento Social e Sustentável, João Carlos Esquerdo Junior. Após o recebimento de uma carta de intenção enviada pelos empresários, a Prefeitura estudou a viabilidade de um local para a instalação da empresa. A área sugerida foi o Cemex.
De acordo com o prefeito, o processo para instalação de uma empresa no Cemex segue os mesmos parâmetros legais da construção do Parque Temático no Jardim Vante. “Enviaremos um projeto à Câmara para que seja autorizada a concessão do terreno para a instalação de empresas, não necessariamente a Probor. Será feita uma licitação pública, portanto qualquer investidor que tenha condições de instalar um empreendimento poderá concorrer, desde que respeite as exigências do nosso edital”, explica o prefeito. “Não iremos doar o terreno. É uma licitação para comodato, ou seja, para empréstimo da área, com um contrato que possui cláusulas que garantem o direito do município de retomar o terreno caso as obrigações não sejam cumpridas pelos empresários”, completa o prefeito.
Algumas exigências da Prefeitura para o edital já estão previstas. A ideia é que a empresa se comprometa a construir uma creche no bairro Bambu, contrate um determinado número de funcionários do município, efetue um percentual de compras também no município e seja responsável pela instalação do Cemex no lugar indicado pelo Governo Municipal.
Cemex
O Governo Municipal já verifica outros locais para a instalação do Cemex, caso seja autorizada a desafetação e concessão do terreno para a instalação de empresas.
A primeira opção é a área do Engenho Central. Para isso, a Prefeitura já está em negociação com União São Paulo. “A mudança para esse terreno resolveria uma outra questão, que é trazer o Cemex para mais próximo do centro. Assim, o Cemex estaria mais disponível para todos os bairros da cidade”, afirma o prefeito. A segunda opção é instalar o Cemex na Perimetral Mário Covas, próximo da sede social da Associação dos Servidores Públicos Municipais.
A Prefeitura destaca que, antes de se instalar na área, a empresa precisará transferir integralmente o Cemex para o local definido pela administração. Também está assegurada a realização da Festa de Nossa Senhora Mãe dos Homens no mês de agosto no Centro Municipal de Exposições.
Expansão empresarial
A empresa atualmente conta com 550 funcionários e fica instalada em uma área de 11.600 m2 na cidade de Embu-Guaçu. Um espaço que, de acordo com os empresários, está insuficiente para a expansão dos negócios.
Para o presidente, seria necessária uma área de três alqueires, aproximadamente 75.000 m2 “A Probor precisa de uma instalação maior para ter condições de ser certificada por uma montadora de automóveis. Uma das razões de estarmos partindo para uma nova localização é exatamente essa”, explica. “Calculo que, no máximo até o final do ano que vem, chegaremos a 1.000 empregados. A borracha, especialmente o pneu, são produtos que demandam muita mão de obra”.
Atrativos
A Probor e a Prefeitura já estão em contato há seis meses para negociar a instalação da empresa em Porto Feliz. O secretário de Desenvolvimento Social e Sustentável, João Carlos Esquerdo Junior, comentou que a cidade está pronta para receber indústrias. Como exemplo, ele citou a formação de mão de obra através do Cemip/Senai, o Corpo de Bombeiros, a boa localização do município, próximo às rodovias Marechal Rondon e Castello, além dos recursos hídricos e do tratamento de 100% do esgoto coletado na cidade. “No caso da Probor, outro atrativo é o fato de Porto Feliz estar próxima de três fábricas de automóveis, que são a Hyundai em Piracicaba, a Kia em Salto e a Toyota em Sorocaba”, disse o secretário.
O empresário Adolfo Schwartz destacou alguns pontos que fazem de Porto Feliz o local adequado para a instalação da Probor. “A localização é interessante para nós. A estrada para cá está maravilhosa. Essa logística e o acesso às rodovias são muito importantes”, aponta. “A cidade também nos oferece mão de obra. Porto Feliz já tem uma indústria de borracha e muitos profissionais da cidade entendem o princípio básico para trabalhar com esse material. O nível de capacitação da mão de obra portofelicense é fundamental para a Probor. Nossa ideia é admitir 90% de mão de obra local”, afirma o presidente da empresa.
“A Prefeitura está colaborando com a nossa vinda. Nenhum empresário quer ir para um local onde é hostilizado, onde não existe colaboração. A acolhida do Governo Municipal de Porto Feliz está sendo muito importante”, completou.
Desenvolvimento econômico
A instalação da empresa em Porto Feliz significa um ganho para a economia local, uma vez que incentiva o surgimento de atividades paralelas e promove o aquecimento do comércio. “Já podemos ter a noção do impacto financeiro que a cidade terá. Se pegarmos o número de funcionários que pretendemos ter, que são 1.000 até o final do ano que vem, e multiplicarmos por uma média salarial de R$ 1.000, vamos gerar uma renda direta de R$ 1 milhão ao mês”, calcula o presidente da Probor.
“Depois teremos um processo de desenvolvimento natural. Se conseguirmos empregar 900 trabalhadores da cidade, essas pessoas vão começar a consumir o que não consumiam anteriormente. Isso demanda mais serviços e bens de consumo, que por sua vez acarretam no investimento em novos negócios para prover o que essa população consome”, prevê.
Sustentabilidade
Uma das preocupações do Governo Municipal é com relação ao meio ambiente e o impacto que a instalação da empresa possa causar. “A Secretaria de Desenvolvimento Social e Sustentável trabalha nos três pilares da sustentabilidade, que é o desenvolvimento econômico, social e respeito ao meio ambiente. Estamos tranquilos com relação à Probor, já que essa também é uma política da empresa”, comenta o secretário.
Migração
A transferência da fábrica para Porto Feliz, caso o processo seja confirmado e a empresa vença a licitação, será feita de forma gradual. “Nosso primeiro passo é construir um galpão e montar um primeiro módulo com duas ou três linhas de produção. Esse módulo deverá ser certificado pela montadora e, por isso, precisamos seguir todas as determinações dela. Depois disso, vamos começar a migrar gradualmente nossa produção de Embu-Guaçu para Porto Feliz, linha por linha, sem interromper a produção da fábrica”, detalha Schwartz.
Segundo a Probor, assim que formalizado o processo legal de concessão de uso da área, a empresa precisará de 90 dias para instalar a primeira linha de produção na cidade.
Histórico e mercados
A Probor existe desde 2004 e atende montadoras como Fiat, Chevrolet e Ford. Inicialmente, a empresa atuava no mercado de reposição de peças automotivas, o chamado aftermarket. “É a reposição da peça original, sempre em borracha e em metal borracha. São peças vendidas para concessionárias, lojas de peças, empresas mecânicas”, explica Adolfo.
Em seguida, outro mercado do setor automotivo entrou para o portfólio da fábrica, o OEM (Original Equipment Manufacturer). Adolfo explica que a Probor produz peças de borracha para as empresas sistemistas, que são fábricas que fornecem kits prontos para as montadoras. “Por exemplo, a porta de um carro. A montadora compra um conjunto pronto da sistemista, com todas as peças que formam o mecanismo para levantar e abaixar os vidros, seja elétrico ou manual. A Probor fornece os itens de borracha para essas empresas que produzem os kits. Elas juntam as peças com outros componentes plásticos e metálicos”, detalha.
“No caso do Uno Novo, participamos inclusive do desenvolvimento dos protótipos. Quando o projeto começou, trabalhamos juntos com a própria Fiat para desenvolver os desenhos das peças”, revela Adolfo.
Paralelamente, a Probor investe em outros dois pontos importantes: o mercado da construção civil e equipamentos para bicicletas. Na construção civil, a empresa trabalha com caixilharia, produzindo peças de borracha que vedam janelas e vidros. Também mantém duas marcas de câmaras de ar para bicicletas, a Fast Bike e Free Bike. “Hoje somos o terceiro maior produtor de câmara de ar para bicicletas do país”, afirma o presidente da fábrica. “Também começamos a investir na produção de pneus para bicicletas, que certamente vai aumentar nosso mercado. A pessoa que compra câmara de ar, compra também o pneu, a venda é casada”, diz.
Os produtos em borracha atendem ainda as indústrias moveleira, mineradora, brinquedos, eletroeletrônicos, químicas, têxteis, alimentícias, aeronáutica, naval e de papel e celulose.
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