sexta-feira, 12 de março de 2010

Série Dia Internacional da Mulher - Parte 8

Elizabeth





"A Rainha Virgem"


O rei inglês Henrique VIII, era casado com a espanhola Catarina de Aragão. O soberano era louco para ter um filho homem, no entanto sua esposa lhe deu uma filha, Mary. Mas, o rei queria muito um menino, para que fosse seu sucessor, então resolveu casar-se novamente. A Igreja Católica não permitiu que o rei se casasse novamente, a não ser que ele obtivesse o aval do papa, mas esse lhe foi negado. Com a convicção de que só uma nova esposa lhe daria o tão sonhado filho, Henrique VIII fundou a Igreja Anglicana. Foi aí que pôde se casar com Anna Bolena, porém, essa também lhe deu uma filha, Elizabeth. Rejeitando a esposa por ter lhe dado uma menina, Henrique VIII forjou uma acusação de adultério, que resultou na decapitação de Anna em 1536. O rei casou-se novamente, com Jane Seymour, que morreu logo após dar a luz ao filho tão desejado, Edward.







Mesmo depois de realizado seu desejo, o soberano casou-se e descasou-se diversas vezes. Quando Elizabeth completou 13 anos de idade, Henrique VIII morreu. Como era esperado, Edward I assumiu o trono, tinha apenas 9 anos de idade.


O novo rei era de saúde frágil, permaneceu no trono por pouco tempo, quando, em 1553, morreu de tuberculose. A sucessora por direito foi Mary, ela era católica, o que revoltava os anglicanos, por isso eles apoiavam Jane Grey, uma parente distante do rei morto, para assumir o poder. Mary conseguiu deter os revoltosos e garantir o poder. Era uma mulher muito nervosa e paranóica, após assumir o trono tratou de restaurar sua religião no país, mandou 300 pessoas para a fogueira. Além disso, casou-se, em 1554, com o então rei da Espanha, Felipe II, essa atitude a tornou mais odiada entre os ingleses que não viam com bons olhos a união da frágil Inglaterra com a Espanha, a nação mais poderosa daqueles tempos.






Mary suspeitava de que sua meio-irmã Elizabeth estivesse por trás dos levantes protestantes, por isso, resolveu trancafiá-la na Torre de Londres, onde ficou por quatro anos. Com a morte de Mary, em 1558, Elizabeth teve a oportunidade de assumir o poder. Quando tomou posse do poder ela percebeu que os ingleses estavam divididos entre católicos e protestantes e, o tesouro real estava acabado. O viúvo de Mary I estava de olho no poder e, para completar, a França sustentava uma forte e poderosa aliança com a católica Escócia, ameaçando uma invasão pelo norte. Elizabeth organizou um time de conselheiros cuja qualidade principal era a competência. Ao invés de desafiar o parlamento ela promovia diversas alianças com o mesmo.






A soberana reforçou a autoridade dos nobres, mas por outro lado cobrou deles responsabilidades com a chamada Lei dos Pobres, na qual o senhor feudal era obrigado a cuidar dos necessitados de seu feudo. Propôs trégua à França, cedendo a posse do porto de Calais. Ao Contrário do que fez com a França, Elizabeth financiou secretamente grupos protestantes para desestabilizar o governo da sua prima, a rainha escocesa Mary. Para conter a ambição do viúvo de sua meia-irmã, Mary I, a rainha passou a flertar com ele, enrolou-o por anos para depois dispensá-lo.


Com essas ações, ela conseguiu manter a Inglaterra livre de invasões. A questão religiosa se manteve como um dos grandes problemas do início do reinado da “rainha virgem”, como ficou conhecida.






Elizabeth resolveu instalar novamente a Igreja Anglicana, criada por Henrique VIII. Ela não queria uma guerra civil, por isso deu voz aos católicos no Parlamento. Mas as revoltas religiosas continuaram, tanto que, em 1569, um grupo de nobres católicos rebelou-se no norte da Inglaterra. Para sufocar essa revolução, Elizabeth mandou massacrar os revoltosos e, confiscar os bens de seus herdeiros que ficaram privados da herança. Em contrapartida, o papa excomungou Elizabeth, em 1570. Em 1585, o rei espanhol Felipe II declarou guerra à Inglaterra, reunido a maior frota já vista. Em compensação, a inglesa tinha apenas 197 embarcações. Para a sorte de Elizabeth os espanhóis foram vítimas de uma tempestade no Canal da Mancha, apelidada de “castigo protestante”, e ficaram desgovernados. Os ingleses aproveitaram a chance e massacraram 5 mil soldados inimigos. Alguns espanhóis conseguiram escapar, entre eles o duque de Medina-Sidônia. Essa vitória deixou a Inglaterra entre as maiores potências daquela época. Com a proximidade da velhice e da morte, Elizabeth I estava preocupada em quem seria seu sucessor, o herdeiro do trono. Segundo alguns estudiosos, ela teria indicado seu sobrinho, James I da Escócia, filho de sua prima-rival, Mary. Para outros, isso não aconteceu de fato. O que se sabe é que a “rainha virgem” faleceu em 1603, e foi a última da dinastia Tudor.






Por Eliene Percília


Equipe Brasil Escola



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