sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

1CO 13 : 1, 2

I Coríntios é como é conhecida a primeira epístola de S. Paulo à igreja em Corinto, muito embora possa ter sido a segunda carta do apóstolo aos cristãos daquela cidade. É nesta carta que é encontrada a famosa passagem sobre a importância do amor genuíno, no capítulo 13; e também sobre dons espirituais, no capítulo 12. Por isso, I Coríntios é considerada uma das epístolas mais poéticas do "Apostolo dos Gentios" como Paulo de Tarso chegou a ser chamado.



O autor da epístola, como se pode identificar desde o seu começo, já no primeiro versículo, teria sido o apóstolo Paulo. Apesar da referência a alguém chamado Sóstenes, supõe-se que este possa ter sido algum auxiliador que tenha redigido a carta enquanto Paulo ditava, valendo destacar que o fato de haver uma narrativa na primeira pessoa demonstra ter sido um único autor.

A data provável que a epístola foi escrita teria sido por volta do ano 55 da era comum, quando Paulo encontrava-se na cidade de Éfeso em sua terceira viagem missionária (Atos 19:1; Atos 20:1).

É possível que I Coríntios tenha sido a segunda carta que Paulo teria escrito aos cristãos em Corinto.


Sabe-se que o apóstolo escreveu um total de quatro epístolas, das quais duas encontram-se perdidas na atualidade.

Através de uma interpretação que se faz do verso 9 do capítulo 5 da epístola e de 2Coríntios 2:3-4, supõe-se que esta teria sido a segunda carta. E, por sua vez, a segunda epístola do Novo Testamento, poderia ter sido a quarta.

Coríntios é uma carta de aconselhamento. Na ocasião em que Paulo encontrava-se em Éfeso, ele ouviu falar dos problemas da congregação cristã na cidade de Corinto e, por isso, passa várias instruções sobre diversos assuntos. Depois de tratar dos problemas da igreja que enfrentava dissensões e uma situação de desordem, Paulo passa a responder sobre as dúvidas dos cristãos daquela igreja.
 
Instruções acerca dos dons espirituais


Dentro do contexto de como deve ser feita a adoração pública nos cultos das congregações cristãs, Paulo passa algumas instruções sobre o uso dos dons espirituais, conhecidos no catolicismo como os carismas do Espírito Santo.

Paulo explica que os dons são dados por um único Deus para o cumprimento de sua obra na Terra, buscando situar a igreja como um só corpo e os cristãos como membros desse corpo. E, assim como no corpo humano cada parte tem uma função específica, o mesmo deve ser aplicado quando às manifestações dos dons espirituais na Igreja (1Coríntios 12:12).

Após uma pausa em que fala sobre a suprema excelência do amor, durante o capítulo 13, Paulo detém-se no uso dos dons de línguas e de profecias. Neste sentido, ele orienta que os cristãos devem procurar com zelo os dons espirituais, principalmente o de profetizar.

Embora muitos relacionem a profecia como uma previsão de acontecimentos futuros, o seu principal propósito no Novo Testamento bíblico, de acordo com a epístola, seria o de comunicar a mensagem de Deus às pessoas, dando esclarecimentos, advertências, correção e encorajamento:

Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. (1Coríntios 14:3)


A respeito do dom de falar em línguas, Paulo orienta as igrejas para que procurem manter uma disciplina durante o culto, ressaltando qual a finalidade dessa manifestação espiritual que seria a edificação pessoal do cristão em sua oração individual a Deus.

O poema sobre o amor


É no capítulo 13 da epístola que Paulo fala grandiosamente sobre o amor (em grego ágape) que, em algumas traduções, aparece com o vocábulo caridade:

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.



Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.


Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!


A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante.


Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.


Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.


Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.


A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.


A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.


Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.


Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.


Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.

Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade." 

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