Sem. Jauri Strieder, LC
jstrieder@legionaries.org
"Temos que andar, não sabemos onde, mas temos que andar", assim diz uma canção dos Beatles. Também escuto muitos dizerem: temos que ir de férias, não sabemos aonde, mas temos que ir de férias...
Hoje, temos uma facilidade enorme para satisfazer nossos desejos: um botão controla a temperatura, nos leva de um andar ao outro ou troca o canal; basta uma ligação para que, em poucos minutos, tenhamos uma pizza quentinha sobre a mesa.
Em muitas ocasiões, nossa sociedade corre atrás do bem-estar, induz a tentar experiências novas, mais emocionantes, a buscar o luxo e a comodidade. Consumir sem responsabilidade rouba o equilíbrio e a paz. São excessivas as mensagens que convidam a pensar somente em nós mesmos, a acumular mais na tentativa de preencher um vazio interior. Deste modo, porém, o espírito não repousa e o coração não encontra paz. No final, termina ainda mais cansado e triste do que antes.
O que fazer então nas férias? Segue uma resposta com dois exemplos: o primeiro é de um amigo que, no ano passado, transcorreu as férias na Amazônia. Numa viagem de carro na selva, ele deu carona a um índio, que então disse ser a primeira vez que andava de carro. Percorridos apenas nove quilômetros, o índio quis parar. O motorista começou a tremer de medo, mil coisas passaram pela sua cabeça. Perguntou se ele se sentia mal. “Não, respondeu o índio, eu tenho que esperar o meu coração que ficou para trás”. Foi uma lição! No passeio a pé, isso não acontece, pois o coração acompanha o ritmo e a velocidade dos nossos passos. Caminhar ou até fazer um passeio longo requer esforço, mochila, suor, mas justamente nisso consiste seu lucro. De carro muitas coisas passam despercebidas.
O outro exemplo é do meu professor de Literatura. Ele estudou na Europa e contou que ia de férias à Áustria, onde adorava passear nas montanhas. Um dia, com três companheiros, caminhou quatro horas de subida ao Hochkönig. Chegando ao pico dessa montanha (3 mil metros), um companheiro gaúcho fez uma grande surpresa: tirou da sua mochila uma cuia e todo o necessário para um chimarrão. A erva não era das melhores, mas essa foi a melhor lembrança das férias. Naquela região, ele provou muitos "strudels" e "wurstels", mas o que ficou na memória foi aquele chimarrão. O ordinário pode ser extraordinário!
Deus também teve férias. A Bíblia diz que Ele descansou no sétimo dia. Evidentemente, sendo Deus, Ele não precisava descansar ou repousar. Deus foi passear no paraíso, onde Adão se escondeu. Mais tarde, deixou sua morada celeste para descer a uma estrebaria de Belém. A distância parece infinita: Céu - terra, Deus - homem... Foi um passeio divino!
O passeio, a contemplação da natureza, a leitura de bons livros nos permitem retomar contato com as motivações profundas da vida. Essas atividades nos ajudam a reencontrar o equilíbrio, a serenidade, o contato íntimo com a raiz do nosso ser: com Deus. Com razão, Roberto Carlos podia cantar: “eu vou subir a montanha e ficar mais perto de Deus e rezar”.
Pense naquelas pessoas que não podem desfrutar de um tempo de descanso ou de férias e em quem passa o verão no calor das cidades. Mas pense também nas questões fundamentais da vida humana: De onde venho e para onde vou? Quem sou eu? O que haverá depois?
jstrieder@legionaries.org
"Temos que andar, não sabemos onde, mas temos que andar", assim diz uma canção dos Beatles. Também escuto muitos dizerem: temos que ir de férias, não sabemos aonde, mas temos que ir de férias...
Hoje, temos uma facilidade enorme para satisfazer nossos desejos: um botão controla a temperatura, nos leva de um andar ao outro ou troca o canal; basta uma ligação para que, em poucos minutos, tenhamos uma pizza quentinha sobre a mesa.
Em muitas ocasiões, nossa sociedade corre atrás do bem-estar, induz a tentar experiências novas, mais emocionantes, a buscar o luxo e a comodidade. Consumir sem responsabilidade rouba o equilíbrio e a paz. São excessivas as mensagens que convidam a pensar somente em nós mesmos, a acumular mais na tentativa de preencher um vazio interior. Deste modo, porém, o espírito não repousa e o coração não encontra paz. No final, termina ainda mais cansado e triste do que antes.
O que fazer então nas férias? Segue uma resposta com dois exemplos: o primeiro é de um amigo que, no ano passado, transcorreu as férias na Amazônia. Numa viagem de carro na selva, ele deu carona a um índio, que então disse ser a primeira vez que andava de carro. Percorridos apenas nove quilômetros, o índio quis parar. O motorista começou a tremer de medo, mil coisas passaram pela sua cabeça. Perguntou se ele se sentia mal. “Não, respondeu o índio, eu tenho que esperar o meu coração que ficou para trás”. Foi uma lição! No passeio a pé, isso não acontece, pois o coração acompanha o ritmo e a velocidade dos nossos passos. Caminhar ou até fazer um passeio longo requer esforço, mochila, suor, mas justamente nisso consiste seu lucro. De carro muitas coisas passam despercebidas.
O outro exemplo é do meu professor de Literatura. Ele estudou na Europa e contou que ia de férias à Áustria, onde adorava passear nas montanhas. Um dia, com três companheiros, caminhou quatro horas de subida ao Hochkönig. Chegando ao pico dessa montanha (3 mil metros), um companheiro gaúcho fez uma grande surpresa: tirou da sua mochila uma cuia e todo o necessário para um chimarrão. A erva não era das melhores, mas essa foi a melhor lembrança das férias. Naquela região, ele provou muitos "strudels" e "wurstels", mas o que ficou na memória foi aquele chimarrão. O ordinário pode ser extraordinário!
Deus também teve férias. A Bíblia diz que Ele descansou no sétimo dia. Evidentemente, sendo Deus, Ele não precisava descansar ou repousar. Deus foi passear no paraíso, onde Adão se escondeu. Mais tarde, deixou sua morada celeste para descer a uma estrebaria de Belém. A distância parece infinita: Céu - terra, Deus - homem... Foi um passeio divino!
O passeio, a contemplação da natureza, a leitura de bons livros nos permitem retomar contato com as motivações profundas da vida. Essas atividades nos ajudam a reencontrar o equilíbrio, a serenidade, o contato íntimo com a raiz do nosso ser: com Deus. Com razão, Roberto Carlos podia cantar: “eu vou subir a montanha e ficar mais perto de Deus e rezar”.
Pense naquelas pessoas que não podem desfrutar de um tempo de descanso ou de férias e em quem passa o verão no calor das cidades. Mas pense também nas questões fundamentais da vida humana: De onde venho e para onde vou? Quem sou eu? O que haverá depois?
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