Canção Nova
Da Redação, com Arquidiocese do Rio de Janeiro
A partir do segundo semestre deste ano, alunos da 1ª à 3ª série de 80 escolas da rede municipal do Rio de Janeiro poderão contar com aulas de ensino religioso, no modelo confessional.
Para cursar as aulas é necessário que os pais — no caso do aluno ser menor que 16 anos — autorizem e optem, no momento da pré-matrícula, por qual credo o filho deve seguir. A matricula é facultativa e nenhuma outra disciplina sofrerá redução de horário na grade curricular.
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As aulas de ensino religioso surgem para ajudar na formação integral do aluno e agregam valores à formação dos estudantes, já que também abrangem a parte emocional, a personalidade e o caráter do indivíduo. Dessa forma, o ensino religioso não equivale a uma aula de catequese, mas tem por finalidade acompanhar o desenvolvimento da criança ou adolescente na compreensão do mistério da transcendência.
A princípio, serão docentes católicos, evangélicos, espíritas e de religiões afro-brasileiras a ministrar a disciplina. O diretor do Departamento Arquidiocesano de Ensino Religioso, Padre Paulo Romão, ressaltou a importância da educação do jovem no que tange à sua identidade:
"Eu acredito que é de suma importância porque uma educação totalizante do jovem, do aluno, tem que levar em conta a sua identidade. Por exemplo, um aluno de família católica tem o direito de, no processo de formação, do conhecimento, retomar e aprofundar a riqueza da sua tradição, e, nesse sentido, o ensino religioso não esta relacionado à catequese, mas sim ao conhecimento, à formação conceitual, intelectual, humana, afetiva do aluno", disse.
Padre Paulo lembrou também que, diante dos problemas da sociedade, o ensino religioso se destaca como uma possibilidade de recuperação e de uma válida retomada de valores:
"Numa sociedade com tanta violência, tanto egoísmo, tanta corrupção, os valores estão destruídos. O ensino religioso possibilita justamente a recuperação, a retomada de valores que podem nortear a vida desses alunos para o resto de suas histórias. Então, é algo totalmente positivo. É um dever do Estado favorecer o ensino religioso na formação do cidadão, que nunca é neutro: ele faz parte de uma cultura, uma religião", falou.
Para a professora de ensino religioso Vânia Cristina Rafaelli, a disciplina apresenta um ensinamento que fala ao coração do aluno. É através dele que o estudante aprenderá a construir o seu caráter, e isso ainda o ajudará a se posicionar diante da realidade:
"O ensino religioso fala ao coração do aluno, é um ensinamento de dentro para fora, é ai que nos aprofundamos. O ensino religioso é o complemento, ele vai fechar toda a formação que esse aluno teve. As outras disciplinas são importantes, mas aquele jovem é um ser humano, ele está no mundo. Desde o início da humanidade, o homem tem implícito nele a formação religiosa, independente de qualquer coisa", afirmou.
O ensino religioso nas escolas municipais é consequência de uma lei, proposta pelo próprio Executivo, aprovada em outubro passado pela Câmara e sancionada pelo prefeito Eduardo Paes.
O texto criou a categoria de professor de ensino religioso, abrindo a possibilidade de concurso para até 600 docentes. Houve a exigência de que esses profissionais tivessem licenciatura plena que os habilite ao magistério nas séries iniciais e finais do Ensino Fundamental e o Credenciamento emitido pela Autoridade Religiosa competente para que pudessem lecionar.
Na rede estadual, o ensino religioso foi instituído em setembro de 2000. Somente neste ano letivo, 377 mil estudantes decidiram ter as aulas, de um total de cerca de um milhão.
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