sábado, 19 de maio de 2012

Vereador volta ao cargo após chamar situação de 'bonequinhos' em Rafard

 

Parlamentar foi cassado por comparar base aliada com logomarca da casa.
Fábio Luis Quagliato tinha liminar da Justiça para continuar com mandato.

Nikolas Capp Do G1 Piracicaba

Logotipo foi o que causou toda a polêmica na Câmara (Foto: Divulgação)Logotipo foi o que causou toda a polêmica na Câmara (Foto: Divulgação)

A Justiça de Capivari (SP) revogou a decisão da Câmara de Vereadores de Rafard, que cassou o vereador Fábio Luis Quagliato (PMDB). O parlamentar teve o mandato anulado após comparar os vereadores da situação com os bonequinhos que compõem a logomarca do poder legislativo.

A cassação ocorreu em setembro do ano passado porque os colegas de Quagliato classificaram a sátira, feita em abril de 2011, como quebra de decoro.

A polêmica dos "bonequinhos"
A logomarca do Legislativo é composta por seis "homenzinhos" de mãos dadas que formam com as pernas o nome da cidade. A comparação veio porque a Câmara era composta por seis vereadores de situação e três de oposição.

“Em uma sessão em abril de 2011, eu disse que o povo comentava que o desenho mostrava os apoiadores do governo. Por esse motivo, abriram um processo de cassação, que culminou com minha saída em setembro”, conta Quagliato, que em novembro retomou o cargo por força de uma liminar, mas só agora retomou a função em caráter definitivo.

O logotipo foi escolhido pelo presidente da Câmara, que desde a época era o vereador Rodolfo Miçom. O parlamentar afirma que a figura foi escolhida por mostrar a população unida, assim como o Legislativo da cidade.

“Nós ficamos ofendidos. O comentário sarcástico nos colocou como se fossemos manipulados pelo prefeito, o que não é verdade. Nós temos personalidade, mas compartilhamos a mesma ideia da administração, por isso apoiamos. Uma pessoa que estava vendo também se ofendeu e resolveu fazer o requerimento e a Câmara decidiu pela cassação”.

Superficial
A Justiça de Capivari julgou que o motivo alegado foi muito superficial e várias ilegalidades teriam sido cometidas durante todo o processo. Miçom afirma que o trâmite foi seguido conforme manda o regimento interno. “Tudo foi feito dentro da lei. A decisão foi tomada pela maioria dos vereadores”, confirma.

Segundo o juiz da 1ª Vara, Cleber de Oliveira Sanches, que decidiu o caso, é “difícil inferir desses dizeres, que constituem simples crítica à conduta de alguns vereadores”.

Pazes
Segundo o presidente da Câmara, a questão já foi resolvida, e as decisões tomadas foram no calor do cenário político na época da cassação. “O Fábio Luis Quagliato é uma pessoa muito boa e não tenho nenhum problema com ele. Acho que ele se excedeu e nós ficamos ofendidos. Mas tudo isso já é passado”.

Questionado se também não foi excesso o pedido de cassação, Miçom responde. “Os comentários foram bastante ofensivos aos parlamentares. E durante o processo ele não se posicionou, talvez por acreditar que não chegássemos às vias de fato. Mas o modo sarcástico que a fala foi feita exigia uma ação nossa. Não acho algo tão grave quanto outras questões que acontecem por aqui. Mas no calor dos acontecimentos a decisão foi tomada”.

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