quinta-feira, 19 de abril de 2012

‘Estamos abandonados pelo Estado’, diz funcionário de hospital interditado

 

Vigilância Sanitária aponta falta de higiene em cozinha de hospital. Secretaria da Saúde garante que exigências serão cumpridas.

Adriane Souza Do G1 Sorocaba e Jundiaí

 

“Sempre denunciamos a situação precária na qual trabalhamos aqui, mas nunca tomam providências. Estamos abandonados pelo Estado”, afirma Clemente Francisco das Chagas, membro do Conselho Municipal de Saúde de Itu (SP) e auxiliar de enfermagem do Hospital Francisco Ribeiro Arantes, o Pirapitingui. O hospital teve o prédio da cozinha interditado na tarde desta terça-feira (18). Segundo a Vigilância Sanitária, foram encontradas fezes e urina de ratos e baratas na cozinha e no refeitório da unidade de saúde.

Administrado pela Secretaria Estadual da Saúde, o Pirapitingui oferece atendimento e abriga pacientes lesionados pela hanseníase. Muitos pacientes vivem na unidade de saúde em regime de internação compulsória, na qual o paciente permanece internado sob os cuidados do governo até o fim da vida.

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Embora tenha recebido diversas vezes denúncias sobre as péssimas condições do hospital, esta é a primeira vez que os fiscais da vigilância flagraram irregularidades no local.

O órgão está elaborando uma lista com exigências que deverão ser cumpridas pela Secretaria Estadual da Saúde. “Enquanto os itens não forem cumpridos, o refeitório e a cozinha permanecerão lacrados”, declara a diretora da Vigilância Sanitária do município Tânia Vieira.

Várias denúncias já foram feitas denúnciando as péssimas condições da cozinha do Pirapitingui (Foto: Reprodução/TV Tem)
Várias denúncias já foram feitas sobre condições da
cozinha do Pirapitingui (Foto: Reprodução/TV Tem)

O membro do Conselho Municipal de Saúde conta que muitos pacientes se recusam a comer a refeição oferecida pela unidade de saúde. “Muitos sabem que a cozinha é suja e não comem. Os funcionários também evitam. Mas tenho dó dos idosos com mais de 100 anos que estão internados aqui e acabam ingerindo esta comida de péssima qualidade por não terem escolha”, conta Clemente.

Apesar da situação flagrada pela vigilância, a secretaria informou que são feitas dedetizações pontuais no local, sempre que há necessidade. Além disso, a secretaria declara, por meio de nota, que o hospital irá adotar todas as providências exigidas pela Vigilância Sanitária Municipal e pelo Ministério Público para a reabertura da cozinha o mais rápido possível.

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