sábado, 21 de abril de 2012

Campinas tem 69 leitos de UTI a menos do recomendado pela OMS

Cidade tem 261 leitos e secretário reconhece sobrecarga no sistema. Ele diz que idosa morta após espera de 36h "teve todo suporte necessário".

Do G1 Campinas e Região

 

Campinas, SP, tem 69 leitos públicos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a menos do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para o porte da cidade. A administração municipal reconheceu a sobrecarga do sistema de emergência, após a morte de Josefa Araújo Andrade, de 74 anos, no pronto-socorro São José. A vítima esperou 36h por uma vaga no Hospital Municipal Mário Gatti.

O secretário da Sáude de Campinas, Fernando Brandão, informou nesta sexta-feira (20) que a cidade possui déficit de 20 leitos públicos de unidades de terapia intensiva (UTI). "Não foi possível que essa paciente fosse transferida. Foram feitos todos os fluxos possíveis e adequados para solucionar a situação, mas infelizmente não conseguimos. Durante esse tempo (espera) ela recebeu todo o suporte necessário", defende.

Para uma cidade do porte de Campinas, com população estimada em um milhão de habitantes, a OMS recomenda um mínimo de 330 leitos. O município tem, no entanto, 261 unidades que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A administração municipal informa que a solução está no Hospital Ouro Verde, que desde a inauguração, em 2008, trabalha com capacidade ociosa na região sudoeste, a que mais cresce na cdade. A equipe da EPTV foi ao local e constatou que 51 leitos estão vazios e os equipamentos estão amontoados, sem uso.

"A prefeitura tem se esforçado para chegar a um bom termo de negociação com a empresa que gere o Ouro Verde. Estamos no final desse processo para que a gente possa fazer a assinatura de contrato e expandir o hospital com os leitos que tanto necessitamos", explicou Brandão.


Morte idosa
Segundo os familiares, a paciente deu entrada no pronto socorro na manhã de terça (17) com suspeita de virose, mas no dia seguinte o estado dela piorou e teve início uma busca por vaga na UTI do Mário Gatti, mas ela não resistiu.

O coordenador do Samu em Campinas, José Roberto Hansen, disse que nenhuma vaga em UTI foi conseguida, mas o quadro era grave e mesmo se um leito fosse conseguido ela iria a óbito.

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