sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Prefeito de Porto Feliz apresenta pesquisa sobre desarmamento da América Latina

O prefeito de Porto Feliz, Cláudio Maffei (PT) voltou ao Brasil no último final de semana após participar da 8ª Conferência Executiva da organização Mayors for Peace (Prefeitos pela Paz) nos dias 8, 9 e 10 de novembro na cidade de Granollers, na Espanha. No evento, autoridades municipais de todo o mundo se reuniram para tratar do desarmamento nuclear e da segurança global. Maffei representou o Brasil a convite da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), entidade da qual é vice-presidente para assuntos de Segurança Pública.

O prefeito explica a função de representantes da América Latina na conferência. “A questão das armas nucleares pode parecer distante para os países da América Latina, mas a possível utilização causaria uma série de alterações e desequilíbrios em todo o planeta, tanto ambientais, humanos quanto financeiros. Imaginemos como seria danoso se por alguma infelicidade, um país que detém armas nucleares viesse a usá-las. Seria uma catástrofe em nível global que afetaria o Brasil e o nosso continente”, explicou o prefeito.

A delegação foi formada por representantes do Brasil, Argentina e México, acompanhados pelo diretor internacional de desenvolvimento do projeto Prefeitos pela Paz, Pol Heanna Dhuyvetter.

            Pela primeira vez em 29 anos, a conferência teve a participação de representantes do Hemisfério Sul, através da Frente Nacional de Prefeitos do Brasil, Federação dos Municípios da Argentina, Associação de Autoridade Locais do México e Caribe, além do prefeito da cidade de Fongo Tongo, de Camarões.

As despesas com a viagem foram pagas pela própria Frente Nacional dos Prefeitos. Durante o período em que o prefeito esteve na Espanha, o vice-prefeito e secretário de Educação, Cultura e Esportes, Júlio César Bronze (PT), assumiu os trabalhos no Paço Municipal.

Pesquisa

A América Latina teve voz ativa na Conferência em Granollers. Na ocasião, Cláudio Maffei apresentou uma pesquisa realizada com 111 prefeitos e formadores de opinião na América do Sul e Caribe.

De acordo com o documento apresentado na conferência, a pesquisa teve o objetivo de conhecer a opinião e o nível de informação dos dirigentes de municípios da América do Sul sobre as armas nucleares e sobre o papel que poderiam ter na organização da região, além de conhecer os temas que realmente preocupam hoje as autoridades latino-americanas.

“Os resultados dessa pesquisa serão usados para nortear as próximas ações da rede Prefeitos pela Paz. Com base nas informações captadas, os agentes da campanha poderão desenhar melhores estratégias de ação e desenvolver um trabalho de maior qualidade focado na região”, analisa o prefeito.

            A pesquisa foi realizada principalmente de maneira virtual, porém parte dos questionários foi respondida de maneira direta por parte de alguns prefeitos e autoridades que participaram do Congresso de Segurança e Cidadania realizado na cidade de Buenos Aires, na Argentina, e na 60ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos na cidade de Foz de Iguaçu, no Brasil.

Resultados

            A pesquisa foi respondida por um total de 111 prefeitos ou profissionais vinculados com o tema da Segurança Pública, o que equivale a mais de 20% das 503 cidades membros do Prefeitos pela Paz no continente latino-americano. “É uma cobertura geográfica suficientemente ampla para conhecermos o contexto geral da região”, considera Maffei.

A pesquisa apresentou diversos questionamentos. Um deles foi: “Você considera que o seu território pode ser objetivo de alguma ameaça nuclear?”. Em relação a essa pergunta, 58% dos entrevistados responderam que não consideram seu território alvo de ameaça nuclear e 42% admitiram a hipótese de uma ameaça nuclear ou ofensiva militar proveniente do exterior.

            “A porcentagem mais alta dos pesquisados que não considera que seu território possa ser objeto de alguma ameaça nuclear demonstra que não há grande conscientização sobre o tema das armas nucleares. Por isso, a organização terá que planejar e criar novas estratégias de informação e conscientização acerca da urgência do desarmamento nuclear aos dirigentes locais da América Latina”, analisou Maffei.

            Em outro ponto da pesquisa, a questão foi: “Você acredita que uma guerra nuclear limitada ao outro lado do mundo teria um impacto catastrófico na produção mundial de alimentos, inclusive na sua região?”. Nesse item, 91% dos entrevistados responderam que estão conscientes do risco; 9% responderam que não.

            O questionário também procurou detectar, na opinião dos entrevistados, quais são os temas que os “Prefeitos pela Paz” deveriam dar maior prioridade na América Latina. “O assunto mais citado pelos governos locais foi a luta contra a pobreza e a marginalidade. Em segundo lugar, vem a violência contra a mulher. O desarmamento e proliferação nuclear apareceram na terceira posição do ranking”, explica Maffei. “O resultado pode ser interpretado como um reconhecimento do trabalho que o Prefeitos pela Paz vem desenvolvendo na região. Nosso maior desafio é justamente o combate às ameaças nucleares”, prosseguiu.

Em outro momento da pesquisa, a pergunta foi: “Você assistiria a um seminário em sua região sobre temas de segurança local e global, organizada pelo Prefeitos pela Paz?” A grande maioria – 98% dos entrevistados – afirmaram que assistiriam a um seminário sobre segurança global e local organizada pela rede. “O resultado desta enquete permite concluir que é urgente e pertinente a realização de um seminário sobre segurança na América Latina para que o Prefeitos pela Paz e sua campanha Visão 2020 sejam apresentadas neste evento à população em geral, e não só aos mandatários de cada cidade”, considerou Maffei.

Prefeitos pela Paz

A organização tem como objetivo ampliar a cultura pela paz no mundo e combater a proliferação de armas de destruição de massa, principalmente nucleares. Foi criada em 1982, por iniciativa das prefeituras de Hiroshima e Nagasaki (Japão), cidades que já vivenciaram ataques devastadores de armas nucleares e então construíram uma rede de solidariedade entre governos ao redor do mundo a fim de evitar que a tragédia se repita em outras localidades.

Hoje, a iniciativa é compartilhada internacionalmente por mais de 5.000 cidades em 150 países, incluindo o Brasil. A rede chegou ao país no final de 2009 e hoje conta com pouco mais de 70 prefeitos membros. Portanto, Porto Feliz acaba sendo um dos pioneiros da atividade no país.

De acordo com os agentes da campanha, o Prefeitos pela Paz é atualmente a maior rede internacional de solidariedade entre cidades dedicada a promover a paz e a segurança ao redor do globo. A entidade também trabalha pela solução de problemas mundiais como a fome e a pobreza, abusos de direitos humanos e a degradação ambiental.

Campanha Visão 2020

A principal atividade atual do Prefeitos pela Paz é a Campanha Visão 2020, que visa atingir o completo desarmamento nuclear com a promoção de um tratado que proíba esta categoria de armas. A rede vem, desde 2003, realizando atividades com órgãos multilaterais e governos nacionais para que as negociações de desarmamento nuclear se iniciem rapidamente, cumprindo com as obrigações estabelecidas no Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

A adesão dos municípios é gratuita e não implica em nenhuma contribuição financeira obrigatória. Outras informações pelo www.mayorsforpeace.org.

Fonte, Site Prefeitura Porto Feliz

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário!

Seja bem vindo!
Pascom Porto Feliz