O Vaticano anunciou que tomará medidas legais contra a grife Benetton por conta de uma polêmica campanha publicitária que traz fotomontagens de líderes mundiais se beijando. Em uma das imagens, o papa Bento XVI aparece beijando na boca o imã egípcio Ahmed el Tayyeb. Em outras montagens sob o mote “Unhate” (não odeie, na tradução livre), o presidente dos EUA, Barack Obama, beija o da China, Hu Jintao, e o da Venezuela, Hugo Chávez; o francês Nicolas Sarkozy aparece beijando a chanceler alemã Angela Merkel; e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, beija o premiê israelense, Benjamin Netanyahu. Logo depois do lançamento da campanha, na semana passada, outdoors com a imagem do papa foram retirados de ruas na Itália.
Danos à Igreja
Segundo declaração do Vaticano, a propaganda “não apenas causa danos à dignidade do papa e da Igreja Católica, mas também aos sentimentos dos fiéis”. “É absolutamente inaceitável o uso da imagem do papa manipulada e explorada em uma campanha publicitária com fins comerciais”, afirmou o porta-voz Federico Lombardi. Mahmud Azab, porta-voz da mesquita al-Azhar, no Cairo, descreveu o anúncio como “irresponsável e absurdo”.
A Benetton desculpou-se em declaração. “Lamentamos que o uso de uma imagem do pontífice e do imã possa ter ofendido as sensibilidades dos fiéis deste modo. A proposta da campanha era somente combater a cultura do ódio em todas as suas formas”, afirmou. Não é a primeira vez que a empresa envolve-se em campanhas polêmicas. Já foram usadas imagens como as de uma enfermeira beijando um padre, de presos no corredor da morte e de um homem morrendo de Aids.
Informações da BBC News [17/11/11].
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