“A manhã de Páscoa trouxe-nos este anúncio antigo e sempre novo: Cristo ressuscitou!”. Disse o papa Bento XVI após presidir a Missa Pascal, ao meio dia deste domingo, 24, no balcão central da Basílica de São Pedro, de onde proferiu sua mensagem de Páscoa.
“O eco deste acontecimento, que partiu de Jerusalém há vinte séculos, continua a ressoar na Igreja, que traz viva no coração a fé vibrante de Maria, a Mãe de Jesus, a fé de Madalena e das primeiras mulheres que viram o sepulcro vazio, a fé de Pedro e dos outros Apóstolos”, continuou o pontífice.
O papa explicou ainda em sua mensagem que “a ressurreição de Cristo não é fruto de uma especulação, de uma experiência mística: é um acontecimento, que ultrapassa certamente a história, mas verifica-se num momento concreto da história e deixa nela uma marca indelével. A luz, que encandeou os guardas de sentinela ao sepulcro de Jesus, atravessou o tempo e o espaço. É uma luz diferente, divina, que fendeu as trevas da morte e trouxe ao mundo o esplendor de Deus, o esplendor da Verdade e do Bem”.
Nas palavras de Bento XVI: “a Ressurreição de Cristo dá força e significado a cada esperança humana, a cada expectativa, desejo, projeto. Por isso, hoje, o universo inteiro se alegra, implicado na primavera da humanidade, que se faz intérprete do tácito hino de louvor da criação. O aleluia pascal, que ressoa na Igreja peregrina no mundo, exprime a exultação silenciosa do universo e, sobretudo, o anseio de cada alma humana aberta sinceramente a Deus, mais ainda, agradecida pela sua infinita bondade, beleza e verdade”.
O papa falou então sobre as situações de miséria, fome, doenças, violência e guerra, que contrastam com o aleluia pascal, mas que, devemos lembrar, que para a redenção da nossa história também de hoje Cristo foi crucificado e ressuscitou. Recordou em seguida os povos do Oriente Médio, invocando para estes “a luz da paz e da dignidade humana”, que “vença as trevas da divisão, do ódio e das violências”. “Na Líbia – disse o Pontífice -, que as armas cedam o lugar à diplomacia e ao diálogo e se favoreça o acesso das ajudas humanitárias a quantos sofrem as consequências da luta. Nos países da África do Norte e do Oriente Médio, que todos os cidadãos – e de modo particular os jovens – se esforcem por promover o bem comum e construir uma sociedade, onde a pobreza seja vencida e cada decisão política seja inspirada pelo respeito da pessoa humana. A tantos migrantes e refugiados, que provêm de diversos países africanos e se vêem forçados a deixar os afetos dos seus entes mais queridos, chegue a solidariedade de todos; os homens de boa vontade sintam-se inspirados a abrir o coração ao acolhimento, para que se torne possível, de maneira solidária e concorde, acudir às necessidades prementes de tantos irmãos; a quantos se prodigalizam com generosos esforços e dão exemplares testemunhos nesta linha chegue o nosso conforto e apreço.”
Continuou auspiciando que “possa recompor-se a convivência civil entre as populações da Costa do Marfim, onde é urgente empreender um caminho de reconciliação e perdão, para curar as feridas profundas causadas pelas recentes violências”. Fez especial menção ainda ao Japão e aos demais países que, nos meses passados, passaram por calamidades naturais.
E encerrando sua mensagem deste domingo de Páscoa, o papa disse: “Cristo ressuscitado caminha à nossa frente para os novos céus e a nova terra (cf. Ap 21, 1), onde finalmente viveremos todos como uma única família, filhos do mesmo Pai. Ele está conosco até ao fim dos tempos. Sigamos as suas pegadas, neste mundo ferido, cantando o aleluia. No nosso coração, há alegria e sofrimento; na nossa face, sorrisos e lágrimas. A nossa realidade terrena é assim. Mas Cristo ressuscitou, está vivo e caminha conosco. Por isso, cantamos e caminhamos, fiéis ao nosso compromisso neste mundo, com o olhar voltado para o Céu.”
Após a mensagem, o Bento XVI fez a saudação de Páscoa aos fiéis e peregrinos em 60 diferentes idiomas, entre os quais, português. Em seguida aos votos de Boa Páscoa, o papa concedeu a todos a Benção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo).
Fonte: CNBB
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