terça-feira, 29 de junho de 2010

Villa marca, Espanha bate retranca portuguesa e avança às quartas

Oitavas de Final

A insistência e a manutenção do estilo de jogo premiaram a Espanha nesta terça-feira com uma vaga nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Com um jogo de passes e posse de bola, além do brilho de David Villa, a Fúria venceu o clássico ibérico contra Portugal pelo placar de 1 a 0 e se garantiu entre as oito melhores seleções do Mundial de 2010. Recuados e sem criatividade, os lusitanos, por outro lado, se despedem da competição.

O triunfo na Cidade do Cabo faz a Espanha manter o seu favoritismo na Copa do Mundo. A atual campeã europeia volta a campo no próximo sábado para enfrentar o Paraguai, que se classificou pela primeira vez às quartas de final de um Mundial ao bater o surpreendente Japão nos pênaltis. O confronto será realizado a partir das 15h30 (de Brasília), no estádio Ellis Park.
Novamente o atacante David Villa acabou sendo o grande destaque da Espanha na partida. Autor do tento da classificação, o jogador do Barcelona assumiu a responsabilidade de comandar o setor mais ofensivo da equipe. Enquanto o camisa 7 teve outra excelente atuação, Fernando Torres atuou de uma forma discreta, decepcionando em mais um jogo do torneio.
Por outro lado, Portugal não contou com o esperado brilho de Cristiano Ronaldo. Isolado e apagado dentro de campo, o melhor jogador do mundo em 2008 não foi páreo para a boa marcação de Sergio Ramos e Piqué. Em muitos momentos, o camisa 7 era cercado por dois, ou mais marcadores, e não conseguia desenvolver a sua seleção ofensivamente.
Sem a ousadia esperada, os portugueses apenas 'observaram' os espanóis trocarem passes para encontrar um espaço na retranca armada por Carlos Queiroz. E, o tiro certeiro veio apenas aos 18 minutos do segundo tempo, quando Xavi, com um leve toque de calcanhar, deixou David Villa frente à frente de Eduardo. O camisa 7 chutou duas vezes para vencer o goleiro Eduardo, melhor jogador lusitano em campo e responsável por evitar uma derrota maior.


O jogo - Cercado por um clima de tensão, o clássico entre a Fúria e os lusos começou movimentado. Dono do maior território da península ibérica, a Espanha incorporou o domínio geográfico no seu jogo e, da mesma forma como os dois países estão dispostos no mapa, encurralou o adversário nos instantes iniciais de partida. A equipe de Vicente Del Bosque ameaçou o goleiro Eduardo logo a um minuto, quando Fernando Torres fez boa jogada individual pela ponta esquerda, invadiu a área e chutou para excelente intervenção do camisa 1.
A oportunidade do atacante do Liverpool logo no primeiro ataque revelou qual seria a postura das duas equipes dentro de campo. Dois minutos depois, David Villa também recebeu na esquerda e, em jogada semelhante a do seu companheiro de ataque, exigiu outra boa intervenção do goleiro Eduardo. Aos seis, o camisa 7 chutou para a meta e viu o arqueiro intervir, impedindo a abertura do marcador pela Fúria.
O retrato da partida na primeira etapa acabou sendo com a Espanha no ataque e Portugal buscando os contragolpes. Aos 12, Fernando Torres pegou de primeira um cruzamento de Xavi e por centímetros não surpreendeu o goleiro Eduardo. Muito atrás, a equipe de Carlos Queiroz pouco passava do meio-campo e apostava nos longos lançamentos para Cristiano Ronaldo.
Sem a criatividade de Deco, barrado pelo treinador, Portugal chutou pela primeira vez ao gol aos 20 minutos. Substituto do meia do Chelsea na partida, Tiago arrematou da entrada da área e obrigou Casillas a espalmar. No entanto, a bola rebatida pelo goleiro espanhol subiu em direção ao gol e o camisa 1 precisou tirar de soco para evitar o tento português.
E o arremate de Tiago flagrou a surpreendente insegurança do arqueiro do Real Madrid. Aos 27 minutos, Cristiano Ronaldo soltou a bomba da intermediária e obrigou Casillas a dar uma manchete de vôlei para evitar o gol. Para sorte do camisa 1, Piqué, bem posicionado, afastou o rebote e evitou que a bola chegasse na medida para o brasileiro Pepe empurrar para as redes.
Depois destas duas oportunidades, Portugal cresceu no jogo e equilibrou o confronto. Investindo na velocidade pela esquerda do lateral Fabio Coentrão e nas bolas aéreas para o centroavante Hugo Almeida, os lusos chegaram com perigo por mais duas oportunidades, mas a falta de pontaria impediu o time de Carlos Queiroz de ir para os vestiários em vantagem.
O embalo lusitano fez a equipe de Cristiano Ronaldo começar melhor o segundo tempo e assustar o torcedor espanhol logo aos seis minutos, Hugo Almeida saiu da área e fez boa jogada pela esquerda. Na tentativa de acionar o camisa 7 dentro da área, o centroavante viu a bola desviar na coxa de Puyol e passar rente à trave esquerda de Casillas.
O susto do "quase gol" português acordou a Espanha. Mantendo suas características de jogo, a Fúria voltou a crescer no jogo e fez o goleiro Eduardo tornar-se um dos protagonistas do confronto. Aos 15, o centroavante Llorente, substituto de Fernando Torres - que teve outra atuação apagada -, venceu a disputa pelo alto com a zaga lusitana e obrigou o camisa 1 a realizar uma excelente defesa.

Insistindo em manter o seu estilo, a equipe de Vicente Del Bosque conseguiu furar a retranca adversária e abrir o placar. Aos 18 minutos, Iniesta achou Xavi dentro da área. Com categoria, o camisa 8 desviou de calcanhar para David Villa. Grande destaque da Espanha na Copa do Mundo, o atacante do Barcelona chutou por duas vezes antes de correr para comemorar seu quarto gol na competição - é o artilheiro ao lado de Higuaín, da Argentina, e Vittek, da Eslováquia.
O tento de Villa não mudou a postura espanhola na partida. Por outro lado, o técnico português buscou aumentar a ofensividade do seu time, colocando Liédson, Danny e Pedro Mendes nas vagas de Simão, Hugo Almeida e Pepe. No entanto, a falta de criatividade impediu o time de Carlos Queiroz de forçar a prorrogação. Nos instantes finais, os portugueses ainda perderam o zagueiro Ricardo Costa, expulso por dar uma cotovelada no lateral Capdevilla.
Bem postada, a linha defensiva da Fúria segurou o pouco trabalho que teve e manteve o segundo colocado do ranking da Fifa vivo no torneio mais importante do calendário futebolístico.









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