segunda-feira, 5 de abril de 2010

Projeto de Lei Propõe Merenda Especial Para Alunos com Diabetes

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado aprovou um projeto de lei determinando fornecimento de merenda diferenciada para crianças com diabetes, hipertensão ou anemias.

A proposta (PLC 187/09) é de autoria do deputado Celso Russomano (PP-SP) e está sob análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), em decisão terminativa.
O senador José Nery (PSOL-PA), relator da proposta na CE, declarou que a alimentação escolar é garantida para a rede pública estadual e municipal por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Segundo ele, o projeto vai contribuir para assegurar uma alimentação suplementar diferenciada para esses alunos, já que famílias mais pobres possuem dificuldades para suprir adequadamente a alimentação requerida.


Alimentação Saudável e Integração do Aluno
A nutricionista Dra. Maristela Bassi Strufaldi diz que todo e qualquer tipo de lei que favoreça uma alimentação saudável é bem vinda para a população, principalmente para alunos da rede pública, que muitas vezes não possuem estrutura domiciliar para um suporte nutricional adequado.
“Uma lei que agregue alimentos diferenciados a esse público pode favorecer um maior equilíbrio do estado clínico e, até mesmo, motivar pais, funcionários e alunos a conhecerem mais sobre os cuidados especiais que esses quadros requerem”, declara.
A Dra. Maristela diz que, dependendo do cardápio padrão da escola, não é necessário criar uma alimentação diferenciada para o aluno com diabetes, mas sim adaptar o já existente, por meio da contagem de carboidratos. “Se houver um profissional nutricionista que conheça o aluno e estabeleça, assim, as suas reais necessidades nutricionais/dia, o cardápio padrão poderá ser adaptado, sem problemas. Porém, é importante ressaltar que essa adaptação deve ser individualizada e sua evolução, monitorada. Assim, é possível estimular a participação ativa do aluno nesse processo”, ressalta a nutricionista.
A especialista destaca que é preciso tomar cuidado para não fazer o aluno com diabetes se sentir diferente dos colegas. “Há uma grande chance de eles se sentirem ainda mais diferentes quando é estabelecida uma alimentação restrita e muito diferenciada dos demais. Por isso, a melhor forma do paciente se sentir integrado ao grupo é a prática da contagem de carboidratos, que leva em consideração a quantidade e não o tipo de carboidrato a ser consumido”, pondera Dra. Maristela.
Segundo Dra. Maristela, com a contagem, o aluno com diabetes recebe a mesma merenda escolar dos colegas de turma e sente-se ainda mais integrado. “De qualquer forma, a aplicação desta técnica deve ser realizada com cautela, por profissionais capacitados, levando-se em conta também a medicação utilizada pelo paciente, sua alimentação fora da escola e o quanto ele se encontra preparado para receber tais orientações”, recomenda a nutricionista.



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