Dotadas de asas, as aves conseguem sair da terra firme para o ar sem muito esforço, com a ajuda de um esqueleto oco, poderosos músculos nas asas e órgãos diferenciados. Planam, dão voos rasantes, rodopiam, se alimentam e fazem amor no ar. Alguns insetos também têm essa poderosa ferramenta para alçar voo, e o fazem com maestria. Mas há alguns animais que conseguem, senão voar para o alto, planar, saltar e se movimentar de uma árvore para a outra, ignorando a presença do chão – e dos predadores que nele vivem. Em vez de asas, esses bichos possuem, em sua maioria, membranas ou peles que, esticadas, aumentam sua resistência no ar, o que os possibilita planar e escolher onde pousar com total segurança. Confira, abaixo, alguns deles.
Dragão-voador (Draco volans) Não é um dragão propriamente dito, mesmo porque ele não é maior que a mão de um adulto. Este lagarto tem uma membrana nas laterais do corpo, das patas dianteiras às traseiras, formando uma imagem arredondada, como se fosse um guarda-chuva, ou um para-quedas. Ele é oriundo do sudeste da Ásia e salta de árvore em árvore, a distâncias de cerca de 10 metros. | |
Serpente-voadora (Chrysopelea paradisi) Imagine um estilingue mal segurado – ele certamente irá junto com o objeto arremessado. É mais ou menos assim que a serpente-voadora voa de um galho para outro, toda desengonçada. Para conseguir essa façanha, ela achata seu corpo e faz com que seu ventre fique côncavo, o que a permite planar; e tem também uma grande capacidade de impulso. Natural de países asiáticos como Tailândia, Singapura, Malásia e Filipinas, a serpente é capaz de “voar” por dezenas de metros de extensão e ainda controlar o corpo e a direção do voo. | |
Esquilo-voador (Petaurus norfolcensis) Os esquilos-voares sentem o cheiro de comida, geralmente insetos e frutas, e voam para alcançá-la. Eles economizam tempo pulando de árvore em árvore, além de fugirem de predadores que estão no chão. O que os permite fazer isso são dobras na pele (os patágios), como se fosse uma reserva de tecido, que, esticada, parece com asas. Assim como o dragão-voador, esse tecido funciona como um para-quedas e, para controlar a direção do voo que cerca de 15 metros, eles usam a cauda. Eles fazem pousos perfeitos nos troncos das árvores das florestas da Austrália. | |
Lagartixa-voadora (Ptychozoon kuhli) Elas são pequeninas, e a distância que voam também. Nem por isso deixam de impressionar. As lagartixas-voadoras passam de galho em galho graças a membranas nas laterais do corpo e do rabo que, no momento de voo, se abrem, deixando-os mais largos para conseguirem planar. Além disso, têm uma pele entre os dedos de sua pata e, assim como as lagartixas comuns, prendem-se às superfícies com muita facilidade – o que as impede de cair ao pousar. Natural do Sudeste asiático, ela se alimenta basicamente de insetos – que vivem sobre as árvores. | |
Peixe voador (Exocoetus volitans) Se há passaros que mergulham para almoçar, por que não haveria de existir peixes que saltam fora d’água para fugir de suas presas? É o caso do peixe voador, que consegue “pular” da água graças ao impulso extra que consegue de cauda e, no ar, as barbatanas que carregam em cada lado de seu corpo o ajudam a planar. O peixe habita águas pouco profundas de mares tropicais e usa esse artifício para se defender de golfinhos, tubarões e peixes grandes. | |
Rã-voadora (Rhacophorus nigropalmatus) Mais um animal que tem membranas interdigitais e, com elas, consegue planar de uma árvore a outra. Essa rã vive no sudeste da Ásia e se estica o máximo que pode dar seus pulos: estica membros e estica os dedos, para aumentar a área das membranas. | |
Gibão (Hylobates lar) O gibão-de-mãos-brancas não voa nem plana, mas faz acrobacias espetaculares. Com seus braços que podem ser até maiores que o próprio corpo, eles conseguem se deslocar pelas árvores rapidamente, de galho em galho. Ele pesa no máximo 20 quilos e tem articulações fortes, que impedem que se machuque com o vai-e-vém nas árvores. Em média, um gibão sofre apenas uma fratura ao longo da vida: nem sempre esses animais conseguem se agarrar aos galhos e, por estarem a muitos metros do chão, a queda é grande. É natural das florestas tropicais do sudeste da Ásia e pouco frenquentam o solo. | |
Lêmure voador (Cynocephalus volans) Apesar do nome, não se trata de um lêmure, mas de um colugo, animal engraçadinho das Filipinas. Vegetariano, é lento e desajeitado como uma preguiça e vive sobre as árvores, sendo exímio escalador. Mas em vez de poderosas (e perigosas) garras, o colugo possui uma membrana que vai das omoplatas (ombros) à cauda, passando pelas patas superiores e inferiores (o patágio). Quando ele se estica e salta de uma árvore para a outra, essa membrana faz o papel de um para-quedas em voos que chegam a dezenas de metros de extensão. Ao pousar, suas garras o ajudam a se prender nos troncos. | |
Formiga planadora (Cephalotes atratus) A formiga planadora foi identificada há poucos anos, em 2004, por um cientista chamado Stephen Yanoviak. Ele estava sentado no galho de uma árvore muito alta na floresta equatoriana quando notou que formigas que caíam dos galhos voltavam aos troncos das árvores. Yanoviak percebeu que elas dominavam o voo e, por isso, não chegavam ao chão – onde certamente veriam a morte. Se caíssem na água, serviriam de alimento aos peixes, se caíssem na terra, aos insetos. Com o domínio de seu pequeno corpo, fazendo rodopios aéreos, essas formigas se equilibram no ar para chegar ao local escolhido para o pouso. E voltam ao lugar de onde despencaram. |
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