Ludas | |
Marcos Inhauser A sugestão de Lula de que para governar o país até Jesus Cristo teria que fazer aliança com Judas já provocou muita reação. Confesso que não consegui resistir à tentação de também dar meu pitaco em minha coluna no Correio. Não que eu tenha algo substancialmente diferente a dizer, mas porque, tendo algumas ideias na cabeça cultivadas ao longo destes anos, vi agora a oportunidade de colocá-las para fora. Escrevi mostrando como o Lula se julga alguém igual ou maior que Jesus Cristo e dei exemplos para provar algumas afirmações. Para minha surpresa, vários foram os e-mails concordando com o que escrevi, coisa um tanto rara. Como este espaço não me permite longas digressões, preferi escrever a coisa em dois capítulos: como ele se vê e como eu o vejo. Se nesta história há Judas, existem duas possibilidades de entendimento: os aliados de Lula (o Messias) são Judas ou ele mesmo é Judas procurando um Messias para se aliar. Na história bíblica, Judas é uma pessoa, com ambições políticas, pertencente ao grupo dos sicários, uma ramificação dos zelotes, que perpetrava violentos ataques com punhais (“sicarii”) contra as forças romanas na Palestina. Outros derivam o seu nome do aramaico “saqar”, palavra que significava alguém "mentiroso", que é "falso". Judas, no entanto, queria mesmo é estar de bem com a elite governante e com os romanos. Sua participação inicial nos movimentos pode ter sido falsa ou ele sucumbiu às tentações do poder. Na história do Lula muitos foram os amigos e discípulos que foram entregues à execração pública, vendidos para abafar a opinião pública por trinta moedas de prata. Para não ir muito lá para trás, lembro como ele entregou à sanha das elites dominantes o colega de caminhada Cristóvam Buarque, destituindo-o com um telefonema; como entregou o Dirceu, o Pallocci e mais recentemente a Marina Silva. Neste afã de não perturbar as elites e os interesses do capital é que entendo porque ele e seu governo nada fizeram para esclarecer os crimes de morte do Toninho e do Celso Daniel. Para mim o Lula é um Judas. Um “Ludas” que se aliou a um bando de outros “judas” para a propalada governabilidade, tal como o Judas teria argumentado para justificar a entrega do Mestre. Lá também foi em nome da paz nacional que se entregou um perturbador da paz. O problema é que, na falta de um Messias, ele decidiu criar o seu, à sua imagem e semelhança. E lá vamos nós de Dilma. • Marcos Inhauser é pastor, presidente da Igreja da Irmandade e colunista do jornal Correio Popular. |
domingo, 13 de dezembro de 2009
Ecumenismo: artigo
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