sábado, 18 de julho de 2009

Ecumenismo

Publicamos aqui um texto de um sitio protestante, o ultimato, um texto que começa através
de um comentário católico que abrange todos os Cristão não-católicos.



http://coracaofiel.com.br/blog/wp-content/uploads/2008/08/pomba7723.bmp
No dia 12 de janeiro de 1868, O Apóstolo, ”periódico religioso, moral e doutrinário, consagrado aos interesses da religião [católica] e da sociedade”, publicado “impreterivelmente aos domingos” na corte, queixava-se de que “alguns pobres innocentes têm se deixado embahir pelos pregadores de Calvino e de Lutero”. O autor do artigo afirmava: “um brazileiro protestante sôa tão mal como o nome de traidor a seu paiz e ao seu Imperador” (p. 10).

Havia certa lógica nesse raciocínio, desde que, à época, o Brasil era um país oficialmente católico e não laico. A essa altura, Dom Pedro II tinha 43 anos e Ashbel Green Simonton, “um dos pregadores de Calvino”, havia morrido de febre amarela, um mês antes, aos 34 anos.

Curiosamente, entre os primeiros “traidores da pátria e do imperador” estavam duas damas da corte: Gabriela Augusta Carneiro Leão, irmã de Honório Hermet Carneiro Leão (Marquês do Paraná) e de Nicolau Neto Carneiro Leão (Barão de Santa Maria), e sua filha Henriqueta Soares do Couto Esher. Em janeiro de 1859, elas foram batizadas pelo médico e missionário escocês Robert Reid Kalley em Petrópolis, RJ, onde Dom Pedro II passava grande parte de seu tempo. Kalley foi o primeiro missionário protestante a se fixar no Brasil e era amigo do imperador. O pior de tudo é que outro “traidor”, batizado em outubro de 1864 e ordenado pastor em dezembro do ano seguinte, era o ex-padre José Manoel da Conceição.

Hoje, com 26 milhões de “traidores da pátria e do imperador”, não seria de todo improvável derrubar o atual “imperador” e colocar no lugar dele nem que seja um garotinho, nascido e criado no Rio de Janeiro, o menos católico de todos os Estados brasileiros...

Os pesquisadores, com razão, dividem os evangélicos brasileiros em
históricos,
pentecostais
e neopentecostais.

O primeiro grupo, formado por congregacionais, presbiterianos, metodistas, batistas, luteranos, episcopais e outros, destaca-se por reunir as primeiras igrejas que se estabeleceram no país. Foram eles que abriram as clareiras, colocaram a Bíblia nas mãos do povo, receberam os primeiros convertidos, construíram os primeiros templos, abriram as primeiras escolas, seminários e hospitais, e ordenaram os primeiros pastores brasileiros. Fizeram tudo isso sozinhos, a partir de 1855 e até a chegada dos pentecostais, 55 anos depois, em 1910.


O segundo grupo, formado pela Congregação Cristã no Brasil, Igreja Evangélica Assembléia de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo, Igreja Pentecostal Deus é Amor e outras, destaca-se por um evangelismo mais ousado e por seu fenomenal crescimento.


O terceiro grupo, formado pela Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja Renascer em Cristo, Comunidade Sara Nossa Terra e várias outras, todas muito recentes e comprometidas com a atraente e complicada teologia da prosperidade, destaca-se (principalmente as três primeiras) pelo uso intenso da mídia (80% da programação religiosa na TV é evangélica).


Os evangélicos são mais fortes na região Centro-Oeste (com 19,1% de fiéis) e mais fracos no Nordeste (10,3%). De acordo com a projeção feita pela Sepal para 2001, seis Estados têm porcentagem de evangélicos superior a 20%: Espírito Santo (28,8%), Rondônia (28,6%), Roraima (25,7%), Rio de Janeiro (22,1%), Goiás (22,1%) e Acre (22,0%).

Era de se esperar que o Estado de São Paulo ocupasse um lugar de destaque, por abrigar a maioria das mais importantes organizações evangélicas brasileiras, como universidades, seminários, editoras, agências missionárias etc. Todavia o Estado ocupa o 12o lugar, com 18,4% de evangélicos.

O mesmo se poderia dizer do Rio Grande do Sul, onde se fixou a maior parte dos imigrantes luteranos e onde nasceu a Igreja Episcopal. O Estado está em 19o lugar, com 13,1% de evangélicos.

Os seis Estados que têm porcentagem abaixo de 11% são todos do Nordeste: Rio Grande do Norte (10,6%), Paraíba (10,4%), Ceará (10,1%), Alagoas (9,4%), Sergipe (7,9%), e Piauí (6,1%).


Embora tenha a menor porcentagem de evangélicos, a região Nordeste possui a maior taxa de crescimento anual (8,67%), superior à taxa nacional (7,42%). Depois vêm as regiões Centro-Oeste (8,29%), Sudeste (7,87%), Norte (7,54%) e Sul (4,36%).

Roraima tem a maior taxa de crescimento estadual (14,22%), duas vezes a taxa nacional. O Rio Grande do Sul tem a taxa mais baixa (2,08%). A taxa de crescimento anual dos evangélicos no país (7,42%) é mais de quatro vezes e meia a taxa de crescimento da população (1,63%).

As denominações que mais cresceram no período de 1991 a 2000, de acordo com o censo, foram, em primeiro lugar, as neopentecostais (especialmente a Sara Nossa Terra)

e, depois, as pentecostais (especialmente a Assembléia de Deus). Das denominações históricas, os batistas experimentaram o maior crescimento.

As seis maiores denominações são a Assembléia de Deus, a Congregação Cristã, a Universal, a Batista, a Adventista e a Quadrangular. Dessas seis, três são pentecostais, duas são históricas e uma é neopentecostal.


Hoje o Brasil tem 26 milhões de evangélicos assim distribuídos:

pentecostais e neopentecostais com 17,6 milhões,

históricos com 7,1 milhões

e outras igrejas com 1,3 milhão.


Se todos os 26 milhões de evangélicos fôssemos “o bom perfume de Cristo” (2 Co 2.15), “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5.14), o Brasil forçosamente seria outro. Esse comprometimento real com Jesus Cristo é muito mais importante do que um presidente evangélico!

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