Essa dor não sai', diz mãe que perdeu família com queda de muro

 

Desde o acidente, Dona Terezinha toma antidepressivos e calmantes.
Ela perdeu duas filhas e um neto com o desabamento.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí

 “Até quando eu vou tomar remédio para viver, eu não sei, porque essa dor não sai. Essa dor é contínua, não sai. Eu nunca mais vou ver eles. É uma perda irreparável". Foram as palavras de Tereza Marquine Airola, que toma antidepressivos e calmantes desde o acidente que a fez perder suas filhas, Evelyn, de 30 anos, e Nayara, de 25 anos, e também o neto Tiago, de 5 anos, filho mais novo de Evelyn.

Eles morreram no desabamento de uma parte do muro da antiga fábrica de tecidos Cianê, localizada no Centro de Sorocaba (SP), onde está sendo construído um shopping. O acidente aconteceu no dia 20 de dezembro do ano passado. O carro em que os três estavam foi um dos atingidos pelo muro, que matou sete pessoas no total.

"Até agora não dá para acreditar, parece que eles estão viajando e a qualquer hora vão voltar. É muito difícil", desabafou Dona Terezinha, que, na noite da tragédia, estava indo com as filhas e o neto ao Centro para terminar de fazer as compras de Natal. Ela estava em outro carro, mais à frente, que não foi atingido com a queda do muro.

"Foi uma catástrofe na minha família. Quantas vezes eu ligava para o Tiago e ele falava: 'vó, eu te amo'. Não tem palavras, agora acabou", diz.

Enquanto as famílias tentam seguir em frente, esta segunda-feira (7) foi dia de atividade no local do acidente. Funcionários começaram a fazer o escoramento das paredes da antiga fábrica. A estrutura tubular metálica começou a ser montada no trecho perto do Terminal Santo Antônio, o mais movimentado da cidade.