quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Metade dos chefes de família não tem o ensino fundamental, aponta IBGE

 

Índice de 50,8% representa queda em relação ao último Censo, de 2000.
Estudo também revela que mulheres mais instruídas têm filhos mais tarde.

Do G1, em São Paulo

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Um pouco mais da metade (50,8%) dos chefes de família no Brasil não tem instrução ou possui somente o ensino fundamental incompleto. O dado faz parte do Censo Demográfico 2010, divulgado nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice de 50,8% é equivalente a 45.982.185 pessoas. Houve uma melhora geral do nível de escolaridade deste público em relação ao Censo de 2000. Nesta ocasião, o índice de chefes de família sem instrução era de 66,1%.

Apenas 10% dos chefes de família possuem ensino superior; 23,4% têm ensino médio e superior incompleto; e 15,5% têm ensino fundamental completo ou médio incompleto.

O grau de instrução dos chefes de família

2000
2010

Sem instrução e fundamental incompleto
66,1%
50,8%

Fundamental completo e médio incompleto
12,9%
15,5%

Ensino médio e superior incompleto
14,7%
23,4%

Superior
6,3%
10%

Fonte: IBGE/Censo Demográfico 2000 e 2010

Perfil dos chefes
Entre os responsáveis por suas famílias, 56,8% estava incluída na faixa etária entre 30 e 54 anos. Na distribuição por cor, 48,6% das pessoas se declararam de cor branca; 41% de cor parda e 8,9% de cor preta.

Nesses dez anos, houve um aumento de famílias tendo a mulher como responsável (de 22,2% para 37,3%), inclusive em presença de cônjuge (de 19,5% para 46,4%), contra o decréscimo de 77,8% para 62,7% no caso de homem responsável. Também houve queda no percentual de homens responsáveis em domicílios com presença de cônjuge, de 95,3% para 92,2%.

Segundo o IBGE, os motivos podem ser creditados a uma mudança de valores relativas ao papel da mulher na sociedade e a fatores como o ingresso maciço no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade em nível superior, combinados com a redução da fecundidade.

Instrução x filhos
Entre as mulheres sem instrução e com ensino fundamental incompleto, a taxa de fecundidade chega a 3,00 filhos por mulher, enquanto que, entre as mulheres com ensino superior completo, a taxa é de 1,14 filho. A maior taxa de fecundidade no grupo de mulheres sem instrução e fundamental incompleto foi observada na região Norte (3,67); a menor taxa para as mulheres com ensino superior completo foi observada no Sudeste (1,10).

O censo mostra que quanto mais alto o nível de instrução da mulher, mais tardio se torna o padrão etário da fecundidade. Das mulheres sem instrução e com ensino fundamental completo, a maior contribuição da fecundidade vem do grupo de mulheres com idades entre 20 e 24 anos. O grupo de médio completo e superior incompleto mostra um comportamento do padrão da fecundidade mais dilatado, com concentração no grupo de 25 a 29 anos, enquanto no grupo de mulheres com ensino superior completo a maior contribuição da fecundidade vem daquelas com idades entre 30 e 34 anos, que concentram 1/3 da sua fecundidade total neste grupo.

As mulheres com ensino superior completo têm seus filhos, em média, 5,5 anos depois do que as sem instrução e com ensino fundamental incompleto, 30,9 contra 25,4 anos.

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