Disputa por campo petrolífero causa centenas de desalojados
Lisboa, 27 abr 2012 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), da Igreja Católica, lançou um apelo à oração para que cessem os conflitos na fronteira entre o Sudão e o Sudão do Sul.
A responsável internacional da organização para os assuntos de África sublinhou que não se pode “esquecer ou negligenciar” esta nova guerra, revela uma nota da delegação portuguesa da AIS enviada hoje à Agência ECCLESIA.
“Temos todos o dever de, através das nossas orações, apelarmos ao fim deste conflito, para o impedirmos de ganhar ainda mais dimensão”, frisou Christine du Coudray, acrescentando que “as populações civis têm estado a ser bombardeadas, havendo muitos mortos e feridos com gravidade”.
“As crianças desatam a fugir e começam logo em prato mal escutam o ruído dos motores dos aviões”, descreveu a responsável, que acompanha os confrontos em permanência.
Após os primeiros bombardeamentos, que provocaram centenas de mortos entre militares e civis de ambos os países, verificou-se a fuga de populações, havendo agora centenas de desalojados que precisam de ajuda.
O Governo do Sudão, a Norte, continua a impedir que organizações não-governamentais distribuam alimentos e construam campos para os refugiados, pelo que o papel da Igreja Católica é importante nos dois países, adianta a AIS.
Observadores internacionais referem que os efeitos destes confrontos podem ser mais graves do que os da guerra civil de 1983 a 2005, que provocou mais de dois milhões de mortos e número superior de desalojados.
O arcebispo de Juba, capital do Sudão do Sul, lançou recentemente um pedido de ajuda à comunidade internacional para travar o conflito originado pela disputa de uma das mais importantes reservas de petróleo de África.
“A situação humanitária piora, começou também a estação das chuvas que torna muito problemáticas as operações de socorro às populações em fuga dos combates”, afirmou D. Paulino Lukudu Loro, em declarações à Fides, agência do Vaticano para o mundo missionário.
Os combates entre os dois países separados desde 9 de julho terão perdido intensidade esta semana, relatam as agências.
As forças do Sudão do Sul libertaram na quarta-feira 14 prisioneiros de guerra, depois de terem capturado o campo petrolífero de Heglig, tendo recuado por causa da pressão internacional.
O petróleo representa a maior fonte de rendimento do Sudão (65 por cento) e do Sudão do Sul (98 por cento), um dos países mais pobres do continente.
RJM/OC
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