Este é um momento de desapegar-se daquilo que em nós se tornará cinzas, como a forma, a beleza física, a vaidade; e alertar-se para aquilo que será eterno: nossa alma
Dom Eduardo: “A conversão pessoal não deve ser individual, mas de toda a sociedade.
Para os cristãos do mundo todo é chegado o tempo quaresmal. Período de penitência, orações, sacrifícios e conversão em preparação à Páscoa do Senhor, com a Quarta-Feira de Cinzas. Também neste tempo tem início a Campanha da Fraternidade (CF), que neste ano destaca a saúde pública e suas variantes. Durante todo o dia de amanhã, em todas as igrejas paroquiais da cidade e da região, serão celebradas Missas com bênção e imposição das cinzas, momento em que o sacerdote faz o convite a todo o povo: "Convertei-vos e crede no Evangelho".
O arcebispo metropolitano de Sorocaba, dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, preside nesta quarta-feira (22) a Missa solene de abertura da Quaresma e também da Campanha, às 19h30, na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Ponte, situada na praça Cel. Fernando Prestes, Centro. Ele abordará, em sua homilia, o tema proposto para a CF deste ano, “Fraternidade e Saúde Pública”, cujo lema é “Que a saúde se difunda sobre a terra”, tirado do livro do Eclesiástico 38,8. Também o pároco da Catedral, padre Tadeu Rocha Moraes, preside a Missa das 12 horas, na própria catedral.
Este é o 48º ano que, por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em todo o País é desenvolvida a Campanha, paralelamente à Quaresma. Assim como lembra dom Eduardo, todos os anos são abordados temas de importantes relevâncias para a vida em sociedade. “Isso mostra que a conversão pessoal não deve ser individual, mas de toda a sociedade.”
Conforme dom Eduardo, esse tema propõe vários níveis de reflexão para serem desenvolvidos durante este tempo santo, como, por exemplo, a pergunta “Como está a saúde pública?”, e a resposta: “Sou parte desse mundo, tenho que ajudá-lo a ser melhor. O arcebispo enfatiza ainda que Deus quer a saúde de todos e que cada um deve contribuir para esse bem comum. “Antigamente dizia-se que a doença era castigo, mas não, ela faz parte da condição humana e devemos vivê-la com dignidade.”
A CF 2012 tem como objetivo geral “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhorias no sistema público de saúde”. Por isso dom Eduardo ressalta que evitar a negligência, os descuidos, os vícios e cuidar do saneamento básico são deveres do poder público, porém a sociedade precisa fazer a sua parte nesta tarefa. “A dengue, a poluição das águas e da natureza são resultados das nossas ações. Por isso é nossa obrigação cuidar da saúde”, frisa desejando mais ação das pessoas. “Que haja de fato o comprometimento e para isso é preciso a conversão das pessoas.”
Assim como na Sexta-Feira Santa, a Quarta-Feira de Cinzas é uma data onde as normas da Igreja, renovadas pelo Concílio do Vaticano II, pedem que os fiéis católicos guardem jejum e abstinência de carne. Dom Eduardo explica que o jejum não é só de alimentos, mas de condições, as que vivemos rotineiramente. “Este é um momento de desapegar-se daquilo que em nós se tornará cinzas, como a forma, a beleza física, a vaidade; e alertar-se para aquilo que será eterno: nossa alma.”
O TEMPO DA QUARESMA – Dom Eduardo salienta ainda que o período da Quaresma é oportuno para uma intensa reflexão sobre a vida. É neste período que o cristão deve abster-se de práticas que não condizem com a fé em Deus e para ajudar, indica estes três pontos: a oração, a caridade e a penitência.
Segundo ele, a pessoa pode pedir, mas também deve escutar a Deus durante suas orações. E a caridade, nas palavras de dom Eduardo, é uma oportunidade para estar aberto a Deus e ao próximo.
Já a penitência se torna um exercício prático de conversão, uma mudança de vida que promove o esforço ao desapego de idéias e vaidades. “Junto a esse ponto está o jejum e a abstinência de carne.” De acordo com ele, a penitência não é uma ação negativa, mas, sim, uma forma de controle que todas as pessoas precisam vivenciar. “Não fazer das coisas deste mundo o objetivo de vida, mas, sim, repensar e procurar uma direção nova a este mundo.” E neste período de reflexão, a Igreja pede aos católicos que prestem mais atenção no seu próximo, em especial ao irmão mais pobre. “Que sejamos mais atentos aos sofrimentos do nosso irmão, seja físicos, espirituais ou morais.”
http://www.diariodesorocaba.com.br/site2010/materia2.php?id=221089
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Pascom Porto Feliz