domingo, 28 de agosto de 2011

Mensagem de Dom Vilson aos catequistas

 

 

“Catequista Mistagogo – Conduzindo todos ao mistério de Deus”
Prezados irmãos e irmãs Catequistas:
Neste 28 de agosto de 2011, quarto domingo do mês, a Igreja no Brasil convida-nos a contemplar as vocações para os diferentes ministérios ou serviços assumidos pelos fiéis leigos nas comunidades. Dentre eles, estacam-se os catequistas, inúmeros em nossas comunidades paroquiais espalhadas pelo país. A todos minha afetuosa saudação, sobretudo aos catequistas da Diocese de Limeira, que durante a manhã deste domingo se reúnem, na cidade de Cordeirópolis/SP, para celebrar seu dia, assim como outros catequistas em outras cidades e dioceses de nosso regional.
Por ocasião desta data, venho dirigir a todos vocês, queridos catequistas, uma primeira mensagem desde a minha nomeação como bispo referencial para a Catequese no Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Antes de tudo agradeço a confiança a mim depositada pela indicação e louvo a Deus por mais esta oportunidade que me oferece de servi-lo ainda mais em sua Igreja, agora junto aos catequistas de todo o Estado de São Paulo, acompanhando a caminhada evangelizadora da Igreja através da catequese.
A este propósito, a importância da catequese vem muito bem expressa no Documento da CNBB intitulado “Catequese Renovada”, precisamente no nº 318: “a catequese é um processo de educação comunitária, permanente, progressiva, ordenada, orgânica e sistemática da fé. Sua finalidade é a maturidade da fé, num compromisso pessoal e comunitário de libertação integral, que deve acontecer já aqui e culminar na vida eterna feliz”.
Como bem sabemos, a missão da Igreja é evangelizar. A catequese deve ser compreendida nesta perspectiva missionária. É aqui que está a sua identidade mais íntima, pois brota do próprio mandato recebido de Jesus para ir e fazer discípulos todos os povos. Missão (mandato de Jesus) e desafio! É o que temos em nossas mãos, sobretudo neste tempo em que muitas fronteiras culturais precisam ser cruzadas para que cumpramos o que o Senhor nos manda.
Foi pensando nisto que a Comissão Diocesana de Catequese, de nossa Diocese de Limeira, produziu um rico subsídio, “Catequista Mistagogo – Conduzindo todos ao mistério de Deus”. Todas as paróquias da diocese, também de outras dioceses, adotaram este material como preparação para este Encontro Diocesano de Catequistas, que acontece neste domingo. Mas também como oportunidade para que, reunidos em suas comunidades, os catequistas pudessem, o que de fato aconteceu, refletir, rezar e aprofundar elementos intrínsecos à missão evangelizadora através da catequese em todos os seus níveis.
São numerosos os testemunhos de catequistas que se deixaram envolver nestes momentos de espiritualidade e reflexão subdivididos em diferentes momentos: 1º. “Mistagogia: o que é?”; 2º. “Nosso tempo conduz a Deus?”; 3º. “Jesus Mistagogo do Pai: formando e formador”; 4º. “Catequista Mistagogo”; 5º. “Catequese Mistagógica” e 6º. “Comunidades Mistagógicas”. Estas reflexões foram também uma continuidade do que já havia sendo estudado nas paróquias a partir do subsídio “Iniciação à Vida Cristã: um processo de inspiração catecumenal”, da coleção Estudos da CNBB, no. 97.
Todo esforço aponta na mesma direção, já indicada no título do subsídio diocesano. Ser mistagogo significa, na verdade, ser instrumento do próprio Deus para que as pessoas sejam introduzidas em seu mistério. Seja na Iniciação à Vida Cristã ou na catequese permanente com todos os fiéis, sempre se faz necessário o amadurecimento da fé na vida. Isso significa que o processo catequético, desde a infância até a idade mais avançada, deve compreender um aprofundamento daquilo que se crê, sobretudo pela formação incessante (“dar as razões de nossa esperança”), tendo como base e fundamento sempre a Palavra de Deus.
Também precisa levar as pessoas a uma experiência de fé (a fé vivida e professada), seja na liturgia, na oração, nas diferentes atividades eclesiais, na atuação dentro da sociedade ou dentro da família. Fé e vida, catequese e prática cristã a Igreja e no mundo são elementos inseparáveis. Uma catequese eficaz precisa contemplar esta dinâmica, seja junto às crianças, aos adolescentes, jovens, adultos ou idosos, dentro da linguagem e realidade cultural pós-moderna e urbana características da humanidade em nosso tempo. E isso desde a Iniciação à Vida Cristã, com seus ritos inclusive, até a atenção e valorização dada aos que já estão na caminhada há mais tempo.
O encontro com Jesus Cristo acontece nesta caminhada de convivência fraterna e contínua instrução na fé, que faz crescer o amor a Deus, que nos ama sem medida. E, além da comunidade eclesial, o ambiente em que se aprende a amar e a descobrir o rosto amoroso de Deus é a família. Por isso, em todos os níveis, catequese e família precisam estar integrados. Os primeiros catequistas são os pais e é na família que as crianças precisam dar os primeiros passos na vida cristã, seguindo o exemplo de seus pais. O Documento de Aparecida já nos estimula a prestar atenção nesta necessidade: “revisar os conteúdos das diversas catequeses preparatórias aos sacramentos, como as atividades e movimentos eclesiais relacionados com a pastoral familiar, para favorecer o anúncio e a reflexão sobre a vocação que o homem é chamado e viver no matrimônio, na família, na Igreja e na sociedade”.
Queridos irmãos e irmãs catequistas: de Limeira e de todo o Regional Sul 1 da CNBB: a tarefa é ampla e complexa. Cristo nos envia para esta missão. Ele conta com cada um de vocês nesta missão confiada a sua Igreja. Movidos pelo desejo de tornar a mensagem do Evangelho conhecida, amada e vivida pelas pessoas, não podemos desanimar frente às dificuldades de toda natureza que se apresenta a nós. É verdade que somos constantemente desafiados na missão.
Muitos no passado também foram desafiados, mas prosseguiram em seu propósito, como por exemplo, o Apóstolo São Paulo, que cruzou muitas fronteiras de seu tempo, não apenas geográficas, mas culturais, religiosas, dentre outras. Tenhamos em nós o zelo, a dedicação e o ânimo missionário que teve este grande apóstolo do Senhor, homem que passou por um processo de conversão e conhecimento de Jesus, profundo conhecedor da fé e incansável missionário dos judeus e pagãos.
Recomendo vivamente e estimulo a cada um de vocês, que doam seu tempo, suas vidas, suas experiências na missão de catequizar que aprofundem sem cessar seus conhecimentos e sua espiritualidade, para sempre melhor desempenhar a missão. Há muitas maneiras de se fazer isso, seja pela leitura ou estudo, pessoal ou comunitária, dos documentos da Igreja sobre a catequese, seus subsídios, inúmeras publicações disponíveis nas diferentes editoras católicas.
Além disso, promovam-se segundo as possibilidades de cada comunidade paroquial, encontros ou semanas catequéticas, cursos bíblicos, celebrações e, de acordo com a criatividade dos próprios catequistas juntos ao seu pároco, outras atividades formativas e práticas espirituais. Além disso, muitas dioceses, como a nossa Diocese de Limeira, possuem uma Escola Catequética, para melhor formar seus catequistas, capacitando para este “ministério” de fundamental importância para a vida da Igreja. Não dá pra pensar uma paróquia onde não haja catequese.
Caminhemos juntos, queridos catequistas, nesta missão. Ao iniciar minhas atividades como bispo referencial de Catequese, peço que rezem por mim e que possamos semear, em nome do Senhor, as sementes do Reino a todos, pois é a todos que somos enviados. Parabéns pelo seu dia! Que o Senhor vos abençoe a ajude na missão, em busca de um mundo melhor, mais humano e fraterno, levando os corações a sintonizar-se com o Coração de Jesus, pois “Cristo é a nossa paz!”.


Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira
e Referencial da Catequese – CNBB Sul 1

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