Tietê: Restauração no prédio “Luiz Antunes” segue a todo vapor

As obras de restauração no Centro Educacional, Histórico e Administrativo Municipal “Luiz Antunes” seguem a todo vapor. Desde o último sábado, dia 31de julho, a fachada do centenário prédio está sendo lavada.

Com o auxílio de um andaime, os servidores estão limpando as paredes e afrescos da construção. O objetivo é preparar a superfície para os trabalhos posteriores de restauro e pintura.
De acordo com o secretário municipal de Educação, Sulleiman Schiavi Nicolosi, os serviços de pintura foram iniciados em outras partes do prédio, como no anexo, mas em breve serão realizados na parte antiga do Luiz Antunes.
“Iniciaremos a pintura do interior do prédio e depois partiremos para a porção externa. Serão aplicadas cores como o ocre e o vermelho queimado. Talvez isso cause algum estranhamento na população, mas na verdade essas são as tonalidades originais do prédio” – explicou Sulleiman.
Ainda segundo o secretário, a pintura deve ser concluída dentro de três meses e deverá resgatar as características que remontam à origem do prédio:
“Todo o trabalho tem sido orientado pelo laudo pictográfico emitido pelo CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico – e visa recuperar o aspecto do prédio na época de sua fundação.” – ressaltou Sulleiman.
O mapa da América do Sul, emblema do antigo grupo escolar, será o último a passar pelo processo de manutenção:
“O mapa é um dos elementos mais importantes do prédio. Ele representa todo o espírito cívico dos primeiros anos da República quando a escola foi fundada e até hoje serve como referência para muito tieteenses. Também por exigir um trabalho minucioso, ele será o último item a ser restaurado.” – disse Sulleiman.
Quem visita o prédio já pode ter acesso também a outros itens históricos. Cerca de 70 peças, como carteiras, mesas, chapeleiros e cristaleira foram recuperados e estão inclusive sendo utilizados.
Luiz Carlos de Oliveira, professor de marcenaria do SENAI e responsável pelo restauro das peças disse que o trabalho começou em março e deve continuar por pelo menos mais dois meses.
“A maioria dos móveis estava bastante deteriorada. Alguns com cupim, outros quebrados ou com peças faltando. Por isso o trabalho variou desde os processos mais simples, como lixar, selar e aplicar a tinta, até os mais complexos, como de usinagem e descupinização” - explicou Oliveira.
Luiz, que estudou no Luiz Antunes, ressaltou a importância do trabalho da administração e disse que o valor histórico que está sendo resgatado é incalculável:
“Nunca imaginei que depois de tantos anos voltaria para a escola, ainda mais para executar esse trabalho. Mas, tenho prazer naquilo que faço em especial porque algumas das peças devem ter quase cem anos e outras tantas foram fabricadas em madeiras de lei, nobres como o ipê e jacarandá, que atualmente tem a exploração controlada e são difíceis de encontrar no mercado.” – concluiu Luiz.
Assim que concluído os trabalhos, a mobília será disposta para a visitação do público e constituirá, juntamente com próprio prédio, uma das mais importantes atrações culturais e histórica de Tietê.