É nossa relação com o Senhor que nos torna realizados, diz Papa
Papa saúda peregrinos na chegada para a Missa na Praça dos Celeiros, na cidade de Floriana, em Malta
Diante de 50 mil fiéis, o Papa falou das tradições maltesas e citou os muitos viajantes que passaram por Malta, entre os quais São Paulo, e o caloroso acolhimento dos habitantes da Ilha, que, assim como o Apóstolo, Bento XVI pôde experimentar pessoalmente.
"A riqueza e a variedade da cultura maltesa são um sinal que o seu povo recebeu muito do intercâmbio de dons e hospitalidade com os viajantes provenientes do mar. E é significativo que vocês souberam exercitar o discernimento para melhor individuar o que eles tinham para oferecer", afirmou Bento XVI, exortando a população a continuar a fazer o mesmo.
"Nem tudo o que o mundo propõe hoje merece ser acolhido", advertiu o Pontífice. "Muitas vozes procuram nos convencer a deixar de lado a nossa fé em Deus e na sua Igreja e de escolher, nós mesmos, os valores e as crenças com as quais viver".
Quando isso acontece, acrescentou, devemos nos recordar do episódio do Evangelho de hoje, quando os discípulos, todos pescadores experientes, não consequem pescar sequer um peixe, situação que muda com a presença de Jesus.
"Meus queridos irmãos e irmãs, se depositamos a nossa confiança no Senhor e seguimos os seus ensinamentos, colheremos sempre inúmeros frutos."
A seguir, comentando a primeira leitura da Missa, ou seja, a narração do naufrágio de Paulo na costa de Malta, o Papa destacou a exortação do Apóstolo, quando pede aos tripulantes que depositem sua confiança somente em Deus, em meio às ondas agitadas do mar. A respeito, o Santo Padre afirmou:
"Também nós devemos depositar a nossa confiança somente n'Ele. Tentou-se pensar que a tecnologia avançada de hoje possa responder a todos os nossos desejos e nos salvar dos perigos que nos assediam. Mas não é assim. Em todos os momentos da nossa vida, dependemos totalmente de Deus, no qual vivemos, nos movemos e temos a nossa existência."
Mais do que qualquer carga que possamos levar conosco – acrescentou –, é a nossa relação com o Senhor que fornece a chave da nossa felicidade e da nossa realização humana. E Ele nos chama a uma relação de amor.
Na pergunta que Jesus dirige a Pedro na margem do lago: "Simão, tu me amas?", e na resposta afirmativa de Pedro, se sintetiza o fundamento de todo ministério pastoral na Igreja.
"É o nosso amor pelo Senhor que deve plasmar todos os aspectos da nossa pregação e ensinamento, da celebração dos sacramentos, e o nosso cuidado pelo povo de Deus. É o nosso amor pelo Senhor que nos leva a amar aqueles que Ele ama, e a aceitar com alegria a tarefa de comunicar o seu amor àqueles que servimos."
Dirigindo-se aos malteses, o Papa pede que eles preservem a fé e os valores que lhes foram transmitidos pelo Apóstolo São Paulo, repassando a seus filhos e aos imigrantes e visitantes: "Recordem-se que o intercâmbio de bens entre essas ilhas e o resto do mundo é um processo com dois caminhos. Aquilo que recebem, analisem com cuidado, e o que vocês possuem de valor, saibam compartilhar com os demais".
Por fim, Bento XVI dirigiu uma palavra especial aos sacerdotes, recordando que sua missão é verdadeiramente um serviço à alegria, à alegria de Deus que quer entrar no mundo.
Fonte: CN noticias
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