terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

FREI JORGE DA PAZ

Nome civil: Harley Luiz Siqueira Jorge, como é


registrado na ordem (vide www.franciscanos.org.br).

Só o sobrenome "JORGE" é usado pelo frei e,

"DA PAZ" foram os colegas que começaram a chamá-lo assim porque vivia desejando a paz para todo mundo. E então ficou "FREI JORGE DA PAZ ofm" como é conhecido.



Infância

Frei Jorge nasceu na cidade de São Paulo, no dia 08 de janeiro. Aos 4 anos de idade, por dificuldades diversas em sua família, foi morar com uma tia, sua segunda mãe, que o inicia na fé.

É chegada a hora de ir para a escola e, sua tia o coloca na escola das Irmãs Vicentinas, que tanto lhe valeram na sua formação cristã. Alí, o pequeno Jorge faz seu curso primário e com elas o menino vai conhecendo a Palavra de Deus, vai sendo preparado e recebe Jesus em sua primeira comunhão. Estava definitivamente plantada a semente que, mais tarde, iria formar a grande árvore cujos frutos nós colhemos hoje.

Foi coroinha na Igreja de Nossa Senhora da Penha, bairro em que morava. E já, nesta época, amava a celebração da Santa Missa. A Liturgia era motivo de grande alegria.

Ainda nesta fase, marcou-o muito uma imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Encantava-o ver o Menino Jesus, com um ar assustado, que se apegava ao colo da Mãe.

Essa viria a ser uma grande imagem na vida de Frei Jorge: a segurança de Jesus era estar no colo de Nossa Senhora!

Assim, o pequeno Jorge vai crescendo e, chegando aos 10 anos de idade, volta a morar com seu pai que se havia casado novamente.


A juventude e as drogas

Já entrando na adolescência, com a mudança de costumes e amizades, os contatos, as informações nem sempre favoráveis, acaba por se afastar totalmente da fé. E aos 16 anos, envereda pelo perigoso caminho das amizades que o levam a conhecer a devassidão numa vida de sexo livre, maconha, drogas … o pecado!

Tornou-se uma pessoa amarga e revoltada, em virtude da falta de um convívio familiar estável, o que trouxe grande tristeza a seu pai.

Aos 25 anos, a amargura, a revolta, a dependência das drogas, começam a transformar-se numa insuportável angústia existencial. Nada mais, em sua vida, era motivo de alegria! Tinha consigo a mulher que quisesse, a droga, trabalho para sustentar todas as suas necessidades e caprichos, no entanto, tinha também um imenso vazio, uma grande tristeza e ainda, a indignação de estar totalmente dependente da droga.

Sabia que tinha que largar o vício! Queria largar o vício mas... já não era possível!

Tinha sonhos. Muitos sonhos com a morte e com o inferno. Eram sonhos mostrando o demônio dizendo que iria levá-lo para o inferno. Nem as alucinações provocadas pelas drogas podiam lhe dar, se quer, uma pálida alegria. Ao contrário, agora, também as drogas lhe traziam imagens de morte.

Contudo, aquela "sementinha" ainda estava lá!


No desespero, a busca de Deus

Já sem solução para sua vida, volta a se ajoelhar, numa tentativa desesperada, e a procurar o Deus que havia conhecido tão bem na infância. Mas não sabe como lhe falar, nem onde Ele estará! E, por vezes, até se questiona: Será que Ele existe mesmo?

Então, ainda sob a companhia das drogas, sai em busca daquele Deus. Entra na Igreja do Largo São Francisco e lá, do último banco, olha para o sacrário e pede: Senhor, se você existe, se revele para mim! Senhor, se você existe, se revele para mim!

E Deus que ama a todos os seus filhos, não tarda em socorrê-lo e começa a se revelar!

Certo dia, entrando em uma livraria (note-se aqui que Frei Jorge sempre foi, e ainda é, um grande apreciador de boas leituras) um livro aberto na estante, chama sua atenção. O texto parece falar com ele! Ou melhor, parece falar dele!

"Outros, enfermos por causa de seu mau proceder, eram feridos por causa de seus pecados. Todo alimento lhes causava náuseas, chegaram às portas da morte. Em sua angústia clamaram então para o Senhor; ele os livrou de suas tribulações. Enviou a sua palavra para os curar, para os arrancar da morte." (Salmo 106, 17-20)

Compra aquela bíblia, leva-a para casa e, mesmo sob o efeito das drogas, lê, lê, lê…

Tomava droga e lia a Bíblia, fumava maconha e lia a Bíblia!

Em sua mente começam a voltar as lembranças daquele Deus que, na infância, havia conhecido. No entanto, agora, esse Deus parece tão distante… mas, nas palavras daquele livro, Ele lhe fala!

A leitura da Palavra agora, tem um novo sentido! Deus lhe fala! Deus ensina! As passagens sobre o perdão falam alto ao seu coração! Ele se sentia perdoado, amado! Mas começava também a perceber o quanto deveria perdoar e amar seus pais, sua família! E o conhecimento do perdão foi o bálsamo da sua conversão.


Um chamado

Um longo caminho de conhecimento de Deus, através da leitura da Palavra, se inicia e a cada passo, a intimidade com Deus vai se estreitando. E um pensamento começa a se repetir com a força de uma inspiração: Você vai ser padre! Você vai ser padre!

No início este pensamento é causa até de riso. Mas, aos poucos o amor a Deus vai suplantando tudo que o mundo lhe oferece.

Deus o liberta do vício da droga! (o tratamento que libertou o jovem Jorge das drogas foi a leitura da Palavra do Senhor!)

Sai de São Paulo e vai para Piracicaba. Lá, na faculdade, forma-se em Psicologia e Sociologia. Conhece, então, uma jovem com quem passa a namorar e com ela compartilha 4 anos de sua vida, até o noivado. Contudo, essa jovem pertence a outra religião e passa a ridicularizar a fé católica de seu noivo. Fica claro para o jovem que este não é o seu caminho!

Muito triste, procura o Bispo Dom Anízio e este o aconselha a fazer um retiro que haveria ali mesmo em Piracicaba. Esta foi uma experiência de grande valia: recorda-lhe o chamado que já havia ouvido, quando drogado: Você vai ser Padre!

Determinado, termina o noivado (com muito sofrimento) e resolve voltar para São Paulo, onde inicia sua vida profissional como professor de psicologia e sociologia.

Chega a festa de carnaval e com ela outro retiro que o marcaria profundamente. Na última Missa, o padre que faz a homilia prega sobre "vocação". De repente, diz: "Há alguém aqui que tem vocação! Sente Jesus chamar, mas é covarde! Não responde ao chamado!"

Jorge sabia, em seu coração, que era dele que o padre falava! Ao término do retiro, retrata-se para o padre e conta-lhe sobre o chamado que havia recebido.

Assim, aos 27 anos, ingressa no seminário em Guaratinguetá. De lá vai para Petrópolis e finalmente, em 16 de dezembro de 1978, é ordenado, Padre Franciscano.

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