quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tragédia




Brasil: Fundadora da Pastoral da Criança e da Pessoa Idosa morre no sismo do Haiti





A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) confirmou que a fundadora das pastorais da Criança e da Pessoa Idosa, Zilda Arns Neumann, morreu na sequência do tremor de terra que sacudiu o Haiti nesta Terça-feira.




De acordo com informações do chefe de gabinete da Presidência da República, a médica caminhava pelas ruas da capital, Port-au-Prince, com dois soldados do exército brasileiro.
Zilda Arns, de 75 anos, estava no Haiti no âmbito de uma missão da Pastoral da Criança, a convite da Conferência dos Religiosos daquele país.




A CNBB, sensibilizada pelo falecimento, enviou o seu secretário-geral, D. Dimas Lara Barbosa, para Port-au-Prince, num voo da Força Aérea.




O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Michel Temer, referiu numa nota de imprensa que "a morte de Zilda Arns deixa milhões de órfãos no Brasil. Não só os integrantes de sua família, mas também os muitos filhos adoptados por ela no seu trabalho na Pastoral da Criança e na Pastoral do Idoso". "Zilda Arns tornou-se sinónimo de doação na sua luta pelos mais carentes (…) e na busca da melhoria da vida do povo", acrescenta o comunicado.




A pediatra era irmã do arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Paulo Evaristo Arns. Viúva desde 1978, tinha cinco filhos e quatro netos. Recebeu cerca de uma dezena de prémios nacionais e internacionais.
Os primeiros trabalhos da Pastoral da Criança realizaram-se em 1983, na arquidiocese de Londrina. A ideia de criar este departamento surgiu de um encontro entre D. Paulo Evaristo Arns e o então director executivo da UNICEF, James Grunt, que sugeriu à Igreja Católica a realização de acções para combater a mortalidade infantil.




Actualmente, cerca de 260 mil voluntários acompanham o desenvolvimento de 1,8 milhões de crianças até aos seis anos. São igualmente atendidas 94 mil grávidas em 42 mil comunidades pobres.
Em 2008, Zilda Arns deixou a presidência da Pastoral da Criança, passando a assumir a direcção internacional deste órgão da CNBB. Nessa altura ocupou a coordenação nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, que também fundou.













Zilda Arns e ao menos 11 militares brasileiros morrem após terremoto no Haiti; há muitos soldados desaparecidos
Publicada em 13/01/2010 às 17h19m


O GloboAgências internacionais

RIO e BRASÍLIA - A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann , de 75 anos, morreu no terremoto que atingiu na noite de terça-feira os arredores de Porto Príncipe, capital do Haiti . De acordo com Ministério da Defesa, onze militares brasileiros morreram e vários outros ficaram feridos em decorrência do tremor de 7 graus na escala Richter. Em coletiva de imprensa, o chanceler Celso Amorim disse que trata como desparecido o brasileiro Luiz Carlos da Costa, que ocupa o segundo maior cargo da representação da ONU (Minustah) no Haiti. Costa é atualmente o brasileiro com posto mais alto nas Nações Unidas.



O Brasil vai enviar até quinta-feira aviões com ajuda humanitária, carregados de alimentos, roupas e medicamentos. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, embarcou nesta quarta-feira. As aeronaves deverão aterrissar na República Dominicana, já que as condições do aeroporto de Porto Príncipe são péssimas, e seguir por terra ao Haiti. O governo haitiano estima que haja centenas de milhares de mortos no país.



- Espero que isso não se confirme, porque espero que as pessoas tenham tido tempo de se salvar - disse o primeiro-ministro Jean-Max Bellerive.



A primeira-dama, Elisabeth Debrosse Delatour, relatou que "a maior parte de Porto Príncipe está destruída" e que muitos prédios do governo desabaram.





A médica pediatra e sanitarista viajara para o Haiti no último domingo a fim de realizar uma palestra na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, a brasileira teria um encontro com representantes de ONGs e, no dia seguinte, com o arcebispo de Porto Príncipe. No momento do tremor, Zilda estava fazendo uma vistoria, acompanhada de um tenente, em uma área da capital.



A embaixatriz Roseana Teresa Aben-Athar, mulher do embaixador do Brasil no Haiti, foi quem encontrou o corpo de Zilda Arns. Ela localizou o corpo na manhã desta quarta-feira soterrado entre escombros de um prédio onde funcionava um serviço de ajuda humanitária.



Na terça-feira, Zilda teria deixado a embaixada em companhia de um militar e da assessora e ido até o prédio que desabou. Com o terromoto, uma laje do edifício caiu e atingiu a coordenadora da Pastoral da Criança. Ela não resistiu e morreu.



O arcebispo emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, disse que sua irmã "está no coração de Deus", segundo a secretária pessoal do arcebispo, irmã Devanir.



Míriam Leitão: 'Zilda Arns combateu o bom combate pelas crianças'
( Pastoral de luto após morte de Zilda Arns )

Entre os mortos - sete deles de um batalhão de Lorena (SP) - estão também: o primeiro-tenente Bruno Ribeiro Mário, o segundo-sargento Davi Ramos de Lima, o soldado Antonio José Anacleto, o soldado Tiago Anaya Detimermani, segundo-sargento Leonardo de Castro Carvalho, cabo Douglas Pedrotti Neckel, cabo Washington Luis de Souza Seraphin, cabo Arí Dirceu Fernandes Júnior, soldado Kleber da Silva Santos, subtenente Raniel Batista de Camargos e coronel Emilio Carlos Torres do Santos.



Segundo o chanceler Celso Amorim disse que trata como desparecido o brasileiro Luiz Carlos da Costa, que ocupa o segundo maior cargo da representação da ONU (Minustah) no Haiti.





Os feridos confirmados até o momento são: o tenente-coronel Alexandre José Santos, da 1ª Brigada de Infantaria de Selva de Boa Vista, Roraima; o capitão Renan Rodrigues de Oliveira, do 6º Batalhão de Infantarias Leves de Caçapaba, São Paulo; o terceiro-sargento Danilo do Nascimento de Oliveira, do 29º Batalhão de Infantarias Leves de Campinas, São Paulo; o cabo Eugênio Pesaresi Netoiane, do 29º Batalhão de Infantarias Leves; e o cabo Welington Sopares Magalhães, do 5º Batalhão de Infantarias Leves.



Militares brasileiros que servem na missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti estão desaparecidos. O ministério informa ainda que os brasileiros que participam da Minustah, como é conhecida a missão da ONU, passaram a madrugada desta quarta-feira no trabalho de resgate aos soterrados e ajuda à população local e autoridades haitianas. Ainda não se sabe quantas pessoas morreram, mas estima-se que milhares de pessoas não tenham resistido ao forte tremor . Prédio da ONU ruiu
A sede da missão da ONU na capital ficou totalmente destruída com o abalo sísmico. De acordo com a entidade, pelo menos 11 pessoas morreram nas ruínas do prédio de cinco andares. Inicialmente, temia-se que todos que estavam no local estivessem mortos, mas já foram retiradas pessoas com vida dos escombros. O chefe da missão das Nações Unidas no Haiti, Hedi Annabi, está desaparecido.



O ministro da Defesa, Nelson Jobim, viaja nesta manhã para Porto Príncipe com militares e o embaixador do Brasil no Haiti, Ygor Kipman. Eles vão avaliar os danos causados pelo terremoto.



O governo brasileiro está enfrentando dificuldades para obter informações, uma vez que os sistemas de telefonia fixa e móvel, além do abastecimento de energia elétrica, estão comprometidos. Por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva serão enviados US$ 10 milhões como ajuda humanitária para o Haiti. ( Sede da missão da ONU no Haiti sofreu graves danos; funcionários estão desaparecidos )
Soldados de outros países também estão desaparecidos

O Brasil, que lidera as tropas de paz da ONU no Haiti, participa da Minustah com 1.266 militares. O contingente total da missão é de 9.065 pessoas, sendo 7.031 militares, segundo dados de novembro.
Segundo a mídia estatal da China, 8 soldados chineses da missão de paz morreram e outros 10 estão desaparecidos, depois que um prédio de cinco andares usado pela organização desabou.
Soldados filipinos também estariam desparecidos. A informação é do coronel Romeo Brawner Jr., das Forças Armdas das Filipinas.




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