BRASÍLIA - O desmatamento na Amazônia este ano foi o mais baixo desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a monitorar a região amazônica, em 1988, informou o governo federal nesta quinta-feira.
Entre agosto de 2008 e julho de 2009 foram desmatados 7.008 km2 de floresta, de acordo com os dados do projeto de monitoramento por satélite do Inpe (Prodes). Isso significa uma redução de 45% com relação ao período anterior (agosto de 2007 a julho de 2008), quando o desmatamento atingiu 12,9 km². Esta também foi a primeira vez em 21 anos que a área derrubada ficou abaixo dos 9 mil quilômetros quadrados.
O número superou as expectativas do governo - que previa 9 mil km² - e foi divulgado nesta quinta-feira pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara, em solenidade com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, do ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc, e de governadores da região. (Vote: O meio ambiente será um tema decisivo na campanha eleitoral?)
- É uma queda substancial. De longe a menor [taxa] desde que o Inpe começou a observação - afirmou durante apresentação dos dados.
Em seu discurso, Dilma ressaltou o pacto entre o governo federal, estados e municípios na operação Arco Verde, de combate ao desmatamento. Para Dilma, "os números são impactantes". Ela destacou que os dados divulgados são importantes para serem apresentados pelo Brasil na reunião da cúpula sobre mudanças climáticas em Copenhague.
- O governo vem fazendo seu dever de casa - disse Dilma.
" O governo vem fazendo seu dever de casa "
Além de prestar contas e comemorar, a ministra disse que agora também é momento de planejar novas ações. O desafio, segundo ela, será manter o ritmo de trabalho para reduzir o desmatamento, e também viabilizar a agenda de trabalho com ações nos 44 municípios que integram a operação Arco Verde.
A taxa de desmatamento é calculada pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que utiliza satélites para observação das áreas que sofreram desmatamento total, o chamando corte raso. O menor índice registrado até agora era o de 1991, quando os satélites identificaram 11,03 km².
O Inpe registrou queda em quase todos os estados da Amazônia. Em Mato Grosso e no Pará, tradicionalmente líderes dos rankings de desmatamento mensais, a queda foi de 65% e 35%, respectivamente. Em Rondônia, a queda foi de 55%.
Apesar da redução, o Pará foi o estado que mais desmatou no período, com 3.680 km², seguido por Mato Grosso, com 1.047 km² , e Amazonas, com 980 km² a menos de florestas.
De acordo com o Inpe, a margem de erro da estimativa anual de desmatamento é de 10%, ou seja, pode resultar em uma variação de 700 km² para ou mais ou para menos quando os dados forem consolidados.
A pedido do Ministério da Ciência e Tecnologia, ao qual o Inpe é vinculado, os dados do desmatamento foram apressados para que o país leve essa carta na manga a Copenhague, onde haverá reunião de cúpula para discutir ações contra o aquecimento do planeta. O que será apresentado nesta quinta é uma estimativa dos dados de 2009. Os números consolidados só ficarão prontos no início do ano que vem.
Embora não seja a primeira vez que Dilma, pré-candidata à Presidência da República, participa de um anúncio sobre dados do desmatamento, o evento reforça a estratégia do governo de aproximá-la da pauta ambiental do país. (No blog Diário de uma repórter: Dilma na cartilha de Ricupero)
A ex-ministra Marina Silva também é pré-candidata à sucessão presidencial. Em 2007, ao lado de Marina, que ainda comandava o Ministério do Meio Ambiente, Dilma participou do anúncio oficial de que a destruição da floresta tinha caído 25,3%, no período entre agosto de 2005 e julho de 2006.
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Pascom Porto Feliz