segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Flutuador da Rede Globo partiu de Porto Feliz hoje de manhã

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A viagem do flutuador pelo Rio Tietê continua. Nesta segunda-feira, o trajeto, de 20 quilômetros, é na cidade de Porto Feliz. O trecho é longo: o rio faz muitas curvas dentro do município.

A semana começa com uma novidade: o guardião do flutuador, Dan Robson, não está sozinho. O funileiro Alisson Belon, morador de Porto Feliz, resolveu acompanhar a expedição em seu caiaque, por um dia, e prometeu ajudar.

A paisagem é composta por mata ciliar à beira do rio, além de um longo trecho de pasto e de plantações de cana-de-açúcar. Nesta segunda-feira, os índices de oxigênio na água variaram muito entre péssimo e ruim: o menor foi 1,7 e o maior foi 3,1.

A semana começou em meio a muita lama. Alisson relata como deve continuar o trajeto: “Só tem mais dois trechinhos onde temos que tomar um pouco mais de cuidado, mas o resto do rio é calmo daqui pra frente”.

Um dia sem solidão no rio. “Ele vai me rebocar e o flutuador junto. Ele falou que ia ajudar, então ele não sabe o que espera”, brinca Dan Robson. “Vamos, a gente está junto”, responde Alisson.

A saída é num Tietê largo, tranquilo, mas ainda com muito lixo. A cidade coleta e trata 98% do esgoto, mas nem tudo está perfeito. O lixão é um mirante para o Tietê. O porteiro do aterro, Cláudio de Campos, conta que boa parte de uma montanha próxima ao rio está recheada de lixo. “Daqui até a margem do rio são cem metros, com uma estrada feita em cima de lixo também”, diz.

Seu Cláudio também mostra que o chorume escorre por valas a céu aberto e corre para tanques, tudo na terra. Ele diz que ali perto, no meio da mata, corre um afluente do Tietê. “É uma nascente que vem da parte de cima, percorre todo o trecho e deságua no Tietê”, conta.

A cada cidade por onde a expedição passa, encontramos uma realidade diferente e um Tietê cada vez mais guerreiro. Nessa cidade, uma família batalhadora vive na beira do rio, em um porto não tão feliz.

O catador Fernando de Toledo; seu pai, José Maria; o primo Everaldo e mais dois amigos encontram abrigo há oito anos entre a ponte e o rio. “Tem umas pessoas que doam alimentos pra gente e nós catamos uns ‘reciclos’ aí”, conta Fernando.

Eles vivem da reciclagem do que encontram na rua e rezam, todos os dias, para que o Tietê deixe um espaço para eles sobreviverem.



Medições recentes


Nesta segunda-feira, às 6h45 da manhã, quando o flutuador deixou a zona rural de Porto Feliz, o nível de oxigênio na água era 2,7, considerado ruim.

Uma hora mais tarde, o índice melhorou, foi para 3,1, mas continuou ruim.

Às 8h30, o índice de oxigênio na água caiu para 2,2.

Às 9h15, o índice caiu novamente, 1,7: aí já era péssimo.

Às 10h10, o nível registrado voltou a ser ruim: foi para 2,1. Nessa hora, o flutuador passava pelo centro de Porto Feliz.

Às 10h30, o índice mudou de novo para 1,7: péssimo.

Ás 11 horas, o índice voltou para 2,1, considerado ruim.


sptv

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