Por Fr. Almir Guimarães, ofm
6. Ter encontrado sua vocação é uma graça. A vocação em si é sempre graça. É uma graça viver e saborear, sem muitas interpretações, sem glosas as palavras de Francisco em sua Regra, no Testamento e nas Admoestações. Quando as lemos com os olhos do rosto e com as vistas do coração sentimos que dentro de nós as cinzas se tornam brasas e temos vontade de reescrever, ainda hoje, com a nossa vida, a aventura fascinante do Evangelho franciscano. Fala-se de uma utopia! Todos guardamos nos cantos do coração a bênção de Francisco no final de seu Testamento. Em nossos antigos capítulos de culpa, realizados às sextas-feiras, com odor de peixe (desculpem evocar estas coisas, tiradas do baú da memória), na imensa vontade de sermos filhos de Francisco, ouvíamos com alegria profunda e esperançosa as palavras do Pai: “Ordeno firmemente por obediência a todos os meus irmãos, clérigos e leigos, que não introduzam glosas na regra nem nestas palavras dizendo: é assim que devem ser entendidas. Mas como o Senhor me concedeu de modo simples e claro dizer e escrever a regra e estas palavras, igualmente de modo simples e sem glosa, as entendais e com santa operação as observeis até o fim” (Testamento, 38-39). Fraternidade e minoridade são aspectos fundamentais do caminho evangélico franciscano. Eles seriam “nosso próprio”. Ao menos dele fariam parte preponderante.
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